quarta-feira, abril 29, 2009

Hábitos doentios







Duas fotografias que falam por si...

A primeira, da autoria da Júlia, mostra a contradição flagrante entre o plátano classificado de Portalegre e os monstros disformes, da mesma espécie, que o enquadram.

A segunda, da autoria do Paulo, por ter sido tirada diante de um dos mais importantes monumentos nacionais, o Mosteiro da Batalha, acentua a dificuldade do nosso povo em lidar com as árvores em espaço público.


Vai sendo tempo de passar das palavras à acção. Alguém tem que iniciar um processo que ponha fim a isto.

Mas só será bem sucedido quem tiver a consciência que, mudar os hábitos doentios que permitem estes atentados, levará gerações a alterar. Quem ordena estes massacres conta com poderosos aliados: a indiferença, o desconhecimento e a inércia da maioria de nós.

Veja-se o flagrante caso de Portalegre, patente na primeira fotografia. Enquanto as pessoas considerarem normal ter, nas suas ruas, árvores desfiguradas e exemplares colossais, como o que se observa na imagem, nada de significativo mudará.

Sou dos que acredita que as sociedades não mudam de cima para baixo, mas em sentido inverso. Enquanto as pessoas não se reconciliarem com as árvores e não criarem com elas uma relação de dependência afectiva, nenhuma lei ou decreto mudará este estado de coisas.

À medida que foram migrando para as cidades e obtendo alguns sinais de riqueza, tradutores de uma suposta sofisticação citadina, os portugueses foram-se desligando das suas raízes rurais, nutrindo pelas mesmas um alheamento que roça a vergonha nas mesmas.

É quase como se, para se ser moderno, fosse necessário eliminar todos os sinais exteriores de ligação ao campo e à natureza, como as árvores. É altura de denunciar esta mentalidade pseudo-moderna, patente em tantas requalificações urbanas pagas com o dinheiro dos nossos impostos.

É altura das pessoas se reconciliarem com as árvores e com o seu papel nas cidades.

A mudança pode levar anos, mas pode começar hoje...


sábado, abril 25, 2009

Identificada nova espécie de acácia africana

Flor de Acacia fumosa - Fotografia elmundo.es (Science)

O botânico sueco Mats Thulin identificou uma nova espécie arbórea do género Acacia (Fabaceae), capaz de atingir os 6 metros e com distintivas flores rosas, na região de Ogaden (Leste da Etiópia).

Mats Thulin baptizou esta nova espécie com o nome de Acacia fumosa.

Na era do Google Earth e do GPS subsistem ainda muitas maravilhas da natureza por identificar e novas espécies por descrever.

(Resumo da descoberta na Science)


quinta-feira, abril 23, 2009

Um país de cobardes (II)


Depois do Montijo, agora foi em Alcochete... Algo está profundamente errado com a nossa sociedade, onde a impunidade abre portas ao assumir do pior que há em nós.

A cobardia saiu, em definitivo, à rua. Vergonha!



Depois dos plátanos injectados com ácido no Montijo, agora é em Alcochete que estas árvores centenárias estão a ser alvo de tentativa de destruição através de envenenamento.

Este é um exemplo de falta de civismo e de desprezo pela natureza. As árvores da Av. D. Manuel I , em Alcochete, sofreram um ataque e continuarão a sofrer enquanto não forem apanhados os autores. Segundo uma denúncia anónima ao Jornal de Alcochete (JA), foram feitos furos com cerca de 12 centímetros de profundidade no sopé das árvores centenárias e está a ser injectado ácido ou outra substância venenosa para as tentar matar. Depois de injectar o interior dos plátanos, os buracos em volta do tronco são cuidadosamente tapados com rolhas de cortiça provavelmente para não se fecharem com pó ou terra. Será por medo que as árvores causem alergias, será porque as folhas destes plátanos quando caem no chão incomodam alguém ou será puro vandalismo?

Questionado pelo JA sobre a situação, na passada quinta-feira, o vereador Luís Rodrigues, responsável pela Divisão de Ambiente e Espaços Verdes da Câmara Municipal de Alcochete, afirmou não estar ocorrente do assunto mas que iria averiguar o sucedido.

