sexta-feira, setembro 18, 2009

Desenvolvimentos no caso da rolagem de choupos em Ponta de Barca


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A propósito do texto "A loucura à solta em Ponte da Barca", recebi hoje uma amável mensagem do Sr. José Pontes que, deduzo, seja um dos responsáveis do Gabinete de Protecção Civil de Ponte da Barca.

Segue a mensagem do Sr. José Pontes:

"De facto e como deve compreender o corte e a monda das árvores do Choupal e largo do Côrro, é uma medida que qualquer responsável ou cidadão gostaria de não ter de tomar. Como sabe, e na consequência dos últimos temporais várias foram as árvores no nosso concelho que caíram, tendo sido as de esta área pela sua sensibilidade a mais evidente.

Um relatório datado de 2001, solicitado na sequência das intempéries do Inverno 2000/2001, relatório esse da responsabilidade da firma "Planeta das Árvores" e elaborado pelos técnicos Gerard Passola e Serafim Riem, apontava para uma listagem de árvores a abater e uma listagem de árvores que necessitavam de intervenção urgente.


Como entretanto o trabalho apontado no relatório, não foi executado, e porque ao longo do tempo, ia acontecendo o derrube sistemático de galhos de árvores com alguma dimensão, independentemente das condições climatéricas, pondo em perigo a vida dos cidadão, sobretudo numa zona onde o acesso pedonal é constante, solicitamos no ano de 2008 novo estudo à referida firma, cujo relatório apontava para as seguintes tarefas:

1 - Desmontagem controlada dos 120 exemplares de choupos.
2 - Extracção e trituração dos troncos do raízame de cerca de 120 choupos abatidos, até 50 cm de profundidade.

3 - Fornecimento e plantação de 75 freixos (Fraxinus Angustifolia) com cerca de 2,5 a 3 m de altura.


Face ao exposto e à responsabilidade que nestas circunstâncias são atribuidas aos responsáveis pela Protecção Civil do Município, não nos restava outra alternativa senão efectuar, no mínimo trabalhos que acautelasse a segurança dos cidadãos.


Por último, como deve calcular, trata-se para nós de uma situação difícil mas que obrigava a uma intervenção célere para que os prejuízos até ao momento registados não venham a incluir vítimas humanas. Trata-se ainda de um local, onde o edificado existente a jusante da Ponte, para quem entra no sentido Norte - Sul, é de muita fraca qualidade, prejudicado ainda com o armazém junto ao rio Vade e que agora fica muito mais visível.


Com esta operação, poderemos avaliar se é possível fazer uma reconverção das espécies sem ter de efectuar um corte radical e não pondo em causa a segurança das pessoas.


Na esperança que esta comunicação permita ficar com uma avaliação do problema, grato pela sua atenção e preocupação,


Com os melhores cumprimentos
,
José Pontes."



Segue a minha opinião:

Caríssimo José Pontes,

Antes de mais, agradeço o cuidado do contacto e os esclarecimentos dados.

Repare bem no que eu escrevi no meu texto sobre este caso:"(...) E, obviamente, em caso de ser detectada algum exemplar com pouca sustentabilidade, proceder ao seu imediato abate e substituição por outra árvore."

Dito por outras palavras, eu não contesto que, por vezes e em nome da segurança das pessoas, se tenham que cortar árvores.
Que fique bem claro, eu não dou mais valor a uma árvore do que à segurança de uma pessoa.

Eu sou amigo pessoal do Serafim Riem e se foi a empresa dele que fez o estudo que refere, não vou ser eu a contestar o diagnóstico relativo à necessidade de cortar diversas árvores. Não pela amizade que nos une, mas pela competência que reconheço à sua empresa.
Mas então, com toda a franqueza, tivessem cortado imediatamente as árvores pela base e plantado outras. Logo em 2001...

O que não é admissível, na minha opinião, é esta situação intermédia, em que as árvores foram roladas. A mensagem que se passa às pessoas é errada e, naturalmente, as pessoas têm dificuldade em perceber.

O que aqui falhou, se me permite opinar, foi a vossa forma de proceder. Esse relatório da "Planeta das Árvores" deveria ter sido divulgado amplamente, nomeadamente na comunicação social local e regional, e aí as pessoas perceberiam a necessidade de cortar as árvores e substituí-las por outras.


Não duvido que a vossa intenção tenha sido a melhor, mas infelizmente a solução que vocês adoptaram tem dois problemas:

a) Não resolveu o problema em definitivo, pois as árvores continuam a necessitar de ser abatidas;
b) No entretanto, deixaram estes "postes" que revoltam as pessoas, tendo prestado um mau serviço à própria imagem de quem visita Ponte da Barca e se depara com esta situação.

Por vezes, as soluções intermédias, ainda que bem intencionadas, são as piores.

Agradecido pela atenção, sempre ao dispor.

Com os melhores cumprimentos,

Pedro Teixeira Santos.



3 comentários:

Nelson Lima disse...

Caro Pedro,
Penso que seria importante explicar a todos os responsáveis por atentados destes, que de agora em diante, todos, repito, todos os ramos que vão surgir destes "postes" têm uma péssima ligação ao tronco e que o mais certo é partirem num qualquer dia ventoso.
É de facto curioso que o relatório diga "alhos" e os responsáveis decidam "bugalhos".
Afinal para que é que pediram o parecer de uma empresa especializada?

Grande Abraço.

Nelson Lima

Paúl dos Patudos disse...

Os políticos camarários aos quais são entregues a área de jardins e parques, são uma vergonha de profissionais , salvo raras exepções.
abraço
Ana Paula

Anónimo disse...

Que vergonha de paisagem, pobres habitantes de Ponte Barca que têm que conviver com estas árvores transformadas em postes...Fala-se em meio ambiente, paisagem e turismo, mas faz-se tão pouco e tão mal. Abatam estes "postes"...e plantem ÁRVORES !