A espécie Albizia julibrissin Durazz., vulgarmente referenciada como acácia-de-constantinopla, é uma exótica ornamental que se encontra com alguma frequência no Algarve, mas que é possível encontrar também em cidades mais a norte, como Aveiro e Braga.
No entanto, que seja do meu conhecimento, não existe nenhum exemplar na Covilhã plantado em espaços públicos (jardins ou arruamentos).
Albizia julibrissin Durazz.
A Albizia julibrissin Durazz. é originária da Ásia (possui um vasto território de origem, desde o Irão até ao Japão).
A etimologia da sua designação científica possui o seguinte significado: Albizia, como forma de homenagear Filippo de Albizzi, nobre italiano do século XVIII com grande interesse pela botânica; e julibrissin terá origem no nome persa para esta árvore.
É uma espécie caducifólia que pode atingir os 12 metros e que resiste bem ao frio. Possui sementes impermeáveis e que, por este motivo, deverão receber um tratamento prévio com água quente ou ácido, como forma de facilitar a germinação.
Apesar de pertencer à mesma família (Fabaceae) das acácias australianas, não está referenciada como invasora no nosso país. No entanto, como com qualquer outra espécie exótica, deve ser objecto de vigilância.
Nos Estados Unidos da América, onde foi introduzida no século XVIII nos estados do Sudeste, acabou por se naturalizar e tornar invasora.
7 comentários:
Pedro,
Esta é uma das que não esperava ver por aqui, isto deve ser coisa tão invasora como as Acácias, mas confirma a minha teoria de que quando estas espécies são introduzidas apenas em jardinagem, não provocam invasões. Têm uma particularidade que me faz quase não as considerar árvores, a média de vida é de 20 anos. Vivem menos do que nós. Mas quando estão floridas conseguem espantar qualque um.
Tive o cuidado de consultar o decreto-lei 565/99 e a Albizia não está considerada como invasora; mas, como refiro, dada a situação que ocorre nos EUA, deve ser usada com bastante precaução.
Em relação a introduzir uma espécie "apenas para jardinagem", em meu entender tal não oferece segurança; pois qualquer pessoa, outros animais ou o vento, pode disseminar as sementes.
Os únicos "travões" eficazes,em meu entender, para evitar que uma dada espécie se torne invasora,são:
- as condições ambientais (clima, tipo de solo, etc.) que, não sendo as ideais para a espécie, não lhe darão uma vantagem competitiva sobre as autóctones;
- e as características da própria espécie, como por exemplo: ter um crescimento lento, produzir pequena quantidade de sementes (ou sementes de difícil germinação), etc... que podem não facilitar tornar-se invasora.
A história ensina-nos a ser prudentes pois todas as espécies foram introduzidas com as melhores intenções!
Bom fim-de-semana
Olá Pedro! Sobre a Albizia que não conhecia há uns 5 anos atrás, apaixonei-me por ela quando a vi florida num jardim público. Acabei por comprar um exemplar que tem crescido muitissimo bem no nosso jardim. No ano passado, depois de ler uma série de trabalhos publicados em vários blogs, fiquei sensível ao drama das invasões feitas pelas acácias e comecei a olhar com alguma preocupação para a nova aquisição. Andei a arrancar os filhotes que surgiam nos canteiros e até por entre a relva menos cuidada. Vou estar atenta a este evoluir e se achar necessário ainda a mando abater para grande desgosto de todos. Presentemente ainda não sei se se irá tornar num flagelo como vejo acontecer com as outras. Um abraço
Ana,
O excelente seria todas as pessoas terem esse tipo de sensibilidade e controlarem a expansão das espécies que têm nos seus jardins. Muitas não a têm porque a informação sobre os danos que as invasoras provocam ainda é do conhecimento de um número muito restrito de pessoas.
Um abraço
QUAL É O PROBLEMA NÓS COLOCAMOS ACÁCIAS EM TODOS OS JARDINS QUASE E QUE TÊM ISSO?PODEM NOS DIZER PPOR FAVOR
"Jardim Vista":
- Em primeiro lugar, recomendo-lhe uma leitura atenta do Decreto Lei 565/99 sobre as espécies invasoras em Portugal;
- Em segundo lugar, recomendo-lhe a leitura da listagem de espécies de plantas exóticas a ter em atenção (ver http://www.ci.uc.pt/invasoras/); desta listagem faz parte, por exemplo, a AIbizia lophanta (Will.) Benth.
- As invasões biológicas por espécies exóticas constituem uma das principais ameaças à diversidade biológica a nível global.
Entre os vários efeitos nefastos que provocam nos ecossistemas, as espécies invasoras tendem a uniformizar a paisagem (por exemplo, após um incêndio, onde antes existia uma diversidade de herbáceas, arbustos e árvores passa a existir apenas uma única espécie vegetal);
Outros efeitos nefastos, passam pela alteração do regime de fogos e por alterações ao nível da disponibilidade de água e de certos nutrientes no solo.
Em casos mais graves, podem mesmo levar ao desaparecimento de certas espécies.
- Recordo-lhe que o Estado português gasta todos os anos, do dinheiro dos nossos impostos, milhões de euros para tentar controlar problemas com invasoras, como é o caso das mimosas (Acacia dealbata) no Gerês.
A introdução de espécies vegetais a partir do estrangeiro é ainda perigosa por poder trazer associadas outro tipo de pragas. Foi assim que chegou à Europa o fungo que está a dizimar os ulmeiros; suspeita-se que o insecto que está a dizimar as palmeiras tenha chegado através de palmeiras importadas do Norte de África, entre muitos outros exemplos.
- Para além da página http://www.ci.uc.pt/invasoras/ recomendo ainda a leitura da página http://www.europe-aliens.org/index.jsp
- A não propagação de espécies invasoras é um imperativo legal, além de um imperativo de ordem ética e moral.
Estive no blog do Fernando ( Plantas de Chaves),e vim apreciar a acácia aqui também.
Gosto de tudo que faz parte da natureza. E ler blogs a respeito é o que me dá prazer.
abraço
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