O amieiro [Alnus glutinosa (L.) Gaertner] é uma das espécies presentes nas galerias ribeirinhas do nosso país, sendo particularmente abundante no noroeste do território continental, onde predomina a influência atlântica.
Nos arredores da Covilhã, em freguesias como o Canhoso ou a Boidobra, encontram-se com facilidade algumas galerias de amieiros ao longo de pequenos cursos de água afluentes do Zêzere.
Para Sul, com o aumento da influência mediterrânica, a espécie torna-se menos frequente, embora esteja presente inclusivamente no Algarve (exemplo: na zona de Monchique).
Nos arredores da Covilhã, em freguesias como o Canhoso ou a Boidobra, encontram-se com facilidade algumas galerias de amieiros ao longo de pequenos cursos de água afluentes do Zêzere.
Para Sul, com o aumento da influência mediterrânica, a espécie torna-se menos frequente, embora esteja presente inclusivamente no Algarve (exemplo: na zona de Monchique).
Folhagem do amieiro [Alnus glutinosa (L.) Gaertner]
O amieiro é uma espécie caducifólia que pode atingir os 30 metros de altura e que, tal como muitas outras espécies arbóreas da nossa flora autóctone, está muito subaproveitada em termos do seu potencial ornamental.
4 comentários:
O amieiro, meu caro Pedro Nuno, é das árvores que me acompanhou na minha adolescência.O meu pai era proprietário de alguns lameiros em Malcata, a poucos quilómetros da nascente do Rio Côa. Muito apreciava eu aquela folhagem verde e a sombra que gratuitamente os amieiros me proporcionavam naquelas tardes de Verão, enquanto a vaca e as cabras se refastavam com a fresca erva do lameiro. E enquanto os ruminantes comiam eu passava o tempo a transformar um bocado de ramo de amieiro numa piosca. Sim, esse pião mais pequeno que depois era sacrificado no jogo do pião. Alguns piões dos meus amigos tinham um ferrão tão aguçado que a piosca tinha dificuldade em resistir inteira até ao fim do jogo. A cor branca da madeira e a facilidade com que se deixa moldar, mesmo com um pequeno canivete, ainda hoje tenho o amieiro impregnado na minha vida urbana.Agora quando vou visitar o que resta do rio, fico triste porque os amieiros foram arrancados e expulsos do seu espaço e aqueles que sobreviveram à mão dos "construtores" da Barragem do Sabugal sentem-se mais sós e passam os dias a pensar quando é que chega a sua vez de terem o mesmo fim.Às vezes dou comigo a pensar se não havia maneira de preservar o arvoredo que acompanha o leito dos rios...a paisagem nas margens do rio Côa perdeu aquele encanto e frescura que já teve.
Resta-me a minha adolescência e recordar esses momentos de frescura e imaginação que o amieiro me proporcionou.
Caro Josnumar,
De certo que o meu pai (natural da Malhada Sorda/Almeida) gostará muito de ler este seu relato, pois também tem também muitas histórias ligadas ao Côa...
Essa destruição das matas ribeirinhas é de uma ignorância extrema dada a importância que as mesmas têm na consolidação das margens (com influência na questão das cheias, etc.).
Mas mesmo em meio urbano as árvores têm um "prazo limitado"; mas restam-nos as memórias e essas ninguém nos pode tirar...
Um abraço e boas entradas em 2008.
P.s.- Em relação ao castanheiro da Malcata, estranho que a Direcção-Geral dos Recursos Florestais ainda não tenha dado uma resposta: por acaso não tem conhecimento se já terá estado no lar algum técnico a fazer medições?
Uma especie muito interessante e digna deste destaque.
Os amieiros fazem parte da minha infância pois passava férias de verão na quinta dos meus bisavós (quinta de Roque Amador)junto ao rio Côa. O moinho a água a funcionar, os amieiros a bordejarem o rio as águas límpidas repletas de pequenos peixes.Que Verões aqueles e que saudades da sombra dos amieiros...
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