quarta-feira, outubro 31, 2007

De Espanha nem bom vento...nem boa poda!

Oviedo (Espanha)

Para que não se pense que a "poda camarária" é um exclusivo nacional...

Esta situação em concreto, que fotografei no Verão passado em Oviedo, ilustra na perfeição uma situação de total inadequação na escolha da espécie e do número de exemplares plantados.

Numa praça com estas características, a opção deveria ter recaído por árvores de pequeno porte e nunca por plátanos; não satisfeitos com esta opção quanto à espécie, decidiram ainda plantar vários exemplares e com pouco espaçamento entre si. O resultado é o que se vê nas imagens...Um conjunto de árvores raquíticas que nada acrescenta ao espaço urbano, nem contribui para o conforto dos transeuntes.

Oviedo (Espanha)

terça-feira, outubro 30, 2007

Uma praga que nos deveria começar a preocupar

Phoenix canariensis Chabaud - Silves


O coleóptero Rynchophorus ferrugineus (Olivier 1790), conhecido em castelhano como escarabajo de pico, picudo ou gorgojo rojo (desconheço uma designação vulgar em português) é um insecto originário do Sudeste asiático, introduzido acidentalmente na Península Ibérica através de palmeiras importadas.

Este insecto está actualmente considerado como uma praga na Península Ibérica, dados os graves problemas que provoca (em particular) nas palmeiras do género Phoenix. Tal é o caso da nossa bem conhecida palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis Chabaud).

Tinha já conhecimento dos graves problemas causados por este insecto na vizinha Espanha, nomeadamente pelos casos relatados em blogues como o Amics arbres. No entanto, desconhecia a presença desta praga no Algarve. Agradeço por este motivo, a chamada de atenção por parte do Manuel. E, tal como ele, alerto para que as autoridades competentes actuem antes que o caso assuma outro tipo de proporções.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Um exemplo a seguir

Reserva Natural Integral de Muniellos (Astúrias, Espanha) - Agosto de 2007

Notícia do "El Mundo" online: a associação sem fins lucrativos "Bosques sin Fronteras" acaba de anunciar a instituição dos prémios "Árvore e Bosque do Ano", os quais serão atribuídos aos responsáveis pela respectiva conservação e/ou manutenção.

Estes prémios pretendem chamar a atenção da opinião pública espanhola para a conservação das árvores monumentais, as quais carecem de uma lei específica do Estado espanhol que as proteja. Por cá, apesar da existência do Decreto-Lei n.º 28468/38 de 15 de Fevereiro, tal não serve de protecção contra as barbaridades cometidas contra as árvores monumentais - ver este exemplo no concelho de Paredes.

P.S. -Ver ainda este artigo.

domingo, outubro 28, 2007

Um espaço para os que amam as árvores

Curiosidade...uma olaia (Cercis siliquastrum L.) a florir no Outono - Idanha-a-Velha

Um fórum para debater todas as questões relacionadas com as árvores - "Arboricultura Moderna, Nós e as Árvores".

sábado, outubro 27, 2007

E ainda se orgulham...

Imagem do Clube Escape Livre


No seguimento deste texto, escrito a propósito da inacreditável decisão que permitiu que um passeio de todo-o-terreno se desenrolasse nas pistas de esqui da Torre (Reserva Biogenética do Conselho da Europa), surge a necessidade de novo desabafo!...

A edição de hoje do jornal Público, no seu suplemento Fugas, e a propósito deste passeio de todo-o-terreno, traz o seguinte texto da autoria da jornalista Marília Moura: "A Glória na Torre (...) Reconheci o frio da Serra da Estrela, mas faltou a neve. Nunca pensei entrar de X3 na pista de esqui, mas creio que foi mais emocionante do que andar de trenó.
Tinha de escolher entre trilho acentuado em cascalho ou estrada de alcatrão. Optei pela primeira, queria sentir a dificuldade. Sem derrapar, subi entre lascas soltas de xisto e granito até à Torre. Chegara a altura de descansar e respirar fundo, de desfrutar da voltinha de telecadeira e do assombro da panorâmica. O meu momento de glória".

Cara Marília Moura: cada pessoa terá os seus momentos de glória. Eu, cidadão deste República onde ninguém cumpre as leis, nem respeita o pouco património que nos resta, orgulho-me de ter tido vários momentos de glória. E, sobretudo, de nenhum deles ter implicado andar de "jipinho" sobre o habitat e, literalmente, sobre algumas espécies, das mais importantes e mais vulneráveis da nossa flora e fauna.

