quarta-feira, abril 30, 2008

A "minha" nogueira

Nogueira (Juglans regia L.) - Covilhã

Para quem gosta de árvores é um pouco difícil nomear as suas "preferidas"...

Correndo o risco de ser injusto, esta nogueira é uma dessas árvores. Pela beleza intrínseca à sua condição de "árvore por inteiro" e por teimar em resistir.
Embora tal não seja perceptível nas duas imagens que acompanham o texto, esta nogueira está lado a lado com o maior centro comercial da Covilhã, no local onde antes cresceu o maior pinheiro-manso de Portugal.

Rodeada por betão, insiste em (sobre)viver até que chegue a sua hora... Até lá, é a "minha" nogueira!

Nogueira (Juglans regia L.) - Covilhã

terça-feira, abril 29, 2008

Hipocrisias



A Câmara Municipal da Covilhã aconselha os seus munícipes a respeitar os espaços verdes da cidade e do concelho: "Jardins: trate-os bem, são o oxigénio da nossa terra".

E que tal, se a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, começassem por dar um bom exemplo no que concerne à manutenção das árvores ornamentais do concelho?

segunda-feira, abril 28, 2008

O elogio da preguiça

Castanheiro (Castanea sativa Mill.) - Bairro Municipal (Covilhã)

Sempre os últimos a acordar do sono invernal... Muitas árvores já floriram e preparam com afinco o período de frutificação. Mas os castanheiros não embarcam "em pressas" e mantêm-se fiéis ao seu tempo, ao seu ritmo.

Mau feitio ou simples questão de personalidade?

domingo, abril 27, 2008

sábado, abril 26, 2008

Um amor incondicional

Serra da Estrela, 26/04/2008

Hoje vi-te como os que te vêem de forma despojada e ignorei os que se julgam teus donos. Ignorei também o lixo, o zinco, o cimento e o alcatrão. Vi-te como quem te vê pela primeira vez; vi-te como o Torga te viu, uma e outra vez.

Estivemos juntos, só nós, com o mundo inteiro a assistir. Tinha saudades tuas...

Sei que um dia a ti voltarei. Até lá não desisto de te conhecer (e de me conhecer também). Gosto de ti!

sexta-feira, abril 25, 2008

A "menina dos meus olhos" e outras histórias...

A nogueira (Juglans regia L.) da minha varanda

- Investigadores espanhóis do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, em colaboração com a Universidade de Alicante, descobriram no Parque Natural de Los Alcornocales (Cádiz) a primeira espécie de escaravelho capaz de arrastar, consumir e enterrar as bolotas de diferentes espécies de Quercus. Notícia bastante interessante para descobrir no elmundo.es

- Um método baseado na análise da decomposição das folhas das árvores, desenvolvido por investigadores de oito países europeus, incluindo uma equipa da Universidade de Coimbra, permite aferir a qualidade da água dos rios. Notícia do semanário Sol.

- Apesar do Central Park, a relação dos nova-iorquinos com as árvores não parece ser a melhor. Artigo curioso do NYT (onde será que já ouvimos estes argumentos contra as árvores no espaço urbano?)

- Autarquia de Beja quer plantar 350 árvores até ao fim do ano. De acordo com a notícia da rádio Voz da Planície, Paula Lança, do departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Beja, afirmou que: "Manter uma árvore em meio urbano é muito difícil, situação que levou a autarquia bejense a pedir ajuda aos munícipes, com o objectivo dos mesmos poderem contribuir para a sua manutenção, preservação e vigilância".
Ora aqui está uma ideia que é capaz de fazer algum sentido, ou seja, envolver os cidadãos nestas decisões. Claro que a decisão técnica da escolha das espécies e número de exemplares a plantar deve ser sempre feita por técnicos competentes, mas a decisão de envolver a população nestes processos parece-me positiva, para que a mesma sinta as árvores como suas. Só se ama e se defende aquilo com que o qual temos afinidade.

- Mais árvores para "salvar ambientalmente" o Rock in Rio (Lisboa). Será que a plantação de árvores é a solução para tornar todas as iniciativas ambientalmente aceitáveis?

- Montepio anuncia um conjunto de iniciativas de protecção ambiental (que inclui a oferta de 5 000 árvores). Será que as empresas começam a ter uma consciência ambiental ou será apenas marketing verde?

- Balanço da campanha "1 milhão de carvalhos para a Serra da Estrela". O José não tem um milhão mas tem 99 novos carvalhos na sua varanda.

