sábado, maio 12, 2007

Boas e más notícias para a Serra da Estrela

Vale do Zêzere - Abril de 2007

Pelo Ondas 3 tomei conhecimento da notícia relativa à cedência ao município de Seia dos 136 hectares que constituem a mata do Desterro (e que são na actualidade propriedade da EDP).

As intenções da Câmara Municipal de Seia passam por recuperar a vegetação autóctone característica da zona, o que é, obviamente, uma excelente notícia.

Eu não conheço os limites exactos da referida mata, mas a zona da Senhora do Desterro (e ao longo da estrada que liga este local à N339 entre o Sabugueiro e a Lagoa Comprida), possui um dos maiores núcleos de mimosas dentro dos limites do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

Logo, qualquer acção que possa ser feita para controlar este problema e repor a vegetação natural, só poderá merecer o meu aplauso.


A propósito do PNSE, pelo Cântaro Zangado, li uma notícia da imprensa regional que dá conta de uma suposta situação de gestão corrente no Parque (bem como no Parque do Douro Internacional). A referida notícia acrescenta ainda que estas estruturas, de futuro, irão passar a ser geridas a partir de estruturas fora do distrito da Guarda.

A este propósito, penso que o José do Cântaro Zangado já disse quase tudo...isto é, penso que o que assusta as pessoas é essa questão da saída de serviços do distrito A para o distrito B. Os velhos bairrismos do costume. Quando o que as deveria preocupar seria tudo aquilo que é passível de ocorrer em situações de gestão corrente.

Como já aqui escrevi por mais do que uma vez, a propósito do PNSE e da política de conservação da Natureza, o que é importante e fundamental é o Estado português definir, de uma vez por todas, se quer e tem condições para implementar uma real política de conservação da Natureza.

O Estado tem que assumir se tem uma estratégia e meios (humanos, técnicos, financeiros) para a implementar e se considera que a conservação da Natureza é uma prioridade para Portugal (e, neste caso, como a compatibilizar com o desenvolvimento do país).

A partir daí, se a gestão seria feita a partir da Guarda, de Castelo Branco, de Coimbra ou mesmo de Lisboa, deixaria de ser o mais importante. Porque se existisse a tal estratégia e os meios para a aplicar no terreno, tal significaria que existiriam leis que seriam cumpridas, guardas da natureza em número suficiente, programas de recuperação e reintrodução de espécies, projectos turísticos compatíveis com a preservação dos habitats, programas para combater o despovoamento e a desertificação do território, etc.

Ter uma sede do PNSE em Manteigas e não ter uma estratégia ou um plano de acção e meios para o implementar, que é a situação actual, de pouca adianta...Esta é a verdade, o Estado central não sabe o que quer fazer com as Áreas Protegidas e enquanto não resolver este dilema, esta parte do nosso território (tal como o restante) continuará a saque!...

P.S. - Embora com atraso, votos de uma boa caminhada para todos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Nossa que bom que existem pessoas preocupadas com o meio ambiente!!!
Se todo mundo cuida-se do seu quintal (as matas ao redores de onde mora)nossa estariamos muito melhor e a natureza agradece não é mesmo*
Meus aplausos também a está atitude de exemplo!
O bom é que sempre aprendo mais aqui*
bjus*
Ótima semana*
Nádia.

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Obrigado, boa semana

Bjs:)