...e vestiu-a dos tons quentes próprios da época (ainda que o termómetro e o céu insistam em não estar de acordo com a época).
Retratos de uma cidade a vermelho, amarelo e todos os tons intermédios [Covilhã, Outono 2007]
P.S. - Por mais que não queira pensar nessa possibilidade, este pode muito bem vir a ser para muitas destas árvores, o último Outono antes das podas radicais cuja "época" se aproxima. Em Portugal, a beleza parece ser sempre um valor a prazo...
6 comentários:
Isto sim pode ser chamado um processo de "requalificação", da paisagem da cidade ! Falta aqui o cores no outono, aprecio muito!
Mas uma boa requalificação!!O Outono e as suas cores são uma maravilha para todos os amantes das árvores.
Parece que o termo já têm esta conotação, re-qualificar ou dar qualidade novamente!
Naturalmente sem a poda ou com uma boa poda, mas aliás porque precisam ser podadas se parecem estar adequadas ao local?
Lucia,
O problema é que, em Portugal, o verbo "requalificar" , pelo menos no que concerne às árvores, parece implicar sempre uma destruição (tal como vou mostrar no meu texto de hoje...)
Esta " triste tradição" das podas radicais, que não é exclusiva de Portugal mas também da vizinha Espanha (por exemplo), resulta basicamente de duas situações:
1º) Falta de planeamento: escolhem-se espécies não adequadas ao local onde foram plantadas e quando estas começam a crescer (interferindo com postas de electricidade, etc..), tenta-se resolver o assunto com recurso à "lei da moto-serra".
2º) Por outro lado, existe a convicção (errada!) de que estas podas rejuvenescem e são até imprescindíveis no desenvolvimento das árvores.
Claro que existem muitos outros motivos, mas estes talvez sejam os principais.
Daí que quando em Portugal se fala de requalificações urbanas quase sempre se tema que as "sacrificadas" sejam as árvores.
Mas as "requalificações cromáticas" como as destas fotografias são sempre bem vindas às cidades...
A propósito, Pedro. Essas árvores como estão?
Paulo,
A maioria, destas, ainda está por rolar. Mas é uma questão de ano mais ano, pode ser já este...Com a minha terra já perdi a esperança.
E com a crise ainda vai ser pior, pois as boas empresas de arboricultura não conseguem competir, em preço, com empresas sem empregados especializados, como empresas de construção civil, por exemplo. Na Covilhã, as podas são regularmente feitas, como no ano passado, por uma empresa de construção civil local...fazem demolições e podam árvores, tem a tudo a ver!
O pior é que este cenário se repete em muitos municípios. Para além de denunciar o que está mal, há que começar a elogiar os poucos que fazem bem. Para contrabalançar, trabalho em Silves, onde o cenário é o oposto.
Abraço.
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