segunda-feira, maio 07, 2007

O pinheiro-silvestre na Serra da Estrela

O pinheiro-silvestre ou pinheiro-de-casquinha (Pinus sylvestris L.) é uma das duas espécies do género Pinus que os botânicos não têm dúvidas em classificar como autóctones no território continental português [a outra é o pinheiro-manso (Pinus pinea L.)].

Em relação ao pinheiro-bravo (Pinus pinaster Aiton), continua a não ser consensual entre os especialistas se a mesma será autóctone em Portugal, existindo no entanto um consenso acerca da influência humana, no aumento significativo da área ocupada por esta espécie no território nacional.

Plantação de pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.) - Penhas da Saúde

Tal como referido por A. R. Pinto da Silva e A. N. Teles (A Flora e a Vegetação da Serra da Estrela), é de admitir com base nos resultados de análises polínicas efectuadas na Serra da Estrela, que a parte superior da mesma tivesse estado coberta por florestas de pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.) , vidoeiro (Betula sp.) e teixo (Taxus baccata L.), após o recuo dos glaciares do último período glaciar Wurmiano.

Ao que parece, tal como referido por Jan Jansen (Guia Geobotânico da Serra da Estrela), a espécie terá desaparecido da Serra da Estrela há cerca de 10 000 anos. Para os botânicos, as únicas populações autóctones desta espécie no território nacional serão as do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.) nas imediações do Centro de Limpeza da Neve - Piornos

Deste modo, os pinheiros-silvestres (Pinus sylvestris L.) existentes na actualidade na Serra da Estrela pertencem a variedades não-autóctones introduzidas pelos Serviços Florestais do Estado.

Actualmente, fruto dessas plantações, existem alguns indícios de que a espécie se está a tornar subespontânea, ou seja, que a mesma se estará a propagar sem intervenção directa do ser humano.


Exemplar de pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.) - Covilhã


Na cidade da Covilhã, existe um exemplar de pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris L.) plantado junto a um popular café na zona baixa da cidade e, se bem me recordo dos tempos de estudante, também existe um nos jardins da Escola Frei Heitor Pinto.

Na encosta da Covilhã, perto da zona das Sete Fontes, existem alguns belos exemplares que sobreviveram ao incêndio do início da década de 90

1 comentário:

Maria Lua disse...

Agora precisamos de toda a ajuda de quem ama as árvores e a natureza em geral - http://cidadanialx.blogspot.com/2007/05/petio-lisboa-tem-que-ser-ressarcida.html
Não podemos ficar em silêncio!
Obrigado.