O ataque aos plátanos já foi sentido no Montijo há cerca de dois meses. Em todas as árvores junto às piscinas municipais foi feito um furo junto à raiz e introduzido ácido no seu interior para danificar a árvore ou até levá-la à morte. “A câmara participou o caso a PSP e enviou os serviços técnicos ao local para avaliar a perfuração”, contou o vereador Nuno Canta. Segundo o responsável pelo Departamento de Obras e Meio Ambiente da Câmara Municipal do Montijo, “apesar do ataque sofrido, os plátanos estão a reagir bem e os técnicos municipais acreditam que conseguirão sobreviver”. As árvores “hoje estão em condições, mas não quer dizer que não lhe tenham tirado alguns anos de vida”, sublinha.

Os plátanos são folhosas de grande porte geralmente apreciadas pela sombra que proporcionam na Primavera e no Verão. “Ao contrário do que as pessoas pensam, estas árvores limpam o ar de poeiras, atenuam a circulação de pólen e mais, amenizam a temperatura do ar”, explica o vereador Nuno Canta. “Para termos uma cidade mais saudável, as árvores são elementos fundamentais para um ambiente urbano com maior qualidade de vida, e atentar contra isso é atentar contra a nossa própria vida”, acrescenta.

Susana Lage (Jornal de Alcochete)

quarta-feira, abril 22, 2009

O carvalho do Sr. Teixeira e outras histórias (II)

O relato iniciado na semana passada conclui-se hoje no exacto sítio onde começou, ou seja, em Curitiba, no Paraná (Brasil).

Foi de lá que me escreveu o Mauricio, descrevendo as suas deambulações pelo Sul do Brasil em busca de carvalhos e outras árvores do Velho Continente, levadas por levas sucessivas de emigrantes.

Passeando pela cidade, o Mauricio descobriu, no Campus da Universidade Federal do Paraná, uma árvore muito especial.



Tão especial que foi declarada pelo município de Curitiba, através do Decreto 921/2001, como sendo uma árvore imune de corte. Não é uma árvore qualquer, é um sobreiro!



Como frisa o nosso amigo brasileiro, o crescimento deste sobreiro é parcialmente condicionado pelas demais árvores que o rodeiam.



No entanto, como notou o Mauricio, o facto deste sobreiro ter como vizinho um pinheiro-do-pará ou pinheiro-do-paraná* [Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze], tem o maior significado: "(...) dá um certo ar de confraternização entre os nossos dois países, e poderia muito bem representar a integração entre o elemento indígena do Brasil (os guaranis, que se alimentavam do fruto da araucária) e o elemento colonizador (os portugueses, que exploram a cortiça)".

* Apesar do seu nome vulgar, esta espécie é, na realidade, uma araucária. Também conhecida pela designação de uri, termo de origem indígena, esta espécie é nativa do Brasil, sendo a árvore símbolo do estado do Paraná.





Mas a viagem pelas árvores de Curitiba não ficaria completa sem a referência a outro conjunto de exemplares imunes de corte.



Trata-se de um conjunto de 5 castanheiros plantados do lado oposto da rua, relativamente ao local onde se situa o sobreiro anteriormente descrito.

O Mauricio refere que estes castanheiros formam um conjunto de elevado interesse, o que levou inclusivamente à sua protecção, mas adianta que estas árvores deverão ser relativamente jovens, por comparação com outros exemplares de maior porte existentes em Curitiba e noutros pontos da região.
Adianta ainda que a espécie é relativamente frequente, por todo o Sul do país, por acção directa dos portugueses que se estabeleceram naquelas terras.



E foi um pouco desta herança que o Mauricio quis partilhar connosco.

Um pouco da nossa cultura vive sob a forma de árvores. Pessoalmente, não me ocorre melhor herança de uma geração para as seguintes... Agrada-me sobretudo a associação de Portugal e da sua cultura com as árvores e lamento que isto não ocorra mais vezes.


Peço desculpa ao Mauricio pelo facto dos meus textos não fazerem justiça à emotividade com que me relatou as suas descobertas, em Curitiba.


(Do outro lado do Atlântico, o amor às árvores continua vivo. O Sr. Teixeira pode continuar a descansar, para toda a eternidade, à sombra do seu carvalho centenário...)



segunda-feira, abril 20, 2009

De Espanha nem bom vento...nem boa poda! (II)

Almería (Andaluzia, Espanha) - Abril 2009


O mal dos outros não nos deve consolar... Mas convém sublinhar que o problema do desrespeito pela árvore está longe de ser um exclusivo lusitano.


quinta-feira, abril 16, 2009

Um país de cobardes





No Montijo, como um pouco por todo o lado, a cobardia cívica anda à solta. Pela calada, quando ninguém vê, revelamos a pequenez e a mesquinhez dentro de nós.

