sábado, outubro 29, 2011

Petição em defesa do sobreiro como símbolo nacional enviada ao parlamento

Sobreiro da Corte Grande, Monchique - Fotografia de Miguel Rodrigues


Do blogue: Sobreiro - Árvore Nacional de Portugal

Na expectativa de ver cumprida, ainda na vigência do Ano Internacional das Florestas, a nossa pretensão de classificar o sobreiro como a árvore nacional de Portugal, decidimos endereçar a nossa petição a Sua Excelência, a Senhora Presidente da Assembleia da República.

Foram enviadas perto de 2 500 assinaturas, recolhidas no formato eletrónico e em papel, acompanhadas pela seguinte missiva:


Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República,

Ao abrigo do disposto na Lei nº 43/90, de 10 de agosto, alterada pela Lei nº 6/93, de 1 de março, pela Lei nº 15/2003, de 4 de junho e pela Lei n.º 45/07 de 24 de agosto, que estabelece o regime do exercício do direito de petição, Pedro Nuno Teixeira Santos, portador do documento de identificação com o número 10 081 573, em nome das associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza, vem entregar a Vossa Excelência, a petição que visa consagrar o sobreiro como a Árvores Nacional de Portugal.
Para fundamentar esta pretensão, encontram-se, entre outros, os seguintes motivos:
- Por ser uma espécie com ampla distribuição no território nacional continental, presente desde o Minho ao Algarve, em diferentes ecossistemas naturais. O sobreiro ocupa em Portugal perto de 737 000 hectares (dados do Inventário Florestal Nacional de 2006, não incluindo alguns povoamentos jovens), o que corresponde a cerca de 32% da área que a espécie ocupa no Mediterrâneo ocidental.
- Pela enorme biodiversidade associada aos habitats dominados pelo sobreiro, incluindo espécies em sério risco de extinção e com elevado estatuto de conservação, consideradas prioritárias a nível nacional e internacional.
- Pelo facto dos montados serem um excelente exemplo, de como um sistema agrossilvo-pastoril tradicional pode ser sustentável, preservando os solos e, desse modo, contribuindo para evitar a desertificação e consequente despovoamento/desordenamento do território.
- Pela crescente relevância que os bosques de sobreiro e os montados, incluindo a biodiversidade associada, estão a conquistar junto de novos setores, como o setor do turismo, traduzindo-se numa mais-valia para as populações locais e para a economia nacional. Sublinhe-se que, na atualidade, existem entidades ligadas a este setor de atividade, que pretendem candidatar o montado a Património da Humanidade, com base no reconhecimento de que se trata de um ecossistema único no mundo.
- Pela sua importância económica e social, resultante do facto de Portugal produzir cerca de 200 000 toneladas de cortiça por ano (mais de 50 % do total mundial), sendo este setor o único onde o nosso país possui uma posição de liderança a nível internacional, desde a matéria-prima até à comercialização, passando pela transformação. A perda desta liderança representaria um descalabro económico, social e ambiental sem paralelo para o nosso país.
Esta petição, promovida pelas anteriormente mencionadas associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza, recolheu mais de duas mil assinaturas e o apoio declarado de diversas estruturas associativas, do setor florestal à defesa do meio ambiente, representativas de amplos setores da sociedade portuguesa.
Reflexo do referido anteriormente e da relevância que a mesma alcançou, a presente petição foi objeto de diversos artigos nos principais órgãos de comunicação social escrita do nosso país, incluindo uma menção na página oficial na Internet do Comité Português para o Ano Internacional das Florestas, iniciativa do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território e do Comité Nacional da Unesco.
Deste modo, no ano em que se celebra a importância das florestas, através das iniciativas enquadradas no Ano Internacional das Florestas, acreditamos que a Assembleia da República se associará a esta causa, através de um projeto de resolução que confirme os objetivos da presente petição.
Assim sendo, estamos certos que a presente petição merecerá de Vossa Excelência a maior consideração.
Com os mais respeitosos cumprimentos,
Silves, 26 de Outubro de 2011



Está nas mãos dos representantes do povo português o destino deste movimento da sociedade civil que se gerou em torno da defesa da importância do sobreiro, e da cortiça, para o nosso país.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Barroco a preto e branco

Tulipeiro (Liriodendron tulipifera L.) - Jardim do Museu dos Biscainhos (Braga)

Uma árvore barroca? Só poderia ser em Braga. Parta à descoberta.

quarta-feira, outubro 19, 2011

A árvore que não dá tulipas

Tulipeiro (Liriodendron tulipifera L.) - Pormenor das folhas

O tulipeiro ou tulipeiro-da-virgínia é uma árvore de folha caduca, com flores solitárias que lembram tulipas, originária do leste dos Estados Unidos.