- Por seu lado, a Água "Serra da Estrela" quer ajudar a plantar o "seu" milhão de árvores nas serras portuguesas. E que tal se se tornasse mais transparente e profissionalizada esta acção de reflorestação, para que se evitassem as dúvidas colocadas quanto à sua real eficácia no terreno? Não lucraria a empresa e o ambiente muito mais com isso?

- O meu amigo António Rocha continua o seu incansável trabalho na educação ambiental das crianças e jovens de Loulé. Depois da reciclagem de rolhas, a plantação de sobreiros!

- Abate polémico de árvores na Praia da Vitória.

- Poderá um "motor de busca" na internet ajudar a salvar a floresta amazónica? Conheçam o Ecoogler que resultou da associação entre a Google e a organização ambientalista Aquaverde.

- Um dos livros que está no topo da na minha "lista de desejos": "La Memoria del Bosque" de Ignacio Abella Mina.

- Um projecto muito interessante para uma intervenção especializada na melhoria dos espaços verdes escolares: Um jardim em cada escola.

- Para terminar, duas notícias sobre a floresta: uma boa e outra extremamente preocupante. Para informações regulares sobre a floresta portuguesa visitem o Floresta do Interior.

quarta-feira, abril 23, 2008

Tal e qual como em Portugal...

Julho de 2007 (EN 230 Covilhã - Tortosendo) - Plátano morto como resultado de poda radical no Inverno anterior.

Na Grã-Bretanha decidiu-se quantificar monetariamente o valor botânico, estético e social das árvores monumentais das cidades.

O plátano de Berkeley Square, em Londres, com uma idade aproximada de 200 anos e uma altura de 30 metros, foi "classificado" como sendo a árvore mais valiosa da cidade e da Grã-Bretanha, com um valor estimado de 938 000 euros.

Este sistema de avaliação está baseado num método desenvolvido pelas autoridades locais, o qual tem em conta as dimensões da árvore, o seu estado sanitário, a sua importância histórica e o número de pessoas que vivem perto da árvore e beneficiam da sua proximidade. (Nota: é necessário explicar a certas pessoas que, em Inglaterra e na generalidade da Europa e América do Norte, viver nas imediações de uma árvore monumental é visto como um privilégio, que inclusive valoriza o valor de um imóvel, e não como um aborrecimento).

Notícia completa no Elmundo.es

Duas imagens de um dia especial...

No blogue do "Capitão Rolhão" podem consultar algumas das actividades que a minha escola desenvolveu no "Dia da Terra".

A árvore da Bianca

Uma dessas actividades consistiu na entrega dos prémios do concurso "A minha árvore". Um concurso que ajudei a dinamizar, juntamente com a minha colega Florbela, e que superou em muito as nossas expectativas (na quantidade de participantes e, sobretudo, na qualidade dos trabalhos).

De todos os trabalhos entregues, estaria a ser desonesto se não destacasse o que mais nos sensibilizou, a árvore vista pelos olhos da Bianca (uma aluna do 1º Ciclo do nosso Agrupamento). A inocência em estado puro...



Outra actividade carregada de simbolismo foi a entrega de 3 pequenas azinheiras provenientes da nossa "maternidade de árvores", a alunos do 1º Ciclo das escolas do nosso Agrupamento.

E foi na entrega de uma dessas pequenas azinheiras, que capturei a imagem que se segue. Uma imagem que vale certamente mais do que mil palavras.

Uma imagem que me enche o coração de esperança no futuro; num futuro com um Portugal que tenha mais gente a amar as árvores...

terça-feira, abril 22, 2008

O sobreiro de Inglaterra

Sobreiro (Quercus suber L.) - Osborne House, Isle of Wight

Este sobreiro é considerado o maior do Reino Unido e, mesmo em Portugal, seria um exemplar digno de admiração.

É uma árvore magnífica, um impressivo pedaço de mediterrâneo no Sul de Inglaterra.

Para conhecerem esta e outras árvores notáveis de Inglaterra, sugiro uma visita ao sítio English Heritage (Trees).

Agradecimento e justificação





Sob o título "O sobreiro de Portugal", o "Notícias de Castelo de Vide" reproduz na sua edição n.º 146 (Fevereiro/Março de 2008) o texto que escrevi sobre o sobreiro da Herdade de Pai Anes, a 8 de Fevereiro último.

Queria agradecer publicamente ao director do "Notícias de Castelo de Vide", Alexandre Cordeiro, a publicação deste texto.

