segunda-feira, outubro 01, 2007

Espécies com potencial invasor

Conteira ou amargoseira (Melia azedarach L.)

Em adição à lista das espécies que os cientistas consideram como invasoras em Portugal (ver aqui), foi elaborada uma nova lista que engloba um conjunto de espécies com potencial invasor (ver aqui).

De acordo com os responsáveis do projecto Plantas Invasoras em Portugal, os motivos que levaram à escolha deste conjunto de plantas foram os seguintes:

1. Espécies que já aparecem em alguns locais de Portugal Continental com comportamento invasor, não estando todavia ainda contempladas na legislação (Decreto-Lei 565/99);

espaço

2. Espécies presentes no nosso território e (ainda) sem comportamento invasor, mas comprovadamente invasoras noutras regiões do Mundo com clima semelhante;

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3. Espécies que pertencem a géneros e/ou famílias taxonómicas de espécies muito problemáticas no nosso país.


Como os próprios responsáveis referem, trata-se de uma lista em constante actualização em função da informação disponível. No entanto, aplica-se aqui o princípio da precaução, pelo que as mesmas deverão ser utilizadas com moderação e deverá ser vigiada a sua expansão territorial.

Desta lista fazem parte algumas espécies ornamentais que habitualmente encontramos nas cidades portuguesas, como a olaia (Cercis siliquastrum L.) ou a conteira (Melia azedarach L.).

Olaia (Cercis siliquastrum L.)

8 comentários:

teresa g. disse...

As ornamentais são um perigo porque as pessoas que as utilizam não sabem o que são invasões biológicas. Há uns anos comprei pennisetuns (já cá em Portugal, mas como raridades) e agora ando a perseguir a descendência com herbicidas (e os herbicidas para mim são casos extremos) Agora eles aparecem frequentemente nos hortos... É muito fácil as plantas perigosas serem comercializadas cá, na Holanda produz-se quase de tudo e não há qualquer restrição à circulação de plantas na UE.

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Tens toda a razão, ou seja, a primeira (já para não dizer a "principal") forma de combater este problema das invasoras é através da INFORMAÇÃO.

Da mesma maneira que se fazem campanhas para ensinar a poupar água, electricidade ou como separar o lixo, tem que se começar a explicar às pessoas o que significa este problema das invasoras.

Sem isso, todo o restante esforço será inútil. Obrigado pelo teu comentário tão elucidativo.

a d´almeida nunes disse...

Pois é, Pedro.
Aqui em Leiria, com uma dita requalificação da zona do Rossio e das margens do rio Lis, plantaram-se Melia´s com fartura. Precisamente num dos principais Largos, senão o mais antigo, da cidade: o Largo 5 de Outubro de 1910. Já tive ocasião de barafustar em relação a esta opção, mas o que temos de constatar é que, depois das coisas feitas (mesmo que mal ou mesmo muito mal) ninguém parece dar importância alguma a observações que os cidadãos vão fazendo. Diga-se também, em abono da verdade, que a capacidade de intervenção popular é quase nula.
Sem dúvida que Leiria vai dar um significativo contributo para a proliferação de árvores invasoras como a Melia e a Olaia. É vê-las por todo o lado. Juntamente, aliás, com Grevilleas robustas. E se estas estão a crescer a uma velocidade estonteante no separador central duma das futuras principais avenidas da cidade! Claro está que o destino mais que provável dessas grevilleas vai ser o abate prematuro, dado o exíguo espaço que deixaram no separador central para elas se desenvolverem.
Amen
António Nunes

Paulo disse...

Pedro, fora deste contexto, parabéns pela "Botany Photo of the day".

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

António,


Como escrevi, esta batalha das invasoras só se ganha com a informação...99% das pessoas não sabe o que é esse problema; e isto inclui muitos instituições públicas, como os serviços de jardinagem das câmaras municipais (infelizmente...)

Abraço


Paulo,

Muito obrigado...Abraço!

Anónimo disse...

Pedro, olá
Visitei seu site algumas vezes e hoje faço contato pela importância do assunto. Aqui no Brasil começa a se falar também das invasoras, com a criação de listas e códigos de ética voluntários, mesmo não transformados em lei são muito importantes. A Melia azedarach L. também esta na lista aqui. E parabéns pela espetacular azinheira, assim como a paisagem dos arredores, o conjunto deveria ser preservado. Aqui temos uma modalidade de RPPN, reserva particular de patrimônio natural que propicia incentivos a particulares, para custear propriedades que devem conservar suas paisagens. Deve existir algo assim por aí, que poderia ajudar e encorajar os proprietários a preservar. Um abraço.

Lucia

Anónimo disse...

Olá,

gostaria de saber o porquê de arvores coo a olaia e a melia serem consideradas infestantes. propagam-se com facilidade, desenvolvem-se muito rapidamente?

obrigado

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Caro Nelson,

Obrigado pelo seu comentário.

As espécies que refere ainda não estão consideradas como invasoras no nosso país; o seu potencial invasor foi estabelecido com base no que ocorreu em certos países de clima similar ao nosso.

Caso necessite de informação mais detalhada do ponto de vista técnico, sugiro consulta da página: http://www1.ci.uc.pt/invasoras/

Muito obrigado.