O meu amigo Manuel Ramos chamou-me a atenção para esta notícia do Barlavento online.
De forma resumida, a referida notícia descreve que se pretende premiar o melhor trabalho de investigação para valorização do sobreiro e as melhores práticas de gestão do montado, no âmbito da iniciativa Business & Biodiversity (enquadrada no Programa de Acção para a Recuperação dos Montados de Sobro e Azinho).
Esta iniciativa surge da união de esforços entre a Direcção-Geral de Florestas, a Corticeira Amorim, o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), a Quercus e o Worldwide Fund for Nature (WWF).
Porque boas notícias para a conservação da biodiversidade também podem ser boas notícias para a economia nacional.
E por falar em biodiversidade, uma das principais ameças à sua conservação reside no problema das espécies invasoras.
No nosso país, algumas das invasoras mais perigosas pertencem ao género Acacia, como é o caso da acácia-de-espigas [Acacia longifolia (Andrews) Willd.]. Esta espécie, originária do Sudeste australiano, introduzida para fins ornamentais e consolidação de dunas, é hoje uma invasora largamente distribuída pelo nosso território, com particular incidêndia no litoral.
Na África-do-Sul, país que lida com problemas similares com as acácias australianas, têm sido feitas várias tentativas de controlo do problema. Com base nessa experiência sul-africana, está neste momento a ser ponderada a introdução do insecto Trichilogaster acaciaelongifolia com vista a tentar conter o problema (ver aqui notícia do Jornal de Notícias).
Os biólogos que ponderam esta possibilidade, mais do que ninguém, conhecem os riscos associados a este tipo de soluções. O passado mostra-nos que, em certos casos, a opção nem sempre foi bem ponderada.
E, por esse motivo, sei bem que dizer agora que neste caso em concreto, a possível decisão favorável à libertação do insecto terá por base estudos científicos aprofundados e a experiência de outros países, não irá sossegar muitas almas. No entanto, tal resulta do problema gravíssimo (e de que quase ninguém fala...) dos hectares e hectares colonizados por esta e outras espécies do mesmo género.
E a responsabilidade aqui é toda (ou quase toda) do Estado português, que permitiu que a situação atingisse um ponto de quase não retorno; Estado esse que foi, através dos seus diversos serviços, até um passado bem recente, o responsável pela introdução de muitas destas espécies no nosso país. E Estado esse que ainda hoje é permissivo com a venda em viveiros (ou através da internet) de numerosas espécies que podem no futuro vir a tornar-se invasoras. Por exemplo, que controlo é feito ao nível dos aeroportos?
Claro que não sou ingénuo e sei bem que será impossível que alguma vez venha a existir um controlo total sobre as sementes e plantas que entram em território nacional; mas será que se importavam de ser um pouquinho menos permissivos?! É que qualquer medida tomada nesse sentido será melhor do que o que existe actualmente...ou seja, rigorosamente nada!
Talvez a discussão e a polémica que venham a ser suscitadas por esta questão, acordem o Estado e a opinião pública para o problema das invasoras. Porque é bom relembrar que todos nós temos, a esse respeito, as nossas responsabilidades - saiba aqui o que pode fazer para ajudar.
9 comentários:
Caro Pedro N. T. Santos,
Lamento contradizê-lo, mas olhe que a questão das invasoras exóticas é tratada pelos serviços do Estado e pelas Universidades há muitos e muitos anos. Basta ler as crónicas do Prof. Baeta Neves, com mais de 4 e 5 décadas, para percebermos as preocupações que algumas invasoras (sobretudo as lenhosas) já na altura motivavam nos meios técnicos e científicos.
Mais: pelo menos desde o início da década de 1970 que vêm sendo experimentadas diversas técnicas de combate sobretudo em áreas protegidas (ex. PNPG) e matas nacionais. O adormecido Estado até tem uma linha específica de subsídios para financiar o combate a invasoras lenhosas (salvo erro, na Medida AGRIS do Ministério da Agricultura)!
O Pedro Santos concerteza não participou, com centenas de outras pessoas, no seminário organizado em 1999 pela ADERE-PNPG e pela Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais no Gerês, que teve um altíssimo nível técnico, mostrando experiências de controlo e programas de acção contra as invasoras desenvolvidos em todas as regiões do país e em diversos países do mundo (incluindo a África do Sul, aí representada por diversos técnicos).
Só três perguntas finais:
-Caro Pedro, refere que alguns serviços do Estado continuaram "até um passado bem recente" a introduzir espécies exóticas invasoras. Quer concretizar: quem, quando e o quê?
- O Pedro já alguma vez contou o número de espécies exóticas cultivadas em Portugal, animais e vegetais, essenciais para o nosso dia-a-dia?
- Quem é que precisa, realmente, de ser acordado para as realidades histórica e actual das espécies exóticas invasoras e para o contexto social e técnico da sua gestão?