Reafirmo que apesar de esta ser uma árvore situada num terreno particular, a Direcção-Geral dos Recursos Florestais tem a "obrigação moral" de prestar apoio técnico ao proprietário desta herdade, no sentido de garantir que esta árvore possa sobreviver por mais algumas décadas.
Este sobreiro da Herdade de Pai Anes não é "apenas" uma árvore classificada; é um exemplar notável de uma espécie com um simbolismo único pela sua importância ambiental e económica para o nosso país.


P.S. - Nos últimos dias não me tem sido possível actualizar o blogue com a frequência desejada; conto regressar à "velocidade de cruzeiro" em breve. Obrigado.

sábado, abril 19, 2008

O charme discreto de uma laranja

Rua Nuno Álvares Pereira - Covilhã

Desde que me recordo, este pequeno recanto numa rua do centro da Covilhã sempre me agradou, em particular pelo contraste do laranja face aos tons cinzentos do Inverno.

Tendo optado por viver a Sul, a laranjeira é hoje uma constante nas paisagens que percorro diariamente e o seu período de floração um deleite sem o qual já não me imagino...Se eu tivesse que definir o Algarve por uma única sensação, faria uso do cheiro da flor da laranjeira, essa obsessão que alastra por todo o barrocal no início da Primavera.

E ainda que este efeito seja irrepetível a Norte, estas laranjeiras e tangerineiras que subsistem em quintais do centro histórico da Covilhã, mantêm o mesmo charme e continuam a conferir o mesmo exotismo meridional à cidade que trepa as encostas da Estrela.

sexta-feira, abril 18, 2008

A oliveira classificada de Lagoa

Oliveira (Olea europaea L.) - estrada Lagoa-Bemparece

Parcialmente oculto por diversos rebentamentos, o tronco desta monumental oliveira (Olea europaea L.) situada em Lagoa, esconde a sua própria grandeza do olhar dos que passam na estrada.

Como que incomodada pela sua própria grandeza, prefere esconder-se abaixo do movimento da estrada, evitando as "luzes do estrelato".

Oliveira (Olea europaea L.) - estrada Lagoa-Bemparece

Porém, motivos não lhe faltam para a fama, a começar pela sua idade que ronda os 1 000 anos. O tronco tem a 1, 50 metros* do solo, um perímetro que ultrapassa os 7 metros, fazendo desta oliveira uma das mais grossas do Algarve (das que conhecemos, apenas é superada pela oliveira classificada de Pedras d'el Rei e pela oliveira da Tôr).


* O P.A.P. é medido usualmente a 1,30 metros do solo mas, neste caso, dada a profusão de vegetação em redor do tronco da árvore, vimo-nos forçados a medi-lo um pouco acima desse valor.


Para mais pormenores sobre as dimensões desta oliveira e a respectiva localização, por favor consultem o Árvores Monumentais do Algarve e Baixo Alentejo.

Oliveira (Olea europaea L.) - estrada Lagoa-Bemparece

P.S. - As duas primeiras imagens foram tiradas ao nível da base da oliveira, enquanto a última imagem transmite o seu aspecto ao nível da estrada que liga Lagoa a Bemparece.

quarta-feira, abril 16, 2008

O pinheiro "interrompido"

Pinheiro-manso (Pinus pinea L.) - EN 530-1 (Armação de Pêra - Porches)


Esta é uma daquelas árvores que terá sempre um significado especial para mim e para o Miguel.

Uma coisa é visitar árvores classificadas como sendo de interesse público ou outras que, apesar de não ostentarem essa classificação, já se encontram referenciadas noutras obras, como no inevitável "Árvores Monumentais de Portugal" de Ernesto Goes. Outra bem distinta é sermos "surpreendidos" por uma árvore de grandes dimensões por puro acaso.

Foi o que aconteceu no Domingo passado, ao avistarmos da estrada este espectacular pinheiro-manso (Pinus pinea L.) situado bem perto da localidade de Alporchinhos.

Apesar de ter uma copa incompleta devido à queda de alguns dos seus ramos principais, situação que ocorreu em virtude de temporais passados, continua a ser no presente uma árvore impressionante. O perímetro do tronco, que supera os 5 metros, coloca-o entre os mais grossos do país.

