O António, do blogue "Dispersamente...", teme pelo futuro de alguns choupos no centro de Leiria.
Com razão, teme que a habitual desculpa do mau estado fitossanitário das árvores, esconda o desejo de requalificar um espaço à custa das vítimas do costume, ou seja, as árvores.
O António receia, e como eu o compreendo, que esta situação seja a repetição de um filme que já vimos tantas vezes nas cidades portuguesas e no qual, para se justificar a plantação de mais árvores, se abatem exemplares com dezenas de anos (ver este exemplo em Albufeira).
Naturalmente que se forem tornados públicos relatórios técnicos, elaborados por credenciados técnicos de arboricultura, que fundamentem a necessidade de abater estas árvores por motivos de segurança pública, eu serei o primeiro a concordar com o seu abate*.
Deste modo, aguardamos as devidas explicações em nome da confiança, cada vez mais difícil de sustentar, em quem governa as nossas autarquias.
Como noutras situações anteriores, exige-se o conhecimento do que se esconde por detrás deste caso em Leiria: uma genuína vontade de proteger os cidadãos e os seus bens, sustentada tecnicamente, ou apenas mais uma requalificação urbana de contornos arboricidas.
* Nos últimos dias assistimos à queda de uma árvore com graves consequências. O caso ocorreu em Aveiro, no Parque Infante D. Pedro e, curiosamente, envolveu um choupo.
Vou ser sincero. Dado o estado de abandono de muito do nosso arvoredo, ao qual há que adicionar as podas radicais feitas indiscriminadamente, que debilitam as árvores e as tornam mais propensas a quedas, admiro-me como estes casos não ocorrem com maior frequência.
O que me assusta são declarações como as do vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal de Aveiro, a propósito deste caso, ao admitir a necessidade de proceder "a uma poda mais profunda" (ver "Diário das Beiras").
Não, Sr. vereador. Isso é a última coisa que as árvores do Parque Infante D. Pedro necessitam.
O que é necessário é uma avaliação rigorosa do seu estado fitossanitário, da qual, admito, pode resultar a necessidade de abater algumas árvores.
Pelo contrário, podar de forma radical e apressada, sem qualquer aconselhamento técnico, só tornará estes casos mais prováveis no futuro.
Com razão, teme que a habitual desculpa do mau estado fitossanitário das árvores, esconda o desejo de requalificar um espaço à custa das vítimas do costume, ou seja, as árvores.
O António receia, e como eu o compreendo, que esta situação seja a repetição de um filme que já vimos tantas vezes nas cidades portuguesas e no qual, para se justificar a plantação de mais árvores, se abatem exemplares com dezenas de anos (ver este exemplo em Albufeira).
Naturalmente que se forem tornados públicos relatórios técnicos, elaborados por credenciados técnicos de arboricultura, que fundamentem a necessidade de abater estas árvores por motivos de segurança pública, eu serei o primeiro a concordar com o seu abate*.
Deste modo, aguardamos as devidas explicações em nome da confiança, cada vez mais difícil de sustentar, em quem governa as nossas autarquias.
Como noutras situações anteriores, exige-se o conhecimento do que se esconde por detrás deste caso em Leiria: uma genuína vontade de proteger os cidadãos e os seus bens, sustentada tecnicamente, ou apenas mais uma requalificação urbana de contornos arboricidas.
* Nos últimos dias assistimos à queda de uma árvore com graves consequências. O caso ocorreu em Aveiro, no Parque Infante D. Pedro e, curiosamente, envolveu um choupo.
Vou ser sincero. Dado o estado de abandono de muito do nosso arvoredo, ao qual há que adicionar as podas radicais feitas indiscriminadamente, que debilitam as árvores e as tornam mais propensas a quedas, admiro-me como estes casos não ocorrem com maior frequência.
O que me assusta são declarações como as do vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal de Aveiro, a propósito deste caso, ao admitir a necessidade de proceder "a uma poda mais profunda" (ver "Diário das Beiras").
Não, Sr. vereador. Isso é a última coisa que as árvores do Parque Infante D. Pedro necessitam.
O que é necessário é uma avaliação rigorosa do seu estado fitossanitário, da qual, admito, pode resultar a necessidade de abater algumas árvores.