Abraço, P. Faúlha
Caro P. Faúlha,
1º)É sabido que foram os serviços do Estado quem, por exemplo, ainda durante o século XX ( e isso, para mim, ainda é "passado recente" em termos de "tempo histórico"), introduziu espécies do género Acacia para estabilização de dunas, fins ornamentais, etc.
2º)Sim, soube desse congresso no Gerês ao qual não assisti por motivos profissionais; o meu amigo Miguel Rodrigues participou e ainda hoje, passados cerca de 7 anos, aguarda as conclusões finais do mesmo. Isto já para não falar da "prometida" continuidade da mesma iniciativa em anos seguintes.
3º)Há cerca de dois anos tomei conhecimento pelo "Jornal do Fundão" que a Direcção-Regional de Agricultura da Beira Interior (ou seja, um serviço do Estado)pretendia, no âmbito de um programa de reflorestação da Serra da Gardunha, aumentar a área ocupada por acacial.
Na altura, escrevi uma carta ao "Jornal do Fundão" e ao "Público", alertando para a suprema contradição de um Estado que, em simultâneo, gastava milhares a tentar controlar o problema no Gerês e se preparava para gastar outro tanto a piorar ainda mais o problema noutra zona do país.
É uma questão de se procurar nos arquivos do "Jornal do Fundão" mas por certo que encontrará a "notícia" e a "carta" a que me refiro. O assunto não mais mereceu a minha atenção porque como supunha na altura, e apesar de tudo, o dito plano de reflorestação nunca terá saído do papel!
Quer mais uma contradição do nosso Estado? Numa universidade do Estado ( a da Beira Interior) já se fez (ou ainda se faz) investigação relacionada com o aproveitamento das acácias para produção de pasta de papel...o que, a ser levado a sério, poderia levar este mesmo Estado a incentivar ainda mais o avançar da área ocupada por estas invasoras.
Por outro lado, na Universidade de Coimbra, é feita investigação (através do Programa Invader) para estudo e controlo desse mesmo problema.
4º) Há uma diferença entre "exótica" e "invasora". Lamento mas, a menos que me dê um exemplo concreto, em nenhum dos meus textos confundi uma coisa com a outra. O meu "discurso" não é contra o pessegueiro, a batata ou o milho mas contra as espécies que, sendo exóticas, se tornaram invasoras.E, sobretudo, contra estas imensas contradições do Estado português.
5º) Quem é que precisa de ser acordado para este problema em Portugal? Na minha modesta opinião,toda a gente...a começar por esse mesmo Estado que pactua com estas contradições e financia "uma coisa" e o "seu oposto"; que permite que se continuem a vender em viveiros; que não faz nenhum controlo nas fronteiras; que não promove campanhas de sensibilização da população; etc.
Afinal, o problema das invasoras, (sublinho "invasoras" e não exóticas) é "só" a segunda maior ameaça global à biodiversidade (de acordo com organismos da ONU, como a UNEP).
Sempre ao seu dispor, obrigado pelas suas questões.
Gostaria de sublinhar que as minhas opiniões são sempre fundamentadas em função da informação que disponho; que pode estar errada ou ter sido mal interpretada por mim. Sublinho que não sou especialista em invasoras, embora sendo licenciado em Biologia tenha um particular interesse por estas questões.
Um abraço,
Pedro Santos
Meu caro Pedro Santos,
Vamos então a factos:
1. O 1.º Encontro das Invasoras Lenhosas teve a sua sequela alguns anos mais tarde, julgo que também no Gerês, embora com menos brilho. Do 1.º Encontro a organização editou (antes do Encontro!) um 1.º Volume e, posteriormente, com as comunicações que não chegaram a tempo, um 2.º Volume - isbn 972-98360-0-0 e isbn 972-95248-2-3. Alguns dos textos das apresentações e posters foram também colocados na net pelos seus autores.
Provavelmente estará a confundir este Encontro com o "1.º Simpósio sobre Espécies Exóticas" realizado pela LPN em Algés (IPIMAR), também há alguns anos e também extremamente participado, cujas actas apenas foram distribuídas em Abril ou Maio deste ano (eu recebi a minha!).
2. O Pedro Santos acredita mesmo que alguém dos Serviços Florestais, desde que se manifestou o seu carácter invasor, andou a plantar ou semear acácias? Peço desculpa, mas também acredita em gambusinos?
A falsa notícia, publicada no tal Jornal do Fundão, foi prontamente desmentida pela DRABI e só persiste na mentira quem quer. A resposta da DRABI circula também na Net, já a li algures.
O Pedro Santos concerteza não conhece o tremendo esforço que tem sido feito no controlo e erradicação de acácias e outras invasoras em terrenos administrados pelo Estado, apesar de todas as restrições de meios humanos e de cada vez maiores restrições orçamentais.
Sugiro-lhe que contacte os responsáveis pela gestão das matas nacionais da região Centro para se aperceber do que tem sido feito, ano após ano e sem alardes, e dos resultados desta luta desigual. Talvez assim perceba a estratégia de controlo seguida na serra da Gardunha, entre outras.