Pinheiro-manso (Pinus pinea L.) - EN 530-1 (Armação de Pêra - Porches)

P.S. - Para conhecerem ao pormenor as medidas e localização desta árvore, visitem o Árvores Monumentais do Algarve e Baixo Alentejo.

terça-feira, abril 15, 2008

(Provavelmente) a árvore mais antiga do mundo

Fotografia da Universidade de Umea/El Mundo.es

Foi descoberta na província de Dalarna (Suécia) aquela que se presume ser a árvore mais antiga do mundo.

Trata-se de um espruce (Picea sp.) com uma idade estimada de mais de 9 000 anos - ler notícia no elmundo.es.

Retratos do Portugal que odeia as árvores (XVI)

Albufeira

A imagem é de uma oliveira amputada mas que, mesmo na morte, mantém a dignidade perante um pano de fundo que reflecte o caos urbano de Albufeira.

Com um perímetro de tronco de quase quatro metros e meio, não era uma oliveira qualquer! Aparentemente, e pelo que se pode observar no local, as causas da sua morte terão sido do mais negligente que se possa imaginar.

Dado o local e a posição em que eu e o Miguel a fomos encontrar, junto à berma de um arruamento recente e com as raízes parcialmente fora do solo, concluímos que a mesma deverá ter sido podada e transplantada para a berma e ali terá ficado esquecida...Até morrer!

Mantém na morte a dignidade que os responsáveis por este crime jamais poderão ostentar...

Retratos do Portugal que odeia as árvores (XV)

Castelo Novo (Fundão) - Fotografia Cova Juliana

A aldeia de Castelo Novo (Fundão) é das mais bonitas da rede de aldeias históricas de Portugal e onde o esforço de requalificação urbana tem sido mais notório.

Lamento apenas que o cuidado posto na requalificação das ruas, das casas e de diversos monumentos, não tenha sido extensível às árvores e espaços verdes.
Na prática, neste como noutros casos, o conceito de "património" parece aplicar-se apenas ao construído, ignorando-se o quanto as árvores podem ajudar a realçar a riqueza arquitectónica de uma aldeia ou cidade.

segunda-feira, abril 14, 2008

Mais um Domingo de grandes árvores










O dia de ontem foi mais uma jornada em cheio para mim, para o Miguel e para o nosso projecto Árvores Monumentais do Algarve e Baixo Alentejo.

Fomos visitar uma impressionante oliveira em Lagoa (um dos poucos exemplares classificados desta espécie no Algarve) e, ainda nesta cidade algarvia, fomos conhecer um conjunto de outras oliveiras monumentais que merecem ser conhecidas e preservadas.

Mas o dia ficou marcado por uma descoberta inesperada, provando que mesmo depois de já termos passado num determinado local várias vezes, ainda conseguimos descobrir árvores monumentais. E que árvore...Um dos maiores e mais antigos pinheiros-mansos do Algarve!

São árvores para ficarem a conhecer nas próximas semanas aqui na Sombra e no Árvores Monumentais do Algarve e Baixo Alentejo.


Por último, este fim-de-semana marcou ainda a nossa "estreia" em feiras sectoriais para divulgar o nosso projecto de catalogação das árvores monumentais do Sul de Portugal. A estreia deu-se na Feira "Ruralidades Silves 2008".
Tratou-se de uma presença simbólica, através de alguns cartazes e cartões de visitas que colocámos em alguns stands que, gentilmente, acederam a publicitar a nossa iniciativa. Desta forma, gostaríamos de agradecer publicamente à Associação Viver Serra, à Vicentina - Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste e ainda à dona Ana do Restaurante Natural Com Vida.

Apesar de não temos qualquer apoio financeiro que nos permita ter um stand próprio neste tipo de iniciativas, vamos continuar a marcar presença em futuras feiras, ainda que de forma simbólica, pois acreditamos que é um investimento que pode resultar na descoberta de mais árvores monumentais.

A nossa próxima aposta será na Ovibeja.

Orgulhoso nos meus alunos











A minha turma do 5ºD tem revelado um grande interesse pela defesa das árvores, em particular após a leitura do livro "Beatriz e o plátano" de Ilse Losa.

No seguimento deste interesse, a turma elaborou um conjunto de cartões sobre o "Dia da Árvore", dos quais, eu e a minha colega Célia Carreira, escolhemos os dois aqui representados para acompanhar a carta que escrevemos à Presidente da Câmara Municipal de Silves, apelando à defesa das árvores da cidade (e, em particular, destes plátanos).


