segunda-feira, março 30, 2009

Plantar bosques



"Um homem terá, pelo menos, dado a partida para a descoberta do sentido da vida humana, quando começar a plantar árvores frondosas sob as quais sabe muito bem que jamais se sentará".

David Elton Trueblood


Projecto "Plantar Bosques" - Uma iniciativa resultante da colaboração entre o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), a Autoridade Nacional Florestal, a Agência Portuguesa do Ambiente, o Corpo Nacional de Escutas e a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza).


Notícia recebida via Maria Pudim.

5 comentários:

ljma disse...

Pedro, óptimo projecto! Na linha do Milhão de carvalhos.

Por falar em bosques, o meu continua quase todo por transplantar. Levei em Janeiro os meus filhos, num dia frio e ventoso, para a encosta da ribeira de Beijames sob o alto das antenas, e transplantámos uma cuvete com uns vinte carvalhos negral (era a que tina apresentado menor taxa de sucesso). As restantes continuam no meu jardim e, como parece que não vem aí chuva para já, e o calor há-de recomeçar em breve, resolvi adiar para o ano que vem a mudança dos restantes 100 carvalhos. Entretanto, no Verão vou tentar (mais uma vez!) germinar sementes de bétula. A ver o que dá!

Saudações!
José Amoreira

pedro vicente disse...

Caro Pedro,
Faço parte do projecto,sao regularmente feitas plantaçoes e recolhas de sementes da nossa flora nativa.Actualmente tenho cerquinhos,carvalhos de monchique e dois ulmeiros minor que pretendo oferecer a uma das plantaçoes.Mas no entanto lamento a ausencia de legislaçao que vise proteger os carvalhos ou outras especies...se ja a do sobreiro e azinheira é o que é...imagina sem legislaçao...qualquer individuo pode muito bem aniquilar um carvalhal,seja ele centenario ou jovem,assim como muita da nossa flora ribeirinha(freixos,choupos e ulmeiros que tem vindo a diminuir).O que me faz questionar,nao o porque de plantar,mas que garantias existem que todo este bem que tem sido feito nas plantaçoes nao seja destruido?ao que possamos recorrer a meios de defesa da propriedade e visar um "conforto" por danos patrimoniais...nunca sera na verdade sustituido a maior perda,que é o patrimonio natural e que por direito pertence a todos!!

ljma disse...

Obviamente, ontem estava com sono. Queria dizer que levei os meus filhos para a encosta da ribeira das Cortes, não a de Beijames.
Abraço!

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Antes de mais, um pedido de desculpas aos dois pela demora na resposta.

José,

Penso que fizeste bem em adiar o transplante dos carvalhos. Esta altura já é tardia, sobretudo com esta Primavera seca que estamos a padecer.
Um Outubro bem chuvoso poderá ser a altura ideal para essa operação (não te preocupes, eu já tinha percebido de que antenas estavas a falar...).

Não conheço nenhum livro ou artigo que refira que as sementes de bétula possuem uma dormência difícil de quebrar ( o que acontece, por exemplo, com o teixo e creio que com a tramazeira). Mas a verdade é que também já tentei a germinação de sementes de bétula e não obtive resultados.

Talvez me tenha faltado a persistência. No entanto, existem espécies para as quais é difícil quebrar a dormência (o teixo é um dos melhores exemplos). O trabalho laboratorial que tal acarreta poderá tornar-se impraticável para uma pessoa em sua casa.
Talvez no CISE exista alguma bibliografia especializada sobre esta questão.

Um abraço.


Pedro,

Tem toda a razão quanto à necessidade de proteger os carvalhais, em particular os de cerquinho (pela sua raridade). O negral recuperou bastante nos últimos anos em Trás-os-Montes e na Beira Interior; o alvarinho ainda tem alguma expressão em áreas protegidas como a Peneda-Gerês, por exemplo.

O cravalho-de-monchique também deveria estar protegido (embora, neste caso, não sei se ele já não estará protegido como acontece com outras espécies que estão no limiar da extinção em território nacional).

Também as galerias ripícolas, cada vez mais raras a Sul, deveriam estar protegidas.

Mas, e como muito bem refere, o sobreiro e a azinheira possuem legislação específica de protecção e é o que se vê! Mas seria ainda bem pior se não houvesse legislação, disso não duvido.

Em relação a estes projectos de reflorestação, cada vez mais acho que deveriam ocorrer segunda uma lei que permitisse uma espécie de mecenato ambiental. O dinheiro proveniente desses doadores seria aproveitado para comprar terras onde se plantariam as árvores que seriam depois acompanhadas, no seu desenvolvimento, por técnicos florestais devidamente credenciados.

Claro que qualquer projecto de reflorestação está sempre ameaçado por incêndios, pragas ou outros problemas. Mas esta gestão e este acompanhamento permitiriam tornar estes projectos mais credíveis e com reais hipóteses de terem futuro.

Um abraço.

Miguel Jorge disse...

Maravilhoso projecto.Vou publicitar no meu Blog.