3. Contudo, o que mais me incomoda nas acusações que são feitas aos "malvados" serviços florestais é o evidente desconhecimento do contexto técnico e social em que as introduções e a utilização das espécies exóticas ocorreu.
Como é que é possível persistir-se na crítica leviana e profundamente injusta de acções e decisões que foram tomadas há largas dezenas de anos, num país com uma sociedade dimetralmente oposta à actual, e com base no melhor conhecimento técnico e científico da altura? Mas será que ninguém percebe que algumas espécies só ganharam poder invasor com o colapso das sociedades rurais e dos serviços públicos que com elas viviam em equilíbrio, a partir da década de 50?
Relativamente à introdução de algumas espécies exóticas que se vieram a revelar invasoras várias décadas depois, cito apenas o Arq. Paisag. J.S. Moreira, no 1.º Congresso Florestal Nacional (1986): "O desenvolvimento económico é um sistema de riscos controlados, um balanço que se pretende positivo entre perdas e ganhos; era fácil na altura, avaliar os benefícios e quase impossível imaginar os prejuízos. A operação, pelo menos do ponto de vista moral, foi irrepreensível."
Colocada a questão de outra maneira: a introdução das acácias resolveu inúmeros problemas e foi essencial, nalgumas regiões, para o desenvolvimento económico e para a própria sobrevivência das populações rurais (lembro apenas a importância fulcral das lenhas para uso doméstico). Que culpa têm os técnicos do séc. XIX e do início do séc. XX que a sociedade portuguesa tenha abandonado as suas florestas e os seus campos?
Ou ainda de outra forma, citando João Pinto: é fácil fazer prognósticos no fim do jogo...
3. Qual é o problema de se estudar o uso das acácias para produção de papel? A única forma de gradualmente se ir controlando os acaciais actualmente existentes é conferir-lhe algum valor, por forma a ter as receitas necessárias aos pesados investimentos de controlo e erradicação. Em que mundo vive o Pedro? As ervas daninhas do seu quintal desaparecem só com um desejo? Faz a mínima ideia do custo de reconversão de um hectare de acacial? Ou pretende que seja tudo pago com o Orçamento do Estado? Não chegava nem o orçamento todo do Ministério da Educação...
Espero, sinceramente e a bem do controlo dos acaciais invasores existentes, que os materiais daí oriundos tenham algum valor económico.
[Já agora, e caso não saiba, a Acacia melanoxylon ("austrália") produz uma das melhores madeiras de toda a Austrália e é, sem rival, a espécie que no NO da península Ibérica mais rapidamente produz madeira para os usos mais nobres]
4. Claramente não confundo espécies exóticas com espécies invasoras.
Espécies exóticas são aquelas que estão originalmente (quando? depois das glaciações? mas as espécies continuam a migrar!) para lá da fronteira política luso-espanhola. Por exemplo, uma faia é considerada "exótica" no Gerês (e é vilipendiada pelos bio-puristas), apesar de pertencer totalmente áquele bioma e de medrar naturalmente a 80 km dali, nas serras galegas, mas a cevadilha algarvia já não é "exótica" no Gerês. Vem na Lei.
Já as invasoras tanto podem ser exóticas como indígenas (como biólogo conhece concerteza muitos exemplos).
Bem sei que não acusa quem introduziu a batata ou o milho, ou o tomate ou o pessegueiro. Só acusa quem introduziu, com a mesma lógica e com o desejo sincero de servir o melhor possível o seu país, espécies também exóticas que, quis o destino e a incompetência da gerações seguintes, se transformaram em invasoras.
Um abraço
P. Faísca
Meu caro P. Faísca ou Faúlha (já que assinou os dois textos com nomes diferentes...o meu é mesmo Pedro Nuno Teixeira Santos),
Vamos então a outros factos:
1. Reafirmo: o meu colega Miguel Rodrigues esteve no congresso do Gerês e trouxe toda a documentação que refere, excepto as ditas “conclusões finais” que seriam posteriormente enviadas por correio...até hoje, sete anos depois! Mas vamos acreditar que o problema foi dos Correios...
Lamento não ter tido conhecimentos das edições subsequentes. No entanto, tendo disponibilidade profissional, estou sempre disposto a participar neste tipo de iniciativas.
2. “O Pedro Santos acredita mesmo que alguém dos Serviços Florestais, desde que se manifestou o seu carácter invasor, andou a plantar ou semear acácias?” A notícia, que agora é “falsa”, foi publicada no “Jornal do Fundão”, que é só o jornal regional de maior credibilidade neste país, e citava fontes da DRABI. Agora é falsa...excelente! Cada um acredita nos “gambozinos” que quer...Mas, “das duas uma”, ou o “Jornal do Fundão” teria que se redimir publicamente por publicar “notícias falsas” ou a DRABI teria que ter tido mais cuidado sobre quem passou informações aos jornais.