P.S. - O seu a seu dono: as duas primeiras imagens são do cartão da Daniela e as duas seguintes são do cartão do Alexandre.

sábado, abril 12, 2008

O vale

Serra da Estrela - Unhais-da-Serra (Covilhã)


- Ainda os plátanos de Unhais.

- Via Ondas 3: mais de 11 000 árvores plantadas na Serra da Estrela.

- Duas via Sargaçal: as árvores da Rotunda da Boavista (no Porto) continuam a "desaparecer misteriosamente"; estudo sobre as árvores ornamentais das cidades do Reino Unido.

- Notícias sobre o sobreiro e a cortiça enviadas pelo Luís Gil: a Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor), em parceria com a Federação Francesa dos Sindicatos da Cortiça, com o apoio da associação GoodPlanet.org, presidida por Yann Arthus-Bertrand, e do Instituto Europeu da Ecologia, presidido por Jean-Marie Pelt, lançaram uma petição on-line em defesa da cortiça e dos montados de sobro.

Artigo publicado na revista da Ordem dos Engenheiros, Ingenium, II Série, Nº 103, Jan/Fev 2008, sobre o declínio do sobreiro e da azinheira (ver aqui).

- Ministro da Administração Interna planta árvores no nó de Covilhã Norte da A23, no âmbito de um projecto que abrange toda a faixa que é atravessada pela auto-estrada da Beira Interior. Uma boa iniciativa que já anteriormente tinha louvado, embora considere que grande parte destas árvores não irá sobreviver, visto estarem a ser plantadas tardiamente. Se não queremos apenas trabalhar para a "publicidade verde" e queremos efectivamente ajudar o ambiente, plantem-se as árvores no início do Outono.

- Numa cidade do Brasil as pessoas saíram à rua devido ao corte de árvores promovido pela prefeitura local. Por cá, este tipo de iniciativas continua a ser "ficção científica"!

Um adeus anunciado

É assim no Outono...

Campo das Festas - Covilhã

Campo das Festas - Covilhã


E é assim no início da Primavera...



Campo das Festas - Covilhã

Se lêem este blogue com alguma regularidade, o início deste texto por certo que vos terá feito recordar o início deste outro texto.

Receio que o final destas tílias venha a ser o mesmo... Culpado? O "progresso"! Progresso que em Portugal se chama "centro comercial".

Quem conhece a Covilhã, sabe do estado actual dos 3 centros comerciais existentes no centro da cidade: um está abandonado, outro vive dias de decadência e, o terceiro e mais recente, não chegou nunca a ser formalmente inaugurado. Motivo? A abertura de uma grande superfície comercial na zona baixa da cidade.

E agora, querem-nos convencer da viabilidade de uma nova mega-superfície comercial no Campo das Festas, que teria ainda o condão de vir resolver o abandono do centro histórico e a crise do comércio de rua.

Campo das Festas - Covilhã

Muitos dirão que o Campo das Festas na Covilhã não é mais do que um grande parque de estacionamento no centro da cidade. Não nego que o mesmo necessite de uma requalificação.

Aborrece-me saber que essa requalificação não irá resolver nenhum dos problemas da cidade, implicando o abate certo de várias tílias e mesmo de alguns castanheiros que formam um pequeno bosque entre o Campo das Festas e a Avenida Frei Heitor Pinto.

Mas como o povo embirra com as árvores e gosta é de "circo", não duvido que venha a ser uma medida bastante popular e de sucesso garantido. Viva o progresso!

sexta-feira, abril 11, 2008

Será normal?

Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) - Aldeias (Gouveia)


Sequóia-gigante [Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Buchh.] - Sabugal




Castanheiro (Castanea sativa Mill.), Malcata


No início do Outono passado, já lá vai meio ano, enviei para a Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) o pedido de classificação de 3 árvores monumentais: o carvalho-alvarinho de Aldeias (Gouveia), da sequóia-gigante do Sabugal e de um castanheiro na aldeia da Malcata (Sabugal).

Até hoje o mais completo dos silêncios...O que estranho, sobretudo porque quando solicitei a classificação da desaparecida tília do Bairro do Rodrigo na Covilhã, a resposta (negativa) não demorou mais do que um mês e meio a chegar à minha caixa de correio.

Cansado de esperar, escrevi há uma semana atrás um e-mail à DGRF solicitando um esclarecimento sobre este caso. Continuo à espera... Talvez seja normal!

quinta-feira, abril 10, 2008

Retratos do Portugal que odeia as árvores (XIV)


Este autêntico filme de terror arbóreo foi captado pelo meu amigo Nelson Lima, na cidade da Figueira da Foz. Uma cidade portuguesa, com certeza!