Pelo contrário, podar de forma radical e apressada, sem qualquer aconselhamento técnico, só tornará estes casos mais prováveis no futuro.
7 comentários:
Mas, ó Paulo
A questão da saúde fitossanitária não está em causa. Os choupos de Leiria estão de perfeita saúde.
A explicação da Câmara é que aqueles choupos não se coadunam com o aspecto urbanístico que querem transmitir ao Largo.
Não posso conceber que tenham que ser sempre as árvores, algumas com décadas e décadas, a serem sacrificadas.
Por que não adaptar o boneco da remodelação do Largo à inevitabilidade da existência daquelas árvores?
É que elas são uma referência insubstituível para muitos de nós, Leirienses.
Porquê esta sanha assassina contra árvores que, segundo certos conceitos ditos modernos, não se enquadram em certas filosofias urbanísticas? E o ambiente cultural, social, ambiental e do património do Centro Histórico de Leiria, não conta para nada?
A luta continua...
António,
Eu já suspeitava, antes do António falar dos planos urbanísticos para a área, que as razões nada tinham que ver com questões fitossanitárias.
Eu apenas as referi para que se compreenda que estas só são aceitáveis se existirem relatórios que as comprovem, assinados por técnicos credenciados. Porque, amigo António, acredite que quando a Câmara se sentir pressionada vai utilizar esse argumento das "árvores serem velhas e poderem cair". Até pode utilizar o argumento da história de Aveiro.
É preciso antecipar a argumentação deles.
Abraço
Pedro, desculpe que no primeiro comentário chamei-o Paulo. Está mesmo a ver as confusões?!
Como já deixei no meu post (comentário) já me chegaram aos ouvidos duas versões:
Uma da Presidente da Junta, a sugerir que o assunto estava a ser ponderado e que havia muitas possibilidades de se pouparem os choupos;
Outra, que não senhor, os choupos têm que ser derrubados porque as raízes se estendem por uma grande área e que... e que... desculpas esfarrapadas.
Não há prédios perto, sequer!
A luta está difícil, mas continua!
Aqui em Queluz limparam uma avenida de plátanos e justificaram da seguinte forma: "Os plátanos existentes vão ser substituídos por árvores novas, que melhor se adaptam ao perfil do espaço urbano. Salientamos que para além das alergias causadas por estas árvores, também as condições fitossanitárias das mesmas obriga-nos a esta intervenção no sentido de prevenir acidentes que podem causar perdas humanos ou bens."
Como curioso pergunto: treta ou devidamente fundamentado?
António,
Quanto à confusão "Pedro/Paulo", como é óbvio, não há problema.
Essa confusão de versões só demonstra que não existe uma versão oficial ou que a mesma vai mudando consoante o ouvinte.
Insista com eles!
Abraço
Caro FD,
Em relação ao pólen dos plátanos, o mesmo possui uma alerginicidade moderada, superior à dos choupos (por exemplo).
No entanto, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, tanto quanto tenho conhecimento, nunca desaconselhou a plantação deste espécie; ou seja, e por outras palavras, o nível de alerginicidade do pólen dos plátanos não justifica o seu abate ou a sua não plantação em contexto urbano.
Por outro lado, e em relação à questão da sustentabilidade das árvores, já existem aparelhos que permitem aferir essas questões.
A falta de sustentabilidade da árvore pode ser provocada por diversos factores e pode ser bem real, obrigando à tomada de medidas urgentes para evitar acidentes.
No entanto, a Câmara de Queluz terá que referir quais os factores que põem em risco a sustentabilidade das árvores, bem como a identificação dos técnicos de arboricultura (ou as empresas) que procederam a essa análise.
Se esses pormenores não forem tornados públicos significa que esses relatórios não existem ou que não foram efectuados por técnicos credenciados de arboricultura (ou seja, não têm fundamentação técnica suficientemente forte para não ser contestada).
Portanto, até prova em contrário, para mim é, no mínimo, discutível que existem razões para abater esses plátanos. Isto para ser elegante e não dizer que é "treta"!
Abraço.
Para si:
http://sabine77.wordpress.com/2009/06/20/e-os-meus-premios-lemniscata-vao-para%E2%80%A6/
Olá
Conheço os choupos de Leiria e sei que é mais um desses atentados que nós já conhecemos por este país fora, enfim...pura ignorância.
Abraço
Ana Paula
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