É que eu li a notícia, ninguém “ma contou”; e acho estranho que o “inventor” da mesma se tenha dado ao trabalho até de avançar “valores de áreas”...só se foi publicada a 1 de Abril?!
3. Apesar de nos últimos anos ter sido asfixiada em meios humanos e financeiros, a agora chamada Direcção-Geral dos Recursos Florestais continua a desenvolver esforços de combate ao problema das invasoras...excelente! Mas não sou eu que lhes tenho que telefonar a perguntar o que andam a fazer. Dou-lhes um conselho: tornem os seus projectos de investigação e de trabalho no terreno “visíveis” para a comunidade exterior, tais como os do projecto “Invader”. Todos somos poucos para combater este problema.
Aliás, como deve saber, e eu apesar de não ser especialista nesta área, tive o cuidado de há uns anos ler alguns artigos científicos que me foram enviados da África do Sul e da Austrália, e que confirmam que, no caso das acácias (e reafirmo, as acácias são apenas uma parte do problema das invasoras biológicas) o problema está no “banco de sementes” do solo e que muitos dos esforços de controlo à superfície são pura perda de tempo e recursos humanos e financeiros.
É por isso que a resposta está na investigação científica...se os florestais também a fazem e estão a tirar conclusões importantes então que se juntem aos biólogos (ditos “bio-puristas”) nesta luta desigual. Todos somos poucos.
Evidentemente que os “culpados” não foram os técnicos que há 100 anos as introduziram com as melhores das intenções e sem poderem antever o futuro; aliás o mesmo problema se coloca hoje aos que terão que decidir pela eventual introdução deste “insecto” que referia no meu texto original...
Também não culpo os que ainda há 50 anos atrás andavam a plantar mimosas nas bermas das estradas como árvores ornamentais. Mas culpo, e reafirmo-o as vezes que forem necessárias, o actual Estado que não fornece os recursos financeiros necessários a esta luta, que não exerce uma fiscalização minimamente eficaz na venda e na introdução de novas espécies e que nem faz uma coisa tão simples como limpar as bermas das estradas que, como saberá, são territórios excelentes para a propagação das acácias. Nem sequer presta uma informação às populações que continuam, de forma inocente, a plantar mimosas nos seus jardins, tal como muitas câmaras municipais o fazem em espaços públicos.
Aliás, esta é parte importante do problema, já que esta é, infelizmente, uma discussão restrita a “meia-dúzia” de técnicos e organismos, e qualquer pessoa pode, por exemplo, trazer sementes de outro país e começar a propagar novas espécies. Estas batalhas ganham-se pela “informação” e aí há uma obrigação do Estado que este não assume ou não sabe assumir.
4. Desculpe, mas conheço o valor comercial da Acacia melanoxylon.Mas agora voltamos à velha história dos “gambozinos”...Este pessoal das universidades anda a estudar o potencial de utilizar esta espécie para produzir papel com a melhor das intenções, ou seja, para ajudar a controlar este grave problema do nosso país ?! É nisso que quer que acredite? Bravo, estou quase comovido e com vontade de os propor para um “Nobel da paz”, por exemplo.
Com certeza que esta malta JAMAIS iria propor novas plantações de Acacia melanoxylon como forma de aumentar a área ocupada pela espécie e aumentar a rentabilidade do negócio...claro que não! Que ingenuidade a minha...De facto, vamos supor o seguinte cenário: a Soporcel ou a Portucel começam a explorar os acaciais de austrálias do noroeste do nosso país e iriam limitar-se a gerir as áreas já ocupadas por essa espécie, sem a mínima intenção de plantar mais um hectare? Pois, e depois eu é que sou o ingénuo e acredito em “gambozinos”!...
Só espero é que não nos venham vender mais uma monocultura miraculosa, como no passado fizeram com o trigo, com o pinheiro-bravo e depois com o eucalipto. Aliás, é sabido como as monoculturas têm contribuído para a salvação do nosso mundo rural. Numa coisa acertaram, o eucalipto transformou-se no nosso “petróleo verde” mas não porque tenha estancado o despovoamento do Interior ou tenha aumentado a rentabilidade do nosso mundo rural...mas porque, efectivamente, tem um potencial inflamável que não pode ser ignorado!
4. “Claramente não confundo espécies exóticas com espécies invasoras”.Excelente, eu também nunca o fiz.
5. De facto, a lei está cheia de incongruências...a investigação científica está sempre em marcha, tal como a migração das espécies. Mas os “bio-puristas” não decidem a partir “do nada”. Como saberá, a flora que se considera hoje como autóctone é a que se terá estabelecido após o estabilizar do importante fenómeno geológico e bio-climático que foi a última glaciação Wurmiana. Claro que, como saberá, por cá ficaram muitas espécies que resistiram a esse período, como o azevinho, o loureiro, o medronheiro ou o azereiro. Se hoje se considera a faia como alóctone é porque, com base em estudos de pólen fossilizado, não há evidências de aqui tenha existido de há uns milhares de anos a esta parte. Isto prova em absoluto que a faia não é autóctone?! Claro que não...por isso é que a investigação nunca pára.