Já pouco me surpreende neste país em matéria de "arboricídios", mas confesso que a poda das araucárias supera a minha capacidade para imaginar "o pior"!

Como são tristes as nossas cidades....

















quarta-feira, abril 09, 2008

Declaração de princípios

Cemitério de Baguim do Monte (Gondomar)


O Paulo fez-me chegar esta fotografia acompanhada do seguinte texto da responsabilidade da Junta de Freguesia de Baguim do Monte:

"A Junta de Freguesia de Baguim do Monte vem por este meio informar todos os interessados de que, até ao final da presente semana, irão ser cortados os "últimos" eucaliptos que cresceram junto ao muro do cemitério da autarquia e cujas copas invadiam e sujavam as campas junto dos mesmos.

É de salientar que a elevação, educação, insistência e compreensão com que o Executivo da Junta tratou deste assunto junto dos proprietários, bem como a colaboração dos mesmos, levaram à concretização de um desejo de vários anos.

A todos os proprietários que colaboraram connosco, a Junta de Freguesia muito aprecia e agradece."



No máximo respeito pelas convicções pessoais e religiosas de todos e pela concepção que cada um tem sobre a morte e o respeito devido aos seus entes queridos, não posso contudo deixar de manifestar e proclamar um desejo tão simples quanto sincero:

Que a minha morte sirva jamais para justificar o abate de uma única árvore; por mais singela que possa ser, árvore alguma merecerá ser castigada por dar sombra ou sujar com folhas a minha campa.
Antes prefiro que plantem em meu nome uma árvore; longe dos Homens que as odeiam ao ponto de as cortar ou podar pelos motivos mais absurdos. Obrigado.

terça-feira, abril 08, 2008

Pelas árvores de Loulé

Avenida José da Costa Mealha, Loulé

No seguimento do continuado abate de árvores na cidade de Loulé, situação que se arrasta desde o ano passado sem que a autarquia apresente qualquer justificação, decidiu um grupo de cidadãos promover uma petição em defesa do património arbóreo desta cidade algarvia.

O que se pretende é bem simples, nomeadamente que a autarquia explicite a fundamentação técnica para o abate destas árvores, que reponha as árvores abatidas e que entregue a manutenção das árvores a técnicos credenciados em arboricultura.

Convido os leitores da Sombra Verde a juntarem-se a esta causa dos louletanos, que é no fundo uma causa de todos aqueles que lutam pela dignificação da forma como as árvores são tratadas nos municípios portugueses.

Para ler e assinar a petição: Petição na defesa arbórea no Concelho de Loulé.

domingo, abril 06, 2008

Um discurso que me está a deixar nervoso...



Bom, mais do que nervoso estou ansioso. Porquê? Irei discursar perante representantes do ministério e receio a sua avaliação? Pior, bem pior...

Amanhã vou falar a crianças do 3º e 4º ano sobre árvores. Não estou ansioso pela parte das "árvores", mas porque, de forma genuína, receio o grau de exigência deste público.

Quando estamos habituados a dar aulas a uma determinada faixa etária, dominamos alguns dos "truques" para manter a nossa audiência interessada no nosso discurso. No entanto, é a primeira vez que vou fazer uma "apresentação" para crianças do 1º Ciclo e receio que a mesma seja demasiado elaborada, ou seja, que não desperte a sua curiosidade e que a achem maçadora!

Passei boa parte do fim-de-semana a "stressar" com ela; ontem dediquei-lhe todo o final de tarde. Hoje não resisti a acrescentar-lhe alguns pormenores. Bem sei que isto não é normal, pois estou mais ansioso do que perante outras coisas de (aparente) maior responsabilidade.

Afinal de contas, haverá maior responsabilidade do que "ensinar" a amar as árvores?

Podem confirmar se tenho ou não motivos para estar preocupado, visualizando a dita apresentação.

P.S. - Esta apresentação insere-se nas comemorações do Dia da Árvore na nossa escola. Lançámos ainda um concurso ("A minha árvore") com alguns resultados bem curiosos que mostrarei um destes dias.
Por último, criámos uma pequena "maternidade de árvores", da qual resultaram as azinheiras que podem observar na imagem. Pretendemos doá-las a alunos do 1º Ciclo num regime de "adopção de árvores", em que as crianças que as receberem se comprometam a cuidar delas com empenho.