De um país onde se abandonam os animais de estimação como quem abandona um brinquedo, não se poderia esperar uma atitude de maior dignidade face à árvore.

Assim, da forma mais ignóbil que se possa imaginar, alguém tentou matar um conjunto de plátanos, injectando os mesmos com ácido.

De nada interessa o papel da árvore na cidade, que vai muito além do plano estético e que inclui a melhoria do microclima local (com impacto na redução dos consumos energéticos) ou a redução da poluição atmosférica (responsável pelo aparecimento e agravamento de várias doenças, incluindo as alergias).


No fundo, o que queremos são cidades sem árvores nos passeios: aumenta-se o espaço para o estacionamento (em cima do próprio passeio), acaba-se com o aborrecimento das folhas que entopem as sarjetas e afastam-se, de uma vez por todas, os pássaros e as borradelas em cima dos automóveis, o bem mais precioso do lusitano e pelo qual todos os sacrifícios são válidos.

Não nos esqueçamos que, no nosso país, ninguém valoriza uma pessoa que goste de árvores mas que ande a pé. Por oposição, um energúmeno capaz de injectar ácido numa árvore mas que conduza um carrão alemão, tem tudo para ser um herói no bairro.

As pessoas têm liberdade para não gostar de árvores, para implicar com elas e querer que as mesmas sejam cortadas. Mas ao menos tenham a dignidade e a coragem de dar a cara e de formalizarem, às claras, a vossa vontade junto da respectiva Câmara ou Junta de Freguesia.

Nestes dias que correm, a crise não é apenas económica, mas também de valores. Por estes dias, a vida está facilitada para a cobardia...


quarta-feira, abril 15, 2009

Gente que não se conforma

Imagem retirada do blogue Sintra, acerca de


Dois textos que aconselho vivamente sobre a temática da nossa desastrosa relação com as árvores, no seio do espaço urbano.

O primeiro desses textos, sob o título "Amputação anual de árvores", pode ser lido no blogue Sintra, acerca de.
(Nota: É de Sintra a fotografia que acompanha este texto, onde a "podite" desfigurou várias árvores que, fruto da classificação da vila como Património Mundial, julgava estarem a salvo deste horrendo e triste espectáculo que nos deveria envergonhar a todos. Puro engano!).


O segundo texto, da autoria de Bernardino Guimarães, sob o título "Vegetalizar ou mineralizar (para o Dia da Árvore)", pode ser lido no blogue Peregrino.

terça-feira, abril 14, 2009

O carvalho do Sr. Teixeira e outras histórias (I)

Recebi há tempos um curiosíssimo e-mail do Sul do Brasil, mais propriamente de Curitiba, de alguém que partilha comigo, e com muitos dos leitores deste blogue, um imenso amor às árvores.

Foi assim que conheci o Mauricio Valle, pelo interesse comum nas árvores que nos rodeiam.

No Sul de Portugal, onde os Invernos são mais amenos, é possível encontrar algumas espécies ornamentais com origem no Brasil, como a bela-sombra e a paineira, apesar de não serem tão frequentes como outras espécies sul-americanas, caso do jacarandá e da tipuana.

Por outro lado, no Sul do Brasil, onde o clima se aproxima mais dos padrões europeus, é possível encontrar algumas espécies do Velho Continente, levadas por sucessivos fluxos migratórios de europeus em direcção a terras de Vera Cruz.

E foi esta viagem transatlântica de algumas das árvores mais comuns da nossa paisagem, que levou o Mauricio a escrever-me...

Tudo começou com um passeio do Mauricio por Curitiba e com a descoberta de uma árvore, cujas folhas despertaram nele a maior das curiosidades.
Uns meses depois, o Mauricio encontrou, na biblioteca local, a resposta à sua curiosidade: tratava-se da folha de um carvalho europeu, o nosso alvarinho ou roble (Quercus robur L.).

Mas, longe de ter visto a sua curiosidade saciada, esta descoberta apenas aguçou o seu interesse pela descoberta e identificação de carvalhos. Foi assim que ele descobriu, em Curitiba, vários exemplares de alvarinho, mas também um Quercus cerris L. (cujo nome em português poderia ser "carvalho-da-turquia") e ainda vários carvalhos da América do Norte (Quercus rubra L., Quercus palustris Muenchh e Quercus coccinea Muenchh); curiosamente, estas são igualmente as espécies de carvalhos norte-americanos mais plantadas em Portugal.