O que os “bio-puristas” querem é tão somente o seguinte...é que a incompetência de que o meu amigo fala, de anos e anos do nosso Estado (reafirmo do Estado no sentido lato e não no sentido restrito dos florestais), não leve à extinção em massa de numerosas espécies indígenas devido às invasoras que estão irremediavelmente a alterar as paisagens do nosso país. E não preciso de lhe explicar o valor incalculável de cada espécie; podemos “ignorar” o seu papel nos ecossistemas mas não podemos ignorar que com um desaparecimento de uma simples espécie desaparecerá todo um potencial genético por explorar...e no qual, por exemplo, pode residir a cura para inúmeras doenças humanas...como se descobriu no caso do taxol existente nos teixos, no caso concreto do cancro.
6. Há uma coisa que não refere e é pena...é que, neste país, os biólogos (ou os “bio-puristas” como lhes prefere chamar) e os “florestais” nunca se deram muito bem de um ponto de vista científico...é pena. Até porque se há questão onde deveriam estar de acordo era no combate às invasoras.
7. Já não é a primeira vez que insinua a minha ingenuidade e questiona o “tipo de mundo em que vivo”; pois bem, vivo no mesmo que o senhor, um mundo que está no estado caótico que se conhece...tivessem os biólogos umas décimas de poder de decisão e talvez não tivesse chegado ao estado a que chegou...e não foi por falta de avisos. Não saindo das nossas fronteiras, tivesse o poder político dado “ouvidos” a “bio-puristas” como o Prof. Jorge Paiva ou o Prof. Catarino e estaríamos hoje bem menos pobres...em vários sentidos.
8. O projecto “Invader” irá criar em breve um fórum de discussão sobre esta temática...espero “encontrá-lo” por lá para continuarmos, e com mais pessoas, esta troca de ideias.
Um abraço
Pedro Santos
Caro P.Faúlha/Faísca/(ao qual poderei acrescentar "Gundibaldo" de um comentário que julgo ser seu do "Estrago da Nação"?):
(Adenda à minha última resposta)
- Apesar de
haver aqui uma desvantagem evidente, mas que não me incomoda, que é o senhor saber o meu nome, onde moro e, se se der ao trabalho de ler o meu blogue, até o sítio onde trabalho; enquanto eu de si nada sei...
Mas porque lhe reconheço coerência e conhecimento de causa, respondo-lhe apesar do seu estatuto, que RESPEITO, de "anónimo";
- E porque lhe dou valor dei-me ao trabalho de procurar o tal desmentido à notícia de Janeiro de 2004 do "Jornal do Fundão". E encontrei-a, escrita por José Silva Coelho, (à altura) Sub-Director Regional da DRABI.
Apesar disso, no entanto, se voltasse atrás escreveria na mesma a carta.Porque efectivamente o teor da notícia do "Jornal do Fundão" (JF) que eu li, era claro. E, apesar de o senhor desconhecer, este jornal tem mais credibilidade que muitos jornais nacionais.
Pelos vistos, o jornalista do JF destacado fez uma interpretação errada das intenções da DRABI para a Serra da Gardunha. Pois bem, esse é um problema que a DRABI deveria ter resolvido na altura com o JF.
Eu, perante a notícia e julgando-a credível, agi de acordo com a minha consciência...pois é a ela que respondo.
No mínimo, a minha carta terá servido na altura para clarificar a situação. Ainda bem...foi preferível esse "erro de cálculo e de ingenuidade " da minha parte, que ficar na opinião pública qualquer dúvida perante as reais intenções da DRABI. Por isso, voltaria a cometer esse "erro" e a escrever a carta.
- Já agora, e uma vez que parece conhecer ao pormenor aquilo que os serviços do Estado fazem nesta área, nomeadamente dos Serviços Florestais, agradecia que partilhasse comigo aquilo que de concreto tem sido feito no terreno (em particular na Zona Centro e, já que falámos na Gardunha, o que aí foi feito de 2004 a esta parte).Devolvo-lhe por isso a pergunta: "Quer concretizar: quem, quando e o quê?"
Prometo partilhar essa informação com todos os leitores da "Sombra Verde".
- De resto, mantenho a minha opinião face ao papel do Estado nos últimos anos, nomeadamente na falta do apoio financeiro necessário para a ivestigação/controlo deste problema,na falta de controlo na venda/introdução de possíveis invasoras por parte de particulares e na muito necessária informação da população.
Este tem sido o meu discurso desde o início...o senhor é que o transformou numa espécie de "cruzada minha" contra os serviços florestais; apenas me limitei a relembrar a responsabilidade desses serviços(evidentemente, à luz do conhecimentos científicos da altura) da introdução de algumas dessas espécies.
