quarta-feira, julho 04, 2007

Regresso às árvores de Monchique (II)

Sobreiro (Quercus suber L.) - sítio da Seiceira (Monchique)

No Domingo, e enquanto fazíamos as medições dos sobreiros junto ao Convento de Nossa Senhora do Desterro (de que falei ontem), metemos conversa com alguns senhores que por ali passavam naquele final de tarde...geralmente, as pessoas ficam curiosas quando nos observam de redor das árvores.


No caso destes senhores, atormentava-os a ideia de que se estivesse a planear abater aqueles sobreiros. Depois de os sossegarmos quanto a essa ideia e de lhes termos explicado qual o objectivo do nosso trabalho, um deles acabou por se prestar a levar-nos à propriedade de que cuidava, para vermos um outro sobreiro de dimensões generosas.


Acabou por se revelar uma bela surpresa, possuindo dimensões comparáveis às dos sobreiros do convento. Desta forma, obtivemos para o P.A.P. um valor de 3,20 m e de 20 m para a altura. No entanto, o que mais nos impressionou foi um ramo que atinge os 13 m de comprimento (é o ramo inferior direito na fotografia anterior, embora dadas as condições de luz não seja muito perceptível o seu real comprimento).

Sobreiro (Quercus suber L.) - sítio da Seiceira (Monchique)

P.S. - Comovente foi ver o amor daquele homem ao "seu" sobreiro que, se fosse ele o proprietário do terreno, seria ainda revestido de cortiça virgem.

2 comentários:

teresa g. disse...

Pois, o problema das pessoas que abatem e cortam árvores de ânimo leve é que se calhar nunca cuidaram verdadeiramente de nenhuma, como estas pessoas o fazem! (Alguns, se calhar, nem sabem que uma árvore demora anos a crescer - má língua!)

a d´almeida nunes disse...

O que nos vale é que ainda vai havendo quem vá olhando pelas nossas árvores! Mesmo que não sejam sua propriedade nem sequer pública.
Aliás, sendo pública, a gestão das árvores devia ser muito mais cuidada do que acontece na prática, salvo rarísimas excepções.
Temos que persistir na luta, às vezes algo solitária e mal compreendida, pela defesa das nossas árvores e plantas.
Quantas não são referências prestimosas para as nossas próprias vidas!
António Nunes