A ocorrência de carvalhos europeus não se restringe a Curitiba, no estado do Paraná, e segundo refere o Mauricio é possível encontrá-los um pouco por todo o Sul do país, em particular no estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul.

Esta situação está relacionada com factores climáticos e com o facto deste ter sido o destino preferencial dos imigrantes com origem na Alemanha e na Polónia, que procuraram terras brasileiras em finais do século XIX, e que terão sido os principais responsáveis pela introdução de carvalhos na flora ornamental do Brasil.


No geral, estes carvalhos têm um porte reduzido mas um gigante esperava o Mauricio bem perto das suas origens familiares.

Carvalho monumental (Quercus sp.) - Nordeste do estado do Rio Grande do Sul (Brasil)

Foi numa viagem ao nordeste do estado do Rio Grande do Sul, bem perto do local onde nasceu o seu avô, que o Mauricio encontrou o maior de todos os carvalhos que já pôde observar no Brasil, o fantástico exemplar ilustrado na imagem anterior.

Apesar de todos os seus esforços, pouco mais conseguiu saber, junto dos habitantes locais, sobre este belíssimo carvalho que, presumivelmente, será um roble.

O único facto que conseguiu apurar é que o mesmo terá sido plantado, há muitos e bons anos, por um senhor de apelido Teixeira, imigrante ou descendente de imigrantes portugueses. Provavelmente, há bem mais de um século, a julgar pelas dimensões dessa majestosa árvore.

Sabendo como o apelido Teixeira é comum no Norte de Portugal, não me custa imaginar um português saudoso do seu Minho ou Beira natal, a tentar recriar, no além-mar, as paisagens da terra que o viu nascer. Mas isto já é a minha imaginação a construir um filme...

Pudesse o Sr. Teixeira vir de novo a este mundo, a terras do Rio Grande do Sul, e ficaria profundamente orgulhoso do momento em que decidiu por uma bolota na terra que o acolheu.




E é um pouco desse amor que o Mauricio tenta recriar nos vasos da sua varanda...

O amor do Sr. Teixeira pelos carvalhos sobreviveu ao passar das gerações e continua vivo em cada pessoa que coloca uma bolota enterrada num vaso.

(Continua...)

domingo, abril 12, 2009

Curso sobre invasoras lenhosas


Estão abertas as inscrições para o "Curso de Iniciação à Identificação, Gestão e Combate de Invasoras Lenhosas", uma organização da Academia Florestal, que irá decorrer de acordo com a seguinte calendarização:

Lisboa: 14, 15 e 16 de Maio.
Coimbra: 21, 22 e 23 de Maio.
Viana do Castelo: 28, 29 e 30 de Maio (sujeito a confirmação).


Notícia: Floresta do Interior

sábado, abril 11, 2009

Pequenos milagres




Há tempos tive oportunidade de publicitar a oferta que o Rúben Vilas Boas fez de um conjunto de árvores para adopção.

O Francisco Carvalho aceitou o desafio e acolheu estas árvores. 21 árvores! O castanheiro da imagem prova como a operação teve sucesso e como o amor às árvores propicia estes pequenos milagres.

sexta-feira, abril 10, 2009

Identificada nova e perigosa invasora em Portugal

Salvinia molesta D.S. Mitchell - Fotografia de Troy Evans (Eastern Kentucky University, EUA)

Tomei conhecimento, através de uma notícia da edição online do Público, da presença em território nacional de uma perigosa invasora, Salvinia molesta D.S. Mitchell, com origem na América do Sul.

Esta planta aquática, nos últimos 70 anos, expandiu a sua área de distribuição, em particular para zonas tropicais e subtropicais, estando identificada a sua presença em África, na Ásia, na América do Norte e na Austrália.

A sua introdução em Portugal resulta do desconhecimento e da forma como continuamos a introduzir novas espécies, nomeadamente a partir de viveiros, sem pensar nas possíveis consequências futuras de tal acto.
Este caso demonstra ainda a forma pouco célere como o ICNB lida com estes casos, provavelmente por falta de meios (não me atrevo, sequer a supor, que seja por falta de vontade).

Mas este caso da introdução da Salvinia em território nacional tem ainda um lado positivo, como poderão constatar lendo a referida notícia, pois demonstra como a sociedade civil, desde que devidamente informada, pode ser essencial na divulgação e ajuda no controlo do problema das invasoras.