- O senhor tem, pelos vistos, uma visão menos negativa do papel do Estado; embora também não chegue a compreender quem culpa pelas sucessivas políticas que esvaziaram o nosso mundo rural e permitiram, como o senhor disse e muito bem, que o problema das invasores se agravasse e ficasse fora de controlo.
- Por tudo isto dou, pela minha parte, como ncerrada esta "polémica", embora volte a insistir que em breve o Projecto "Invader" irá iniciar um fórum para discutir estas questões; será por certo um local para discutir muitas destas questões.
Um abraço,
Pedro Santos
Caríssimo Pedro Santos,
O diálogo vai longo e profícuo, pelo que (se o permitir) não esperarei pelo fórum de discussão do Projecto INVADER, pois prefiro blogues que não sejam organizados pelo Estado ou feitos com subsídios públicos...
1. O Pedro Santos foi mal informado pelo seu colega Miguel Rodrigues, que de facto não deve estar nas boas graças dos Correios (ou então não lê os documentos que recebe). É que as conclusões do Encontro do Gerês constam do 2.º Volume das actas de que lhe falei (pág. 66 a 74) e estão até em 3 línguas diferentes, para serem compreendidas todos os participantes no Encontro!
Este facto em si não é relevante mas é exemplar das situações desagradáveis por que podemos passar quando utilizamos como boas informações em segunda-mão que, na realidade, são falsas (e as divulgamos publicamente).
2. O mesmo se pode dizer das "plantações de acácias" na serra da Gardunha. Escuso-me de convencer o caro Colega que nem tudo o que sai nos jornais é verdade: seja por incompetência dos jornalistas em descrever matérias ou fenómenos que não dominam, seja por manifesta vontade de o fazer, por razões inconfessáveis. Isto independentemente da qualidade dos ditos.
No caso vertente, a história é simples e já muito vista: algum jornalista deve ter ido a uma sessão pública de discussão de um projecto de recuperação florestal na serra da Gardunha (sim, o Estado também põe à discussão pública os seus projectos de arborização!), não percebeu o que ouviu e pespegou no jornal que se iriam plantar acácias na serra da Gardunha, em plena Rede NATURA 2000 (ou qualquer coisa do estilo)!
O caro Pedro Santos, que não esteve nessa sessão pública, apesar de amar bastante a serra da Gardunha (como eu!), escreve indignado para o Jornal Público (02.01.2004) verberando o Estado e clamando por justiça. Quinze dias mais tarde (18.01.2004) o subdirector regional de agricultura responde em carta ao mesmo Jornal, demonstrando que nunca ninguém havia pensado em "plantar acácias" (eram tratadas no projecto, aliás, como aquilo que realmente são - invasoras lenhosas), reafirmando o objectivo de erradicar e controlar a expansão da acácia, enfim explicando o que havia a explicar e convidando o Pedro Santos (e qualquer outro cidadão interessado) a contactar directamente os serviços na Covilhã para ser melhor informado do conteúdo do projecto.
Tudo isto aprendi eu hoje em 5 min de navegação na net (http://asp3.blogspot.com/2004_01_01_archive.html).
Não sei se o Pedro Santos alguma vez chegou a contactar ou a visitar os funcionários dos serviços florestais na Covilhã para se inteirar do que se passava e (se gosta mesmo da serra da Gardunha!) para contribuir para a sua recuperação, mas que é esquisito que mais de três anos depois ainda ande a propalar que o malvado do Estado quer plantar mimosas na serra da Gardunha, lá isso é!
3. A reacção do Pedro Santos à minha visão sobre uma das vertentes fundamentais da resolução do problema das invasoras lenhosas (financiar o seu controlo e erradicação com a venda produtos originados nos seus maciços) é sintomática de um dos principais problemas com que se debate a conservação da natureza e dos recursos naturais hoje em dia: o corporativismo maniqueísta.
Na sua tese, não se pode conferir valor às espécies "más" porque se corre o risco das indústrias "más" (e dos técnicos malvados que lá trabalham - normalmente silvicultores) se aperceberem dos lucros (coisa naturalmente "má") que poderão vir a ganhar e desatarem a plantar as acácias por todo o lado!
[Como aliás, já o haviam feito anteriormente com o eucalipto (outra espécie proscrita e a causa de quase todos os males que sofremos hoje em dia) e com o pinheiro bravo, espécie hoje já não tão "má" mas que foi muito expandida pela classe dos "maus", os silvicultores, os grandes propagadores das "monoculturas miraculosas".]
Esta visão do mundo (de um lado os detentores da verdade e do bem, "nós", do outro as restantes corporações, necessariamente mal formadas) perpassa por muitas discussões na net, em teses académicas e até na legislação.
Desculpe este tom paternalista, mas claramente não conhece as linhas com que se cose hoje em dia o negócio dos produtos florestais: as indústrias de papel, por quem tem tão pouca estima, são dos negócios em que a produtividade, desde a elaboração do projecto florestal até à saída do papel da fábrica, mais influi na competitividade e na sobrevivência internacional das empresas. Acha que alguma vez a utilização massiva de espécies com menor rendimento em pasta, como é o caso das acácias face ao Eucalyptus globulus, poderia sequer vir a ser equacionada?
