As bermas das estradas, pela elevada luminosidade que proporcionam, são locais preferenciais de expansão para a mimosa (Acacia dealbata Link.), a invasora mais agressiva em habitat terrestre no território continental.
Tudo o que as mimosas necessitam é de um incêndio ou do corte de árvores para, aproveitando essa oportunidade, invadirem os terrenos adjacentes às bermas de estrada. Algo que, infelizmente, se verifica com frequência por todo o país.
Antigamente existia a figura do cantoneiro que providenciava, entre outras coisas, a limpeza das bermas das estradas. Algumas das iluminadas almas que têm dirigido este país consideraram que tal não era mais necessário, resultado dum país que menospreza profundamente o trabalho manual.
O resultado está à vista de todos:
- bermas que devido à profusão de matos (e de lixo!) facilitam o alastrar de incêndios, que aí se originam tantas vezes pela negligência de quem atira as beatas de cigarro pela janela dos automóveis;
- bermas que favorecem a propagação de espécies invasoras com resultados extremamente negativos ao nível ambiental (não esquecendo que tal, os efeitos negativos para o ambiente, acarretam igualmente prejuízos noutras vertentes, incluindo a económica).
As mimosas, é bom sublinhá-lo, têm efeitos nefastos sobre as linhas de água e aumentam a erosão, sabendo nós que esta conduz à desertificação - um dos principais e mais graves problemas ambientais que Portugal terá que enfrentar nos próximos anos, com consequências a nível económico e social imprevisíveis - a este propósito recordar que 2006 foi o Ano Internacional dos Desertos e Desertificação.
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