Não existe nenhuma lei que resulte se a população não estiver informada e não colaborar na sua implementação e cumprimento. Façam a vossa parte após lerem esta notícia: divulguem a existência da Salvinia molesta D.S. Mitchell em território nacional e alertem acerca dos gravíssimos problemas ambientais e económicos que a sua propagação descontrolada poderá representar para o nosso país. Obrigado.


P.S. - Alguns exemplos da muita informação disponível em língua inglesa, na internet, sobre a Salvinia:

- Invasive.org (Center for Invasive Species and Ecosystem Health) - descrição sumária da espécie, fotografias e ligações para outras páginas com informação adicional;

- The Biological Resources Discipline (BRD) of the U.S. Geological Survey (USGS) - descrição da espécie e folheto informativo (pdf);

- US Army Corps of Engineers (Enginneer Research and Development Center) - relatório sobre a ecologia da espécie e estratégias para o respectivo controlo (pdf).


quinta-feira, abril 09, 2009

Medronheiros monumentais






Magníficos exemplares arbóreos de medronheiro (Arbutus unedo L.) que o Rafael Carvalho, autor do Arquitectura D'ouro, descobriu e fotografou em Aldeia de Cima, no concelho de Armamar.

segunda-feira, abril 06, 2009

O autarca modelo?!

Li a notícia que se segue um par de vezes e a minha alma continua incrédula...Leiam, por favor, e tirem as vossas próprias conclusões:

A Câmara de Guimarães anunciou hoje que está a denunciar às forças policiais todos os autarcas que cortem ou podem árvores sem autorização municipal.

Segundo disse à Lusa o presidente da autarquia, o socialista António Magalhães, "todos autarcas que, sem autorização escrita dos técnicos da câmara, cortem ou podem árvores em locais públicos, serão alvo de um processo de contra-ordenação por parte da Policia Municipal".

Daniel Rodrigues, o presidente da Junta de Ronfe, foi o primeiro autarca a ter que responder judicialmente por ter mandado cortar diversas árvores junto ao cemitério local.

Os autarcas das freguesias de Gondar e Vermil, segundo António Magalhães, são os próximos.

"As raízes das árvores estavam a destruir o passeio e a colocar em risco a segurança do muro do cemitério que ameaçava ruir", sustentou Daniel Rodrigues contactado pela Lusa.

No entanto, nenhum argumento parece convencer o presidente da câmara vimaranense que, para os próximos quinze dias, tem já marcadas acções de sensibilização ambientais para os autarcas das 69 freguesias que compõe o município.

"Em tempo de eleições, os presidentes das juntas sofrem mais pressões por parte dos moradores, alegando que as folhas das árvores estão a sujar as casas ou as ruas, que podem provocar incêndios ou que as raízes estão a destruir os passeios", reconhece, todavia, António Magalhães.

"A mensagem que estamos a passar aos autarcas é que os votos não valem nada quando comparados com o respeito pelo meio ambiente", salientou.

Dentro do seu próprio partido, António Magalhães já informou os actuais autarcas socialistas que, se algum trocar "árvores por votos, deixará automaticamente de ser candidato pelo PS a qualquer junta de freguesia".

Esta é também uma forma de responder, disse, às críticas locais de que as contra-ordenações são apenas dirigidas a autarcas não socialistas.

As autarquias de Ronfe e Vermil têm executivos liderados pelo PSD.

A junta de Gondar é gerida pela CDU.

"Vejo os autarcas preocupados com muros e passeios. Um muro volta a fazer-se mas uma árvore demora dezenas de anos a crescer", acrescentou António Magalhães.

As contra-ordenações vão agora seguir os trâmites normais.

"Cortar árvores é crime perante a lei, portanto os autarcas que o fizeram terão a punição que o tribunal indicar", defendeu o presidente da Câmara de Guimarães.

Notícia da Lusa, retirada da página da RTP


P.S. - Para que se compreenda melhor a "origem" da questão, aconselhava a leitura do texto (incluindo o comentário deixado por um leitor): Prepotência e bom senso.


sexta-feira, abril 03, 2009

Projecto de luta contra invasoras na Serra da Estrela

O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e a Associação de Freguesias da Serra da Estrela, constituída pelas Freguesias de Teixeira, Alvoco da Serra, Loriga, Cabeça, Sazes da Beira e Valezim estão a preparar uma candidatura para limpeza e destruição de invasoras lenhosas (Mimosas - Acacia dealbata Link).

Notícia do blogue Loriga.