E porque o Público não é um jornal qualquer; porque é dirigido pelo José Manuel Fernandes, pessoa com sensibilidade para as questões ambientais e que, entre outras obras, é autor do livro "Serras de Portugal", onde faz um lúcido e emotivo retrato da Serra da Estrela, senti-me na obrigação moral de lhe enviar o texto que a seguir reproduzo:

Exm(o) Director do jornal "Público":

Escrevo-lhe na dupla condição de leitor de sempre do jornal que dirige e de amante da Serra da Estrela. Nunca como até hoje, me tinha sentido tão ofendido (nessa dupla condição) por um texto escrito no "Público".
Aconteceu hoje, num texto assinado pela jornalista Marília Moura, no suplemento Fugas, a propósito de um passeio de todo-o-terreno que culminou no atravessamento de uma parte do planalto da Torre, fora de qualquer caminho existente.
O José Manuel Fernandes não é uma pessoa qualquer; é uma pessoa com preocupações ambientais e que conhece a zona descrita ou não fora um dos autores do livro "Serras de Portugal". Por este motivo, não será necessário relembrar-lhe que o Planalto da Torre alberga espécies altamente vulneráveis, com um valor ambiental incalculável, que levaram à sua classificação como Reserva Biogenética do Conselho da Europa.
Ambos sabemos que os problemas ambientais da Serra da Estrela, e da Torre em particular, são muito extensos e começam logo na existência desta pseudo-estância de esqui. Sei bem que no meio da autêntica lixeira a céu aberto em que se transformou a Torre, este passeio motorizado parecerá uma coisa menor.
E também não se trata de uma questão de radicalismos ou fanatismos ambientais. Eu também já andei de todo-o-terreno na serra mas nos locais próprios, como é evidente.
Do que se trata aqui é de uma questão de princípios que um jornal com a responsabilidade do "Público", deveria transmitir perante os seus leitores e a sociedade em geral. Dito por outras palavras, os seus jornalistas têm uma responsabilidade acrescida perante a sociedade, como a que eu tenho enquanto professor de ciências. Estamos sempre a ser julgados pelas nossas acções pelo que não devemos nunca pactuar com situações que violem as mais elementares regras de cidadania (mesmo que neste caso existisse uma autorização do Parque Natural da Serra da Estrela). Dito por outras palavras, um jornalista não é uma pessoa como outra qualquer, tem um conjunto de responsabilidades cívicas e não pode vir para a praça pública vangloriar-se de ter andado a passear numa zona ambientalmente sensível como esta.
Não vou deixar de ser leitor do "Público", porque não foi por causa desta infeliz situação que deixou de ser o melhor jornal deste país. Não estou à espera que a jornalista em causa se arrependa do seu (irreflectido?) acto. Mas custava-me muito que uma pessoa como o José Manuel Fernandes não tivesse uma palavra sobre este caso.

Agradecido por toda a atenção, com os melhores cumprimentos,

Pedro Nuno Teixeira Santos

Wollemia nobilis - Uma araucária com uma longa história

Foi uma descoberta que deixou os botânicos boquiabertos...

Uma planta que se julgava há muita extinta*, pertencente a uma família botânica (Araucariaceae) com mais de 200 milhões de anos, foi descoberta em 1994 a pouco mais de 200 km a oeste de Sydney, no Wollemi National Park.

A espécie em causa é a Wollemia nobilis, uma árvore assim baptizada por ter sido descoberta no Wollemi National Park (Wollemia) por David Noble (nobilis), um funcionário do Serviço de Parques australiano (NPWS - The National Parks and Wildlife Service).

Esta árvore, como referi anteriormente, é uma conífera da família das araucárias (Araucariaceae), como a nossa bem conhecida araucária-de-norfolk [Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco], existindo apenas aproximadamente 100 exemplares no seu habitat natural.

* Os fósseis mais antigos desta espécie terão uma idade aproximada de 90 milhões de anos.

Mas o motivo que me leva a escrever este texto foi a (re) descoberta de um artigo do jornal Público de 14 de Março último. Nesse artigo é mencionado que o único exemplar desta espécie na Península Ibérica se encontra no Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja, tendo sido adquirido, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, num leilão em Outubro de 2005 em Sydney.

Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)

Este artigo do Público estava esquecido num dos meus livros de árvores e dele só me recordei por culpa da leitora Vera Ferreira, que teve a amabilidade de me enviar um relato e umas fotografias da sua visita ao Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja.

Com a sua autorização, publico as fotografias da "nossa" Wollemia, um bom motivo para os amantes de árvores e da botânica, em geral, visitarem este museu da cidade de Beja.

Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)


Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)


Wollemia no seu habitat natural (Wollemi National Park - Blue Mountains, Austrália) - fotografia do site The Wollemi Pine


Para mais informações sobre esta espécie aconselho a visita ao site The Wollemi Pine.


 Adenda: Este exemplar de wollemia foi posteriormente transplantado para um jardim público de Beja, tendo sido classificado como árvore de interesse público em Maio de 2012.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Crimes e boas intenções

Ver aqui imagens do massacre da autoria da C.M. Faro (Fotografia do Barlavento Online)


O Manuel deu-me a ideia e eu decidi segui-la:

Na sequência da notícia que relatei sobre o massacre de árvores no Largo de S. Francisco em Faro, da exclusiva responsabilidade da autarquia local, decidi propor que se inunde o gabinete do sr. presidente da câmara com mensagens de desagrado face ao ocorrido.
O endereço de correio electrónico do gabinete de apoio ao presidente é: gap@cm-faro.pt

Como escreveu o Paulo no meu último texto sobre este assunto: "Esta história de Faro seria um grande disparate se não fosse um crime".

