quinta-feira, maio 22, 2008

Sejamos sérios!

Albufeira, Maio de 2008

Sejamos sérios, de uma vez por todas... Há ruas que, dada a forma como foram planeadas, não comportam a plantação de árvores. Pois bem, não as plantem!

"Se não há espaço para a árvore é preferível plantar só o arbusto, ou mesmo só a flor e não contar depois com a tesoura para manter com proporções de criança o gigante que se escolheu impensadamente". Estas palavras foram transcritas do livro "A Árvore em Portugal" de Gonçalo Ribeiro-Telles e de Francisco Caldeira Cabral (cuja primeira edição, e corrijam-me se estiver errado, remonta à década de 60; ou seja, passados quase 40 anos sobre esta obra marcante sobre a árvore e a sua manutenção no espaço urbano, a conclusão é que não evoluímos rigorosamente nada).

Situações como as que estas imagens retratam, evitam-se fazendo uma escolha adequada das espécies e do número de exemplares a plantar.
E se, mesmo escolhendo uma espécie arbórea com porte modesto, esta não tiver espaço para a sua copa se desenvolver com naturalidade, pois então plante-se um arbusto ou não se plante nada!

Albufeira, Maio de 2008

"Qualquer supressão de que resulte um aspecto definitivamente mutilado da árvore, deve considerar-se inadmissível visto comprometer definitivamente a finalidade estética da planta ornamental. É preferível nesse caso a supressão pura e simples do indivíduo". Gonçalo Ribeiro-Telles e Francisco Caldeira Cabral in "A Árvore em Portugal".

Isto não significa que o toco da árvore tenha que ficar "exposto" publicamente, como uma espécie de macabra homenagem a quem não soube antever o futuro...

2 comentários:

ljma disse...

Creio que os exércitos da Idade Média e da Antiguidade expunham os corpos mutilados dos inimigos mortos em combate mais para festejar a vitória do que como tática de guerra psicológica. Esses cadáveres eram como troféus.

E os cotos das árvores "podadas", não será o mesmo? ;)

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

José,

Eu digo-te como é que, pessoalmente, interpreto a mensagem que as Câmaras nos querem passar: "Não vale a pena terem uma árvore preferida, porque a sua hora de ser decepada acabará por chegar!"

E é só por este motivo, ou seja, por estar sempre à espera do pior, que não estranhei o que fizeram à tília do Rodrigo.

Já fui tão ingénuo que cheguei a pensar que a interrupção de certos trabalhos de poda, se devia à "pressão" das pessoas ou da comunicação social; ou que resultava mesmo de algum arrependimento ou de um súbito ataque de lucidez .
Nada mais errado! Trata-se tão somente de garantir "serviço" e "trabalho" para os anos seguintes. É por isso que não as podam todas de uma só vez...