quinta-feira, março 15, 2007

Pesadelo amarelo

Covilhã - zona invadida por mimosas (vale da Ribeira da Goldra).

Covilhã - zona invadida por mimosas (vale da Ribeira da Carpinteira)

Vão-me desculpar, mas eu já nem lhes consigo ver a beleza, mas apenas o enorme problema que representam.

A mimosa (Acacia dealbata Link) ocupa uma área significativa na região da Covilhã, situação que estas duas fotografias são incapazes de transmitir (na encosta sobranceira a Orjais, no norte do concelho, a situação é absolutamente assustadora, por exemplo).

E o que é o cidadão comum pode fazer para ajudar a, pelo menos, não propagar o problema?

- Em primeiro lugar, obviamente, não plantar esta espécie no seu jardim; ainda que as pessoas possam evitar que estas se propaguem na sua propriedade, as sementes produzidas podem dar origem a zonas de infestação em terrenos circundantes;

- Sensibilizar a comunidade para que outras pessoas evitem plantar mimosas, o mesmo fazendo junto dos responsáveis das juntas de freguesia e câmaras municipais, para que não as plantem em jardins públicos;

- Arrancar (sempre pela raiz) pequenos exemplares (este exercício é excelente para aliviar o stresse, acreditem em mim!...);

- Denunciar locais onde encontrem à venda esta espécie e boicotar eventos como o recente "concurso fotográfico das mimosas".

Se todos os cidadãos cumprissem estas sugestões, estaríamos todos a dar um passo significativo para ajudar a evitar a propagação desta espécie nas paisagens portuguesas.

Infelizmente, a mimosa não é a única espécie invasora em Portugal pelo que, para ficarem a saber um pouco mais sobre este gravíssimo problema, sugiro uma consulta à página Plantas Invasoras em Portugal.


P.s. - Claro que a resolução do problema está nas mãos do Estado, o mesmo que no passado foi responsável pela introdução da espécie no nosso país.

3 comentários:

greenman disse...

Ora aí está uma coisa que eu não sabia...
As Mimosas, quem diria...

:-/

http://musgoverde.blogspot.com/

Ana Ramon disse...

Em tempos também achava bonita a altura em que as mimosas floriam. Só muito recentemente é que tive a noção do flagelo, principalmente nas zonas ardidas próximas de mim. Foi ao ler artigos aqui na blogosfera que fiquei sensibilizada e sinto-me assustada quando vejo a quantidade de mimosas novas que surgem á beira da estrada e sem que as Cãmaras se preocupem em resolver o problema, tão ocupadas estão em decepar árvores benéficas ao ambiente. Quando publicamos um post, não fazemos ideia do impacto que pode ter nos anónimos que frequentam os blogs. Eu ganhei com isso... fiquei sensível a este drama na Natureza. Um beijinho

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Ana,

De facto, no que toca a este assunto, ainda estamos na "era da informação".

Só depois das pessoas informadas é que podemos começar a pensar em soluções para o problema.

A beira das estradas é precisamente um dos locais privilegiados para a sua propagação, devido a serem zonas (geralmente) com pouca sombra (as mimosas rapidamente se espalham em zonas com muita luz). Se tivéssemos pessoas que fizessem regularmente a limpeza das bermas seria uma enorme ajuda, pois a partir das bermas elas espalham-se para os terrenos adjacentes...

O problema das zonas ardidas é outro...o calor destrói as sementes mais à superfície mas favorece a germinação das que estão mais enterradas no solo ( e como após um incêndio também existe uma diminuição do ensombramento...) é vê-las espalhar-se de forma quase imparável...

Enfim, façamos a nossa parte, não plantando mais mimosas e divulgando este problema.

Beijos