E agora as boas intenções: a revista Visão saiu hoje para as bancas com uma auto-intitulada edição verde...No site da iniciativa, entre outros aspectos, convida-se os leitores a contribuir para a plantação de uma árvore numa cidade portuguesa - ver aqui. E até se menciona a lista de cidades que aderiram a esta iniciativa - ver aqui.

Sabendo todos nós como as árvores são tratadas nas cidades portuguesas, não posso deixar de me interrogar sobre o futuro desses exemplares. Quantos, daqui a uns anos, não irão sucumbir às podas camarárias? Quantas destas autarquias que aderiram à iniciativa possuem técnicos especializados no tratamento de árvores? Como diria a minha mãe, de boas intenções...

Mais casos exemplares...

...mas da falta de respeito dos portugueses em relação às árvores:

1ª) A primeira situação refere-se a um sobreiro situado no concelho de Paredes (freguesia de Recarei), conhecido como o Sobreiro Secular do Calvário.
Este sobreiro, classificado como árvore de interesse público desde Janeiro de 1967, tem sido alvo de vários atentados. O que prova (se é que ainda é necessário provar algo a este propósito!....) o pouco respeito que os portugueses têm, inclusivamente, por árvores que estão protegidas por lei.

Uma história para descobrir no blogue Sobreiro Secular do Calvário.

2ª) A segunda é uma história de arrepiar, daquelas que mereciam a bolinha vermelha no canto superior direito.
Quando pensava que já tinha visto tudo sobre podas camarárias, eis que a Câmara Municipal de Faro consegue cometer a seguinte proeza: decepar árvores para montar as tendas de uma feira que dura 10 dias!...Sim, estes supostos responsáveis pela preservação do património público, destruíram esse mesmo património que levou uns anos a crescer para montar estruturas temporárias!

Um escândalo? Não, é normal...estamos em Portugal!

Para ver a notícia no Barlavento Online (Obrigado, Manel...) e neste PowerPoint que o leitor Mauro Rodrigues me enviou. Não deixem de ver...escandaloso mesmo para o que é habitual no nosso país!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Apelo urgente

Plátanos (Platanus orientalis L. var. acerifolia Aiton) - Unhais da Serra (Covilhã)

Em Julho passado escrevi este texto, sobre o magnífico conjunto formado por dezenas de plátanos em Unhais da Serra (concelho da Covilhã).

Ontem recebi o seguinte comentário: "
Por estes dias, estes belos plátanos vão ser cortados. 25 pelo que dizem. É o preço do progresso.Um preço muito elevado". Apesar de ser um comentário de um autor não identificado, o mesmo merece-me, no mínimo, que se considere como plausível tal hipótese. Ou não estivéssemos nós em Portugal!

Por isso, lanço um veemente apelo a todos os que se preocupam não apenas com as árvores. Mas a todos os que acreditam num efectivo progresso, que concilie o progresso económico com a qualidade de vida. Apelo a que escrevam ao presidente da Junta de Freguesia de Unhais da Serra, pedindo para que este conjunto magnífico de árvores seja protegido.

Este conjunto de plátanos
deveria ser objecto de orgulho da sua população e constituir um "ex libris" da vila, pela beleza que lhe confere e pela qualidade ambiental que proporciona aos afortunados que aí residem.

Nenhum progresso pode ser feito à custa da qualidade de vida das pessoas.

Deixo o nome do presidente da Junta e as formas de contacto:

Presidente da Junta de Freguesia: António João dos Reis Rodrigues

Rua Junta de Freguesia, 1
6215-521 Unhais da Serra

Telefone: 275 971 279
Fax: 275 971 279

E-mail:jf.unhaisserra@gmail.com

Muito obrigado.

A explicação

Galha em exemplar de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.)

De acordo com os comentários que alguns leitores foram deixando neste texto e ainda pela informação constante de um e-mail que recebi do Pedro Lérias, este fenómeno representará a fase inicial da formação de uma galha; neste caso particular, o responsável será um insecto da família Cynipidae e do género Andricus.

O leitor Agostinho Palminha refere como responsável a espécie Andricus pictus, que dará origem a este tipo de galhas no carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) e também no cerquinho (Quercus faginea Lam.) - esta informação é consistente com as observações efectuadas na zona da Serra da Gardunha pelo leitor Albano Matos (que é o autor das fotografias).

Aproveito para agradecer a todos os leitores que deixaram algumas pistas e fizeram alguma investigação sobre este fenómeno. Obrigado.

