sábado, agosto 23, 2008

O carvalho de Santa Cruz da Trapa


Carvalho (Quercus sp.) de Santa Cruz da Trapa (São Pedro do Sul) - Fotografia de Francisco Paiva

O Francisco Paiva teve a gentileza de partilhar comigo a "descoberta" deste belo carvalho, situado na freguesia de Santa Cruz da Trapa (concelho de São Pedro do Sul).

Muitas vezes me tenho questionado sobre o que permite que algumas árvores escapem ilesas às podas mutiladoras e alcancem o estatuto de monumentais (?)... Será por mero acaso ou pura sorte? Ou talvez por não "interferirem" com nada, nem mesmo com a mesquinhez de ninguém?

Prefiro pensar que resultam de "actos de amor". Em Portugal, como em muitos outros países, as árvores só têm direito a ser monumentais se forem protegidas pelo amor de uma pessoa ou de uma comunidade. Só que o amor, como se sabe, é dado a caprichos e, no decurso dos seus processos sinuosos, protege algumas e abandona outras... Felizmente para este carvalho, o amor de um (ou de muitos) decidiu protegê-la.

10 comentários:

scorpio mab disse...

http://egitaniense.blogspot.com/2008/07/rvore-mais-alta-de-portugal-guardense.html

Anónimo disse...

Olá Pedro!
Esta questão do amor ou ódio pelas árvores não é de hoje, a avaliar por um texto do século XIX. Por achar que deve gostar, convido-o a visitar
http://alemcaia.blogs.sapo.pt/22881.html
Como pode ver, a luta é muito antiga...
Boa semana

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Scorpio,

Obrigado pela chamada de atenção. Conheço bem essas árvores, dadas as minhas origens familiares na Guarda. Em breve, falarei dessas sequóias.

Um abraço.


Júlia,

Palavras bem actuais as de João Dubraz.Achei esse texto tão interessante que, como pode constatar, decidi dar-lhe o devido destaque na "sombra verde".
Recomendo-lhe a leitura do blogue "Amigos do Botânico" (http://amigosdobotanico.blogspot.com/)
que traz um excerto de um texto de Hans Christian Andersen, precisamente sobre a falta de sombras nas ruas portuguesas.

Obrigado e boa semana. Um abraço.

P.S. - Modestamente, vamos nós continuar essa luta...

Júlia Galego disse...

Pedro,
Gostei muito que transcrevesse o artigo do João Dubraz. O texto do Francisco vai ser também publicado no jornal local, numa altura em que, por aqui, a fúria arboricida atingiu um nível de verdadeira loucura. Mas não há nada que os trave...
Abraço
Júlia

Júlia Galego disse...

Ainda volto, depois de ler o que Andersen disse de Lisboa.
Comecei a imaginar que ele vinha a Campo Maior, mas em 2008... Se, na ruas antigas da vila, não há árvores por causa da sua estreiteza, nem sequer se podia consolar no jardim que antes tinha muitas árvores e agora tem calçada... É um jardim para se frequentar de noite e, de dia, só no tempo mais fresco, jamais no verão.

Anónimo disse...

sorte pura

José Daniel Ferreira disse...

Que engraçado. Este Carvalho pertence à propriedade da minha avó materna. Está inserido na eira da quinta, local onde outrora se faziam as desfolhadas e se guardava o milho e alguns animais.
Asseguro-lhe que não é intenção da familia "matar" este Carvalho.

Saudações e obrigado pela foto

Daniel Marques Teixeira

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Caro Daniel,

A internet é de facto uma ferramenta que não pára de me surpreender, até por permitir estes encontros.

Folgo em saber que a monumentalidade deste carvalho resulta não mero acaso, mas de um acto de amor.

Longa vida ao carvalho e a todos o que os admiram.

Cumprimentos.

P.S. - Se algum dia pensarem na possibilidade de classificar a árvore como sendo de interesse público, ficando desta forma com um monumento na vossa família, não hesitem em contactar a Árvores de Portugal:arvoresdeportugal(at)gmail.com

José Daniel Ferreira disse...

Veja lá que só hoje é que vi a sua resposta... meu Deus... que desencontro. Essa ideia é gira... que é preciso fazer? Que implica?

José Daniel Ferreira disse...

Veja lá que só hoje é que vi a sua resposta... meu Deus... que desencontro. Essa ideia é gira... que é preciso fazer? Que implica?