sexta-feira, abril 04, 2008

Plantar árvores como modo de vida

Estrada Assumar-Arronches (Portalegre)




- Duas do Ecosfera: roteiro das árvores classificadas (da Sé ao Cais do Sodré, Lisboa), amanhã dia 5 de Abril ; conferência "Gestão de Espaços Verdes" na Fundação de Serralves (Porto), dias 10 e 11 de Abril.

- Imagens da cerimónia de descerramento da placa alusiva à classificação da Rua Gonçalo de Carvalho como Património Cultural, Histórico e Ecológico de Porto Alegre (Brasil). Espreitem aqui mais imagens desta rua maravilhosa.

- Quase 130 mil árvores vão ser plantadas até ao fim do ano na região de Ansião (Leiria), por iniciativa de uma multinacional de construção de automóveis que assim pretende minimizar o efeito da poluição dos veículos que produz (notícia RTP).

Deixem-me estar um pouco mais optimista neste caso do que habitualmente estou em relação a este tipo de iniciativas. Motivo: o crescimento destas árvores irá ser acompanhado e monitorizado ao longo dos próximos 25 anos. Talvez desta vez seja mais do que "boas intenções"!

5 comentários:

Paúl dos Patudos disse...

Olá Pedro
venho desejar um bom fim de semana .
Aproveitei , e dei um salto a essa maravilhosa Rua Gonçalo de Carvalho. Ali sim... sentimo-nos bem .É uma sensação fantástica! Só o facto de vermos as imagens, nos faz sentir bem. Ainda há lugares assim ( mas são tão poucos ). Dá-mos uma vontade enorme de as abraçar-mos.
Fica bem
abraço
Ana Paula

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Olá Ana,

Esta rua e o seu movimento de cidadãos são um exemplo para todos nós:

- A "rua" porque prova que é possível termos "verdadeiras árvores" nas ruas das cidades e não aquelas caricaturas arbóreas que vemos nas vilas e cidades portuguesas;
- O "movimento de cidadãos" porque prova que a cidadania ajuda a resolver muitos problemas e que não devemos estar à espera que o Estado (central ou as autarquias) resolvam todas as questões.

Bom fim-de-semana.

Anónimo disse...

"Ao longo de uma área de 120 hectares serão plantados 55.500 pinheiros bravos, outros tantos carvalhos e 16.700 azinheiras, (...)" ou seja 130 000 árvores em1200 000 m2, aprox: 1 árvore por 3x3 m2. E isto assumindo que a ÁREA DE PROTECÇÂO EM REDE NATURA não tinha lá nenhuma árvore, ou outra coisa a a ocupar espaço - o que é que lá há?
"O projecto é realizado em parceria com a empresa Carbono Verde, Federação dos Produtores Florestais de Portugal (FPFP) e Associação Florestal de Ansião"
Porque é que me parece que a Associação Florestal de Ansião (e os outros) será parte interessada?
(extractos retirados da notícia da RTP)

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Caro Osvaldo,

Em geral tenho algumas reservas em relação a este tipo de iniciativas:

- nas escolas e nas cidades sei que muitas daquelas árvores irão ser mutiladas daí a alguns anos;

- e quando são plantadas em campanhas de reflorestação, sei que muitas não irão sobreviver: por inadequação da espécie ao local ou por, pura e simplesmente, serem plantadas tardiamente o que provoca que muitas acabem por não sobreviver ao primeiro Verão.

E depois há ainda o caso paradigmático da campanha das águas "Serra da Estrela" onde há tanto de "boa vontade" como de "amadorismo", resultando numa acção inconsequente ao nível dos resultados práticos no terreno e da consequente descrença do consumidor/cidadão neste tipo de iniciativas.

No entanto, neste caso e precisamente porque envolve associações de produtores florestais (que acredito terem nos seus quadros ou contarem com o apoio de engenheiros florestais), parece-me que pode existir algum efeito prático no terreno. E, a priori, não me parece que seja "condenável" que possa existir algum "interesse" (entenda-se um "lucro futuro") por parte de alguma associação florestal.

Desde que não se esteja a alterar substancialmente o coberto vegetal e a consequente biodiversidade, não tenho "pruridos" numa floresta que seja rentável, ainda que em Rede Natura. Mesmo na escolha das espécies, ao optar-se pela azinheira e pelo carvalho (suponho que naquela região se irá optar pelo cerquinho) e não exclusivamente pelo pinheiro-bravo, parece-me revelador de bom senso.

Em relação a aspectos mais técnicos não me pronuncio pois não sou engenheiro florestal.

Não quero com isto dizer que este projecto me pareça perfeito ou isento de aspectos criticáveis, apenas me parece uma acção de reflorestação bem mais credível (em termos de resultados práticos) de que todas aquelas que são geralmente levados a cabo por inúmeras empresas de diversos sectores no nosso país.

Obrigado pelo seu comentário.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Pedro, nas minhas andanças posso ter passado por esta estrada mas não me lembro de ver esta árvore que é, de facto, impressionante. Os maiores exemplares de azinheira que já vi foram na estrada que liga Barbacena a Santa Eulália, no concelho de Elvas. Como, suponho, já lhe disse, há também na estrada de Elvas para Santa Eulália um conjunto de sobreiros, alguns de grandes dimensões. Quanto a estes, temo que a anunciada beneficiação da estrada, leve à sua destruição, apesar de serem uma espécie protegida.
Bom domingo
Abraço
Júlia