A serra e as suas lagoas

Serra da Estrela

Um novo blogue sobre a Serra da Estrela, em particular sobre os habitats de água doce formados pelas suas lagoas: Lagoas da Estrela.

terça-feira, outubro 23, 2007

Mais um exemplo...

Estação de caminhos-de-ferro de Oeiras

Mais um caso exemplar de falta de planeamento no modo como se plantam as árvores no nosso país.

Escolhe-se a espécie sem pensar no porte que esta irá adquirir passados alguns anos; depois alguém repara nas catenárias...e o resto já é bem conhecido: a nossa amiga moto-serra tudo "resolve" à posteriori! Quando iremos aprender?

P.S. - Fotografias gentilmente cedidas pelo leitor Albano Matos.

domingo, outubro 21, 2007

Chave de identificação dos carvalhos portugueses

O leitor Rui Pedro Lérias teve a amabilidade de partilhar comigo uma chave dicotómica para identificação dos carvalhos autóctones de Portugal* e que inclui ainda o carvalho alóctone mais difundido em Portugal (Quercus rubra L.).


* esta lista inclui: azinheira (Quercus rotundifolia Lam.), sobreiro (Quercus suber L.), carvalho-alvarinho ou roble (Quercus robur L.), carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), cerquinho (Quercus faginea Lam.), carvalho-de-monchique (Quercus canariensis Willd.), carrasco (Quercus coccifera L.) e a carvalhiça (Quercus lusitanica Lam.). De fora desta lista ficam os híbridos que se podem formar entre algumas destas espécies.



Carvalho-de-monchique (Quercus canariensis Willd.)

Azinheira (Quercus rotundifolia Lam.)


Sobreiro (Quercus suber L.)

Carvalho-alvarinho ou roble (Quercus robur L.)

Carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.)
Carvalho-americano (Quercus rubra L.)

P.S. - Fica aqui a ligação a partir da qual poderão consultar a referida chave dicotómica elaborada pelo Rui Pedro.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Um outro carvalho da Península Ibérica

Quercus petraea (Matt.) Liebl.

A ida às Astúrias no Verão passado permitiu-me a descoberta de um carvalho, ausente do território português, mas autóctone no Norte de Espanha.


Refiro-me ao Quercus petraea (Matt.) Liebl., árvore de folha caduca que pode atingir os 40 metros de altura, com uma ampla distribuição no continente europeu (com excepção do seu extremo Norte e de zonas da orla do Mediterrâneo).

A identificação da espécie, por comparação das características das suas folhas com as do carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) e carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), é uma tarefa relativamente fácil.

Entre outras características, as folhas do Quercus petraea distinguem-se das do Quercus robur pelo tamanho do pecíolo (que no caso do petraea nunca é inferior a 1 cm/1,8 cm, enquanto que no robur raramente supera os 0,7 cm de comprimento).

Em relação ao Quercus pyrenaica a distinção é fácil dado que as folhas deste carvalho são densamente aveludado-tomentosas na página inferior. As folhas do Quercus petraea têm apenas alguns pêlos ao nível das axilas das nervuras da página inferior.


Pormenor da página inferior das folhas de Quercus petraea (Matt.) Liebl.


É de referir que estas 3 espécies do género Quercus partilham, em certas zonas do Norte de Espanha, o mesmo território (embora em condições ecológicas diferentes).

Este é o caso da Reserva Natural Integral de Muniellos, onde podemos encontrar estes 3 carvalhos - o pyrenaica nas encostas mais expostas a Sul e como espécie pioneira em zonas nas quais o coberto florestal está a regenerar; o robur preferencialmente nos vales, ou seja, em zonas de solos mais profundos; e o petraea, que é dos três o mais abundante, nas restantes zonas de encosta [embora nas mais sombrias seja substituído pela faia (Fagus sylvatica L.) enquanto espécie dominante].

P.S. - Ver aqui um mapa de distribuição do Quercus petraea (Matt.) Liebl. na Europa.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Ainda sem resposta...






Continuo sem uma resposta conclusiva para este fenómeno, já relatado neste texto, e que aparenta ser exclusivo de carvalhos. Novamente as fotografias foram tiradas por Albano Matos, leitor e amigo da Sombra Verde, em exemplares de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) na Serra da Gardunha.

terça-feira, outubro 16, 2007

Sherwood em perigo

Major Oak (Quercus robur L.) - Floresta de Sherwood (Inglaterra) - imagem retirada desta página do site da Universidade de Nottingham

Do Ecosfera chega uma notícia preocupante quanto ao futuro da floresta de Sherwood, em Inglaterra: "Cálculos citados hoje pelo jornal britânico “The Guardian” revelam que, dentro de 50 anos, a maior mancha de carvalhos antigos da Europa (no condado de East Midlands) – muitos com mil anos ou mais – deixará de existir".

O mais famoso destes carvalhos é o Major Oak, um carvalho-alvarinho ou roble (Quercus robur L.) com uma idade estimada entre os 800 e os 1000 anos. Um "pouco mais" do que o nosso carvalho de Calvos.