Caro Colega, ainda por cima e por mais que nos custe, as "celuloses" são estritas cumpridoras da legislação, não só porque são mais fiscalizadas mas, ultimamente, até por outra razão muito simples: a sua gestão florestal é certificada pelo FSC/WWF, facto de que quase nenhuns outros produtores florestais em Portugal se podem gabar.
Meu caro Pedro Santos, não percebeu correctamente a minha (infeliz) alusão aos "bio-puristas": para mim, este conceito não se confunde com a classe dos biólogos, nem pouco mais ou menos. Bio-puristas, ou melhor dizendo eco-puristas, são todos os biólogos, engenheiros florestais, arquitectos paisagistas, engenheiros do ambiente ou outros que se agarram a uma perspectiva dos ecossistemas cheia de ideias-feitas, mitos e factos directamente importados de outras realidades socio-económicas e biofísicas para advogarem o retorno a situações próximas dos supostos ecossistemas pristinos luso-galaicos.
Invariavelmente, para os bio-puristas qualquer povoamento florestal que não seja formado por carvalhais ou outras folhosas "indígenas", a produzir solo fofo e cheios de aves, répteis, anfíbios e quase todas as espécies da Criação, é imediatamente desqualificado ou, quando muito, tolerado só por satisfazer a necessidades momentâneas de capital para o infeliz proprietário. E digo infeliz, porque este (toldado pela miragem do lucro fácil e pela publicidade) não se apercebe dos superiores proventos que poderia auferir se tivesse magníficos carvalhais a produzir boa madeira, lenhas, mel, cogumelos, caça, para além de toda a biodiversidade, e ainda por cima ignífugos.
São as mesmas pessoas que ainda hoje e apesar de todas as evidências científicas, se recusam a aceitar que o malvado pinheiro bravo é uma espécie indígena em quase todas as regiões do norte e centro do país (até no planalto Mirandês e na Beira Interior!), como o provou definitivamente, há mais de 15 anos, a investigadora Isabel Figueiral. Ou que acham que a faia "conspurca" a paisagem do Gerês, como dizia um célebre botânico de meados do século XX e repetem hoje muitos dos seus discípulos, apesar dos nossos colegas galegos já terem identificado (também há dezenas de anos!) diversas sequências polínicas no Gerês e na Cabreira que evidenciam a presença da faia nessas regiões, já no bom tempo holocénico. E não só da faia: também do pinheiro montano, do freixo europeu e de muitas outras espécies que os nossos queridos antepassados neolíticos foram exterminando e que hoje estão na lista das exóticas, apesar de aparecerem logo do outro lado da fronteira...
Penitencio-me por isso do desacerto da expressão "bio-puristas", que doravante substituirei por "eco-puristas", muito mais próxima do sentido original.
O problema é que as fobias e os preconceitos contra determinadas espécies florestais levam frequentemente a atitudes extremistas, mesmo de gente supostamente responsável, como sucede hoje em dia na proposta do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montezinho, onde se chega ao disparate de proibir totalmente a utilização de espécies resinosas, quaisquer que sejam!
Para reconstituir que ecossistemas e que paisagens? Ninguém sabe bem ao certo, mas as paisagens pós-würmianas é que não é, de certeza absoluta.
Um abraço,
P ‘Faísca’ Faúlha
Caro Pedro Santos,
Coloquei há momentos o meu último post, de maturação mais prolongada, sem me aperceber de que já havia colocado uma adenda ao seu anterior post. O que torna incompreensíveis e deslocados uma parte dos meus comentários.
Pelo facto lhe peço sinceras desculpas. Tentarei responder ao(s) seu(s) repto(s) brevemente.
Quanto ao anonimato, infelizmente não aparece de cara descoberta quem quer!
Contudo, julgo que o debate de ideias sai favorecido... e dele também beneficia o seu excelente blogue.
Um abraço
P. Faúlha
Caro P. Faúlha,
1)De facto, irei tentar inteirar-me das "ditas" conclusões do Encontro do Gerês; que é no fundo uma "questão menor" no meio desta nossa troca de ideias...irei pedir ao meu amigo que verifique os ISNB que me forneceu num dos comentários;
2) Por acaso tive ocasião, por volta do ano 2000, de falar com um técnico dos Serviços Florestais da Covilhã; estava na altura a ponderar, juntamente com o meu colega Miguel Rodrigues, iniciar um projecto de investigação sobre acácias...do qual depois desistimos por não termos arranjado orientador científico, nem vislumbrarmos de onde poderiam vir os financiamentos necessários. Daí, ter-me dado ao trabalho de ter contactado uma universidade sul-africana e outra da Austrália a pedir alguns artigos científicos que ajudassem a fundamentar cientificamente o nosso projecto.
Isto foi mais ou menos na altura do tal Encontro do Gerês, do qual me lembro de ter lido algumas das participações com agrado.
