segunda-feira, março 03, 2008

A suprema arrogância






A imagem que antecede este texto é a digitalização de uma notícia do Jornal do Fundão do passado dia 21 de Fevereiro.


Nesta notícia é referido que o deputado municipal Hélio Fazendeiro questionou a autarquia da Covilhã, acerca do abate de uma tília monumental no Bairro do Rodrigo. A essa interpelação, e como é habitual, a maioria limitou-se a responder com o silêncio arrogante de quem se considera estar numa posição em que não tem de prestar justificações a ninguém.


Nem sequer tentaram justificar o que é injustificável. Basta-lhes o silêncio...E porquê?


Porque a maioria que governa esta cidade sabe que conta com uma poderosa aliada: a ignorância! Eles sabem que a maioria das pessoas "embirra" com as árvores e que mesmo os cidadãos mais tolerantes com o verde consideram estas práticas normais; aliás, consideram-nas mesmo imprescindíveis e benéficas para a vitalidade e saúde das árvores.


As câmaras sabem que ao praticarem estas podas estão a transmitir uma (falsa) sensação de segurança às pessoas. Ainda na passada sexta-feira, chamava a atenção para uma notícia onde uma vereadora do Bombarral afirmava ter identificado (com que competência técnica em arboricultura?) várias "árvores perigosas" no concelho.


As autarquias gastam o dinheiro dos contribuintes para destruir as árvores com a justificação que estão a aumentar a vitalidade das mesmas e a proteger a segurança das pessoas e dos seus bens, quando na realidade estão a produzir cotos fragilizados muito mais propensos a causar acidentes. Elas sabem que com este tipo de acções ganham simpatia e votos numa larga faixa do eleitorado. Se forem a este bairro e questionarem os seus habitantes, verão que a maioria concordou com esta acção pois as árvores altas são um perigo a abater!Irónico, não é?

Acresce que a Câmara da Covilhã, como a grande maioria das restantes câmaras municipais, não pode justificar um acto destes porque não tem técnicos credenciados em arboricultura que pudessem dar credibilidade técnica/científica a estas podas. Por isso, limitam-se ao silêncio.

E esta é a mesma câmara municipal que vai inaugurar, daqui a umas semanas, o Parque da Goldra e proclamar o seu amor às árvores e ao ambiente e o quanto tem investido nos espaços verdes da cidade e do concelho. Até para a hipocrisia deveria existir um limite!

3 comentários:

francisco t paiva disse...

Deixo-lhe abaixo o link para o artigo "Árvores no espaço público" que fiz publicar n'O Interior da semana passada, por solidariedade. Um abraço.
http://www.ointerior.pt/home/artigo.asp?id=88

Crix disse...

"Perdoai-lhes Senhor, pois eles não sabem o que fazem" já dizia Jesus, não era? E acho que esta irresponsabilidade se aplica tanto na hora de cortar como na hora de mandar plantar. Os políticos estão apenas a visualizar os votos que vão obter e estão a borrifar-se para as árvores do tal Parque. Por ex. quando as autarquias decidem mandar plantar umas centenas de árvores na cidade, até sai uma noticia no jornal. Mas um ano depois também devia ser notícia que talvez apenas 20% ou menos dessas árvores conseguiram resistir. E quem é chamado á responsabilidade?

Isabel Santos disse...

Olá Pedro!
Infelizmente estamos a viver tempos difíceis para as árvores, por isso não desistas do teu trabalho tão meritório.
Por isso, deixo mais um miminho para ti no meu blog, é mais um meio de o levar a mais pessoas.
Beijinhos