Conheça aqui um pouco mais sobre a floresta encantada de Sherwood.

E quando, definitivamente, perdemos toda a vergonha na cara!

Imagem do Clube Escape Livre



Local: Planalto da Torre, parte integrante do Parque Natural da Serra da Estrela (criado pelo Decreto-Lei n.º 557/76 de 16 de Julho) e parte da Rede de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa.

Não, agora a sério, não se preocupem que isso é só para inglês ver!...Na realidade, deveria ler-se: "Planalto da Torre, parte integrante do Parque Natural da Serra da Estrela e mais qualquer coisa da Europa, criado por uma espécie de Decreto-lei e onde tudo é permitido, sobretudo violar as leis da República, a Constituição Portuguesa e as Directivas da União Europeia. Bem-vindos ao 3º mundo, tudo é permitido e tudo está a saque!"

P.S. - Obrigado ao José do Cântaro Zangado por mais esta denúncia, a qual penso que deveria ser encaminhada para a direcção do Parque Natural da Serra da Estrela [ou para o próprio Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB)], para a Linha SOS-Ambiente 24 e para o SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR).

segunda-feira, outubro 15, 2007

Uma questão de princípios

Um exemplo de quem luta por convicções e delas não abdica. Na Escola EB 1/JI de Paço-Sobrado (no concelho de Valongo) os professores lutam por salvar um conjunto de pinheiros.

Sinto-me honrado por ter colegas professores que lutam por princípios. Que lutam por salvar árvores. Que lutam pela felicidade dos seus alunos.

Leiam este texto e deixem lá o vosso comentário de apoio!

Histórias exemplares que nos deveriam envergonhar

Segundo um texto do "Estrela no seu Melhor", o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã terá classificado o projecto de ampliação da Pousada de Juventude das Penhas da Saúde, nos seguintes termos: "Um mamarracho que nos envergonha a todos".

Eu diria que dado o estado das coisas dentro do Parque Natural da Serra da Estrela, considerar um edifício como sendo bonito ou feio é supérfluo; por mim, no meio de tanta aberração, já me daria por satisfeito que todas as edificações e projectos de urbanização cumprissem as leis da República. E que, por exemplo, as edificações ilegais fossem demolidas.

Uma pessoa pode sentir vergonha por muitos motivos; a mim, por exemplo, como cidadão português envergonha-me este discurso (e este), onde o Presidente da câmara do meu concelho defende os direitos de quem construiu casas ilegais de férias num Parque Natural. Sublinho, casas de férias!

Eu só me pergunto o seguinte: se o senhor presidente comprasse uma casa, com tudo dentro da legalidade e, de repente, lhe construíssem umas casitas ilegais de férias que lhe tapassem os horizontes à sua casa, que atitude iria tomar? Sim, eu faço o enorme favor de acreditar que não iria mandar demoli-las e que, pelo contrário, como fez neste caso das Penhas da Saúde, até iria gastar dinheiro de todos os contribuintes para fazer arruamentos e parques infantis.

No meio da selvajaria urbanística da "aldeia de montanha" das Penhas da Saúde, classificar um edifício como "mamarracho" só pode ser encarado como uma brincadeira!

Diz que é uma espécie de aldeia de montanha - Penhas da Saúde, Parque Natural da Serra da Estrela

Outra história exemplar é a que se passou com o Parque de Campismo do Pião e que vem relatada na última edição do Jornal do Fundão (n.º 3191 de 11 de Outubro de 2007), sob o título: "Presidente do Parque ate teve um ataque de coração..."
Já estão a imaginar que é mais um caso que promete...De forma resumida, esta é a história: o Parque de Campismo do Pião (que é sobretudo de roullotes, como se pode ver pela imagem), situado no limite do Parque Natural da Serra da Estrela na encosta da Covilhã, funciona sem alvará há 25 anos! O Estado, ao fim de um quarto de século, decidiu-se finalmente a fazer cumprir a lei. Isto é, a ASAE deu um prazo de 60 dias para a direcção do Clube de Campismo e Caravanismo da Covilhã (CCCC) resolver o problema.


Isto, ou seja, o facto de existir um parque que funciona há 25 anos sem alvará deveria ser a notícia. Mas, e cada jornal toma as opções editoriais que entende, para o Jornal do Fundão a notícia está no princípio de ataque cardíaco que o presidente do CCCC terá tido quando soube da visita da ASAE.

Escusado será dizer que tenho o máximo respeito pelo estado de saúde de qualquer ser humano e que desejo à pessoa em causa a devida recuperação. A questão não está aí.
A questão está no facto de neste país supostamente ser normal pactuar-se com situações de ilegalidade e quando o Estado se decide a fazer cumprir as leis a que todos os cidadãos estão obrigados, ainda é esse mesmo Estado que assume o papel de mau da fita.
E é esta a mensagem subliminar que passa quando se lê a referida notícia. E é com isso que me revolto e com o qual não posso pactuar.