E foi também por essa altura que falei com Drª Helena Freitas e Hélia Marchante, duas das protagonistas do Projecto INvader.
No entanto, "falhado" este intento, acabei por optar pelo ensino, embore continue a prestar muita atenção a este problema. Por vezes até demasiada, nomeadamente ao volante, pois estou sempre à procura de novos focos de invasão na paisagem!...
Voltando atrás, quando falei com o tal técnico florestal da Covilhã, ele confirmou-me o que o Engº (?)José Silva Coelho referia ser feito na zona do Pião, relativamente à condução em altura das Acacia dealbata.
3) Do Estado apenas pedia duas coisas muito simples: que reabilitasse a profissão de "cantoneiro", já que hoje grande parte do problema, pelo menos no que concerne às acácias, reside na expansão a partir das bermas das estradas (locais preferenciais para espécies que apreciam a luminosidade); e que , sobretudo, fizesse a tal "educação ambiental". É que através deste blogue tenho descoberto que este problema continua a ser do conhecimento de uma minoria...e depois ocorrem siuações caricatas: a SCUTVIAS promove uma regular limpeza de bermas, poupando pinheiros, sobreiros, carvalhos...e mimosas!Estas, libertas da concorrência, vão aumentando a área ocupada...e, a partir das bermas, colonizando outros terrenos (situação que está numa fase inicial mas já é perceptível entre a Soalheira e Alpedrinha, por exemplo).
Repare que até há bem pouco tempo ainda existia a "Festa da Mimosa" em Viana e ainda existe o raide fotográfico das mimosas em Águeda.
3) Evidentemente que se conseguíssemos que da exploração das invasoras surgissem meios financeiros que financiassem o seu combate isso seria excelente; mas, e sublinho que é a minha opinião, o objectivo de quem faz essa investigação nas universidades não é o combate às invasoras; e qualquer empresa que assumisse essa exploração não iria querer erradicar o problema (a sua fonte de rendimentos) mas antes limitar-se a fazer a sua gestão e a tentar a sua expansão. Como disse, a Acacia melanoxylon é uma espécie muito apetecível...
4) Em relação ao pinheiro-bravo e ao eucalipto...o meu "problema" e o das pessoas moderadas que pensam como eu, ( e evidentemente sei que há muitos fundamentalistas de ambos os lados da barricada) não está nas espécies em si mas na forma pouco ponderada como terá sido feita a sua expansão. Agravada, no caso o pinheiro-bravo, pelo contexto histórico em que foi feita a sua expansão ( e foi essa florestação forçada dos baldios que criou ressentimentos ainda hoje bem entranhados contra a floresta e os Serviços Florestais do Estado em largos sectores da população).
No caso do eucalipto, foi ter-se vendido a ideia de que era uma espécie de "salvador da pátria" que iria resolver todos os problemas da nossa floresta e mundo rural. Ideia redutora que redundou no que hoje observamos...
Apenas clamo, e clamarei, por uma floresta ordenada onde, nas condições adequadas, o eucalipto terá lugar. Mas não como foi feito...e já estamos hoje a pagar os erros dessa imprevidência. É cíclica esta obsessão por monoculturas miraculosas quando antes deveríamos apostar num modelo diversificado adaptado às condições diversificadas do nosso próprio território.
5) Tenho o maior apreço pelos Serviços Florestais, os quais têm sido muito mal tratados pelo Estado...e quase completamente asfixiados. É por isso que aquilo que fazem , nomeadamente no combate à invasoras, deveria ser mais publicitado...não por causa do "Pedro Santos" cometer injustiças mas porque a população tem que conhecer a dimensão deste problema e aquilo que o Estado faz para o combater.
É por isso também que quando lhe lancei este último "repto" não era para "testar" os seus conhecimentos mas porque tenho um interesse genuíno em saber aquilo que é feito no terreno, em particular na Beira Interior.
6) Como somos dois "apaixonados" por estas questões e por uma boa troca de ideias, tenho a certeza que nos iremos continuar a encontrar por aí.
Um abraço,
Pedro Santos
P.S.- compreendo e aceito que não possa revelar o seu nome. Isso para mim não é um problema pois já percebi que é uma pessoa séria e informada.
Um diálogo formidável!
Faz mais coerência que muito debate televisivo!
Mas como aderente do projeto Invasoras, só posso dizer, precisamos muito de divulgar informação simples sobre o perigo de certas espécies, sejam flora selam fauna e de formas de as combater.
Eu sou habitante urbana e fui surpreendida pelo nascimento de uma acácia junto à porta da garagem! Espontânea, diria, não fosse um erro científico. E já pedi a sua remoção por causa dos danos que pode causar.
E não posso deixar de dizer que, enquanto tivermos este mapa de fogos todos os anos, que vivemos num país de criminosos sem um sistema de justiça eficaz, e dá desgosto. Não me falem do valor económico. Há mais contas a fazer, e o custo em CO2 é muito grave!
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