Em Coimbra, a espécie é conhecida como árvore-do-ponto, designação que derivou da espécie florir na altura dos exames (pontos) dos alunos da universidade local.

domingo, outubro 16, 2011

Os limites da hipocrisia



"Tentamos implementar com eles, fora da sala de aula, o gosto pelas árvores e pela natureza..." - Maria José Magalhães (Conselho Executivo da Escola Básica e Secundária do Cerco - Porto).

Aparentemente, nada haveria de errado com este vídeo sobre a comemoração do dia da árvore, não se desse o caso de esta ser a mesma escola onde, há uns meses, se rolaram várias árvores a pretexto de estas deitarem muitas folhas para o chão.

O caso da Escola do Cerco, no Porto, é um nítido caso de doença bipolar no que concerne à relação com as árvores. Às segundas, quartas e sextas, destroem-se as árvores da escola e, nos restantes dias da semana, plantam-se novos exemplares tentando promover o "gosto pelas árvores e pela natureza".

sábado, outubro 15, 2011

As escolas do futuro?

Escola de Mouriz (Paredes) - Fotografia retirada da página archdaily.com

A escola de Mouriz, em Paredes, pode ser bonita e amiga do ambiente. Mas, como muitas outras escolas por esse país fora, não tem espaço para as árvores.

Gosto de árvores, sobretudo nas escolas. Lamento que continuem a ser consideradas dispensáveis, como se fossem um adorno. As árvores não são uma mera opção estética, são vida e fazem parte da missão de educar. Não perceber isto é não saber o que é uma escola, o que é educar.

sexta-feira, outubro 14, 2011

O mesmo problema dos dois lados do oceano



Dia da Árvore comemorado em Petrópolis, no Brasil, com a coragem e a determinação do Heber Lobato Jr., denunciando o vandalismo das podas radicais.

quinta-feira, outubro 13, 2011

sexta-feira, outubro 07, 2011

E nós? Que vamos deixar aos nossos netos?


De tempos a tempos recebo mensagens de e-mail perguntando-me por livros sobre árvores. Para além dos (bons) guias de campo e das (boas) enciclopédias, que gosto de recomendar, há outro tipo de livros sobre árvores que me arrebata. Os que, apesar de feitos com escassos recursos, transbordam de amor à árvore em cada página. É assim, também, com o livro Árboles Singulares de Turleque y su Entorno.

Turleque, uma pequena povoação da província de Toledo, em Espanha, tem, como qualquer outra povoação, árvores. E quem tem árvores, tem histórias para contar. É isso que faz o autor deste livro, Pedro Antonio Fernández, conta-nos as histórias por detrás das árvores da sua terra natal. Fá-lo com simplicidade, sem nunca ser simples.

Que bom seria se todas as aldeias, vilas e cidades tivessem um narrador para as suas árvores. Um narrador com a sensibilidade do Pedro, com cujas palavras termino este texto:

"Um humilde agricultor deixou-nos o maior choupo da comarca, ao passo que um grupo de inocentes estudantes, no dia da primavera, plantava amoreiras no pátio da escola. E nós? Que vamos deixar aos nossos netos? Oxalá sejam árvores!"

Adenda: Ao Pedro Antonio Fernández, a quem nunca agradeci convenientemente o gentil envio deste livro, a minha vénia e o meu tardio obrigado.

terça-feira, outubro 04, 2011

Interdependências

Fonte da imagem: TreeSpirit Project

Trees purify the air; they also purify the mind . . . if you want to save your world, you must save the trees.

– The Trees of Endor, J.R.R. Tolkien

TreeSpirit Project é, como o nome indica, um projeto que visa celebrar a nossa interdependência com as árvores.  As fotografias são da autoria de Jack Gescheidt.



P.S. -  Esta e outras informações sobre árvores podem ser descobertas no blogue francês: Krapo Arboricole.