Nessa reportagem, António Rebordão (Presidente do Conselho Geral do CCCC) afirma que este parque de campismo é "um cartão de visita da Covilhã". Eu diria que cada cidade tem os cartões de visita que merece.

Parque de roullotes (perdão, de campismo!) do Pião - segundo o Jornal do Fundão "um oásis na Serra da Estrela".


Mais uma imagem tirada à porta do referido oásis...

domingo, outubro 14, 2007

Cuidadores de árvores

Alameda de plátanos, Ponte de Lima


O Jornal da Noite da SIC, da passada sexta-feira (dia 12), passou uma reportagem alargada sobre a forma inqualificável como o património arbóreo é tratado no nosso país. Foi ainda dado destaque ao IV Campeonato de Escalada de Árvores, que decorreu nos jardins da Fundação de Serralves, ontem e anteontem (numa organização da Sociedade Portuguesa de Arboricultura).

Podem ler um resumo desta reportagem nesta página. Foi um pequeno contributo, mas ainda assim um contributo, para denunciar o problema generalizado das podas mal executadas, que são apenas uma das muitas manifestações do ódio e desprezo que os portugueses sentem em relação às árvores.
Convidava-os a que deixassem um comentário na referida página da SIC sobre esta questão. Até para demonstrar o interesse que, pelo menos um grupo de portugueses, sente sobre estas questões.

P.S. - Pessoalmente, confesso que já tentei deixar um comentário por diversas vezes mas sem sucesso (parece existir um problema técnico ou talvez o meu comentário seja demasiado extenso). Talvez vocês tenham mais sorte...

sábado, outubro 13, 2007

Outubro

Tramazeiras (Sorbus aucuparia L.) - Serra da Estrela, Outubro 2007


De amor nada mais resta que um Outubro (...)

Natália Correia

sexta-feira, outubro 12, 2007

O sobreiro, a acácia e o insecto - crónica de uma polémica anunciada


Sobreiro (Quercus suber L.) dos Canhestros, Silves (árvore classificada de interesse público)

O meu amigo Manuel Ramos chamou-me a atenção para esta notícia do Barlavento online.

De forma resumida, a referida notícia descreve que se pretende premiar o melhor trabalho de investigação para valorização do sobreiro e as melhores práticas de gestão do montado, no âmbito da iniciativa Business & Biodiversity (enquadrada no Programa de Acção para a Recuperação dos Montados de Sobro e Azinho).
Esta iniciativa surge da união de esforços entre a Direcção-Geral de Florestas, a Corticeira Amorim, o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), a Quercus e o Worldwide Fund for Nature (WWF).

Porque boas notícias para a conservação da biodiversidade também podem ser boas notícias para a economia nacional.

Encosta invadida por mimosas (Acacia dealbata Link.)

E por falar em biodiversidade, uma das principais ameças à sua conservação reside no problema das espécies invasoras.


No nosso país, algumas das invasoras mais perigosas pertencem ao género Acacia, como é o caso da acácia-de-espigas [Acacia longifolia (Andrews) Willd.]. Esta espécie, originária do Sudeste australiano, introduzida para fins ornamentais e consolidação de dunas, é hoje uma invasora largamente distribuída pelo nosso território, com particular incidêndia no litoral.


Na África-do-Sul, país que lida com problemas similares com as acácias australianas, têm sido feitas várias tentativas de controlo do problema. Com base nessa experiência sul-africana, está neste momento a ser ponderada a introdução do insecto Trichilogaster acaciaelongifolia com vista a tentar conter o problema (ver aqui notícia do Jornal de Notícias).

Os biólogos que ponderam esta possibilidade, mais do que ninguém, conhecem os riscos associados a este tipo de soluções. O passado mostra-nos que, em certos casos, a opção nem sempre foi bem ponderada.
E, por esse motivo, sei bem que dizer agora que neste caso em concreto, a possível decisão favorável à libertação do insecto terá por base estudos científicos aprofundados e a experiência de outros países, não irá sossegar muitas almas. No entanto, tal resulta do problema gravíssimo (e de que quase ninguém fala...) dos hectares e hectares colonizados por esta e outras espécies do mesmo género.

E a responsabilidade aqui é toda (ou quase toda) do Estado português, que permitiu que a situação atingisse um ponto de quase não retorno; Estado esse que foi, através dos seus diversos serviços, até um passado bem recente, o responsável pela introdução de muitas destas espécies no nosso país. E Estado esse que ainda hoje é permissivo com a venda em viveiros (ou através da internet) de numerosas espécies que podem no futuro vir a tornar-se invasoras. Por exemplo, que controlo é feito ao nível dos aeroportos?

Claro que não sou ingénuo e sei bem que será impossível que alguma vez venha a existir um controlo total sobre as sementes e plantas que entram em território nacional; mas será que se importavam de ser um pouquinho menos permissivos?! É que qualquer medida tomada nesse sentido será melhor do que o que existe actualmente...ou seja, rigorosamente nada!

Talvez a discussão e a polémica que venham a ser suscitadas por esta questão, acordem o Estado e a opinião pública para o problema das invasoras. Porque é bom relembrar que todos nós temos, a esse respeito, as nossas responsabilidades - saiba aqui o que pode fazer para ajudar.

quinta-feira, outubro 11, 2007

A amoreira de Idanha-a-Velha




Tu podes confiante
receber-me com neve:
sempre ao percorrer o verão
ombro a ombro com a amoreira
gritava sua mais jovem folha.”

Paul Celan



P.S. - Fotografias gentilmente cedidas pela minha colega Dilar; retratam uma velha amoreira (penso que se trata da Morus nigra L.), situada no centro da aldeia de Idanha-a-Velha.

terça-feira, outubro 09, 2007

Se deste Outono...


Primeiro as fotografias de uma estação que vai mudando os tons e os cheiros da paisagem. É o Outono que se adivinha...

Um
dos meus locais predilectos deste país, o Douro. Fotografado este passado fim-de-semana pelo meu amigo Vítor; obrigado, sobretudo por me teres ajudado a compreender as saudades que sinto desse vale abençoado...

Frutos que aconchegam; uma Natureza madura e generosa. Um excesso de Natureza, como disse o Torga...
















E depois um poema...de Outono, claro.

Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.


Eugénio de Andrade

Bem-vindos ao Outono. Para mim, mais do que nenhuma outra, uma estação de renascimento...

segunda-feira, outubro 08, 2007

Como distinguir as bolotas de alguns carvalhos

O presente texto visa servir de complemento ao que anteriormente escrevi intitulado "Como distinguir os carvalhos entre si".

Hoje debruço-me sobre as diferenças existentes ao nível das bolotas entre 3 tipos de carvalhos de folha caduca*, comuns na área do Parque Natural da Serra da Estrela: o carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), o carvalho-alvarinho ou roble (Quercus robur L.) e o carvalho-americano** (Quercus rubra L.).

* o carvalho-negral, em determinadas condições, possui folhas marcescentes.

** existe no nosso país mais do que uma espécie do género Quercus com origem na América do Norte. Por este motivo, embora vulgarmente a designação de carvalho-americano se refira à espécie Quercus rubra, em determinados casos ela é atribuída a outras espécies de carvalhos procedentes da América do Norte.



Bolota de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) - em fase de maturação

As bolotas de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) possuem dimensões compreendidas, em média, entre os 1,5 e os 4,5 cm de comprimento e 1 a 2,5 cm de largura; as respectivas cúpulas apresentam escamas dispostas de forma imbricada* (as da parte superior podem estar, mais ou menos, livres entre si) e são pilosas, isto é, possuem pequenos pêlos.


* numa disposição semelhante às das telhas num telhado.

Bolota de carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) - madura

Bolota de carvalho-alvarinho (Quercus robur L.)

As bolotas de carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) possuem um tamanho médio que ronda os 2 a 4 cm de comprimento e 0,8 a 1,8 cm de largura; a respectiva cúpula apresenta escamas imbricadas e soldadas entre si, sendo algumas planas e outras apresentando uma ligeira saliência.

Na árvore, as bolotas de carvalho-alvarinho são muito fáceis de distinguir relativamente às bolotas de carvalho-negral, devido à existência de um pequeno pedúnculo delgado que pode possuir ligado a si até 3 bolotas (esse pedúnculo é parcialmente visível na imagem anterior).

Bolotas de carvalho-americano (Quercus rubra L.)

As bolotas de carvalho-americano (Quercus rubra L.) possuem 2 a 3 cm de comprimento, com uma forma arredondada na base (possuem uma forma aproximadamente semelhante a um barril); a cúpula auxilia na respectiva identificação, uma vez que tem um aspecto comprimido (aproximadamente semelhante a um disco).

Bolotas de carvalho-americano (Quercus rubra L.)

Resumindo: a identificação das bolotas não é fácil, sobretudo porque parte das características que as permite distinguir se situa na respectiva cúpula; a qual pode estar separada do fruto propriamente dito, quando formos proceder à sua recolha nas florestas. Este facto dificulta bastante (ou torna quase impossível) a respectiva distinção quanto à espécie de procedência.


Deste modo, se o leitor pretende recolher exclusivamente bolotas de carvalho-negral para a campanha "Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela", evite as zonas onde estes carvalhos (em especial o negral e o alvarinho) convivem na mesma área (exemplos: encosta da Covilhã, vertente norte da Serra da Gardunha e boa parte dos territórios dos concelhos de Seia e Gouveia abaixo dos 1 000 metros de altitude); prefira as zonas de domínio (quase) exclusivo do carvalho-negral (muitas das quais se situam em redor da A23, nomeadamente entre os nós de Covilhã Norte e Caria e em redor da área de serviço da Guarda).

Por último, evite propagar o carvalho-americano pois é uma espécie exótica que pode vir, no futuro, a assumir características invasoras.

sábado, outubro 06, 2007

O que a Beira tem de melhor...

Festa da maçã bravo de Esmolfe - Esmolfe (Penalva do Castelo)

Algumas sugestões de leitura (e outras notícias) :

- A revista Arquitectura e Vida (N.º 85 de Setembro 07) traz um artigo muito interessante sobre a importância das árvores no ambiente urbano, da autoria de Ana Luísa Soares e Cristina Castel-Branco (arquitectas paisagistas) e de Francisco Castro Rego (engenheiro silvicultor); (agradeço ao Francisco Paiva do blogue Obrar a sugestão de leitura).

- E é precisamente pela importância da árvore nas cidades que nos deveria preocupar o preconceito de que a árvore é um elemento que estorva e está a mais no ambiente urbano - porque em Portugal o verbo requalificar implica (quase) sempre o sacrifício das árvores, é com atenção que deveremos seguir os planos para a remodelação do Largo do Toural em Guimarães (ler Para breve (mais) sizentismo em Guimarães? no Dias com Árvores).


Festa da maçã bravo de Esmolfe - Esmolfe (Penalva do Castelo)

- Segundo a última edição d' O Interior (N.º 406 de 4 Outubro 07) foi mais uma vez adiado o prazo para a entrega das fotografias relativas ao concurso "Em Busca da Maior Árvore", uma iniciativa da Associação Transumância e Natureza.
O novo prazo final de inscrição na iniciativa foi adiado para 9 de Novembro, sendo que até ao presente momento já foi enviado um conjunto de fotografias relativo a 50 espécimes, que estão neste momento a ser avaliados; (recorde-se que esta iniciativa se restringe a árvores situadas no distrito da Guarda, excluindo as árvores que já estejam classificadas pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, e que nela só poderão participar crianças e jovens até aos 18 anos).

- Podem encontrar no blogue Trees, if you please a edição #16 do Festival of the trees.

- O elogio da árvore n' o Elogio da Sombra.

- No próximo dia 15 de Outubro, e por mais 22 euros, poderão adquirir conjuntamente com o Público a obra "O Jardim", edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Este livro ilustra a história do Parque Gulbenkian, obra marcante da arquitectura paisagista do século XX, da autoria dos arquitectos Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro-Telles.


Festa da maçã bravo de Esmolfe - Esmolfe (Penalva do Castelo)

- Uma biografia de Brotero, intitulada "Félix de Avelar Brotero - Uma História Natural", da autoria da arquitecta paisagista Cristina Castel-Branco, encontra-se já à venda (ler notícia no Naturlink).

- Para finalizar mais uma notícia via Naturlink: a empresa espanhola Maderas Nobles de la Sierra de Segura, S.A. lançou uma campanha, denominada Responsarbolidad, que visa plantar 100 milhões de árvores na Península Ibérica.
Esta empresa esteve na origem da constituição da Fundación + Árboles que, entre outras iniciativas, foi a responsável pela realização, no passado dia 27 de Junho em Barcelona, do 1º Encontro Internacional dos Amigos das Árvores.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Do amor às árvores...




(...) só poderia nascer uma obra que consagrasse esse mesmo amor. Assim nasceu o magnífico livro "Árboles, Leyendas Vivas", da autoria de Susana Domínguez Lerena, com fotografias da própria e de Ezequiel Martínez.


Susana Domínguez Lerena é engenheira florestal e fotógrafa da Natureza, sendo autora ou co-autora de numerosos trabalhos sobre árvores. Na actualidade dirige um projecto de catalogação, conservação e divulgação das árvores notáveis do território espanhol, denominado Árboles, Leyendas Vivas, o qual esteve na base da publicação do livro com o mesmo nome.

É um livro extraordinário, de e para quem ama as árvores, e que nos dá a conhecer 100 das 3500 árvores catalogadas pelo referido projecto.


Esta obra é o fruto de uma enorme devoção a esses seres vivos extraordinários que são as árvores. É uma descoberta imprescindível que recomendo vivamente.

Termino com uma breve passagem da Introdução ao livro escrita pela própria Susana Lerena:
"Los árboles son para el ser humano seres vivos inmortales que nos sobreviven de generación en generación. Recordamos con cariño el árbol que plantó nuestro abuelo o nuestros antepasados más lejanos, pues es el vínculo de vida que nos une a nuestros ancestros. Me impresionó una declaración de José Saramago en la que afirmaba que el hombre más sabio que había visto en su vida fue su abuelo, un hombre que vivió toda su vida en el campo, pastor y contador de historias, que cuando supo que le llegaba la hora de la muerte se abrazó a todos y cada uno de los árboles con los que había convivido toda su vida".

Encarem este livro como uma viagem de descoberta, uma extraordinária viagem ao reino das árvores...


P.S. - A todos os interessados em iniciar essa viagem deixo
o ISBN: 84-609-5276-2.