Ponto 1) No página do Facebook da Câmara da Covilhã anuncia-se uma exposição sobre as árvores e demais vegetação autóctone da Serra da Estrela. Quem não conheça esta gente, até pode pensar que há aqui um genuíno amor à árvore.
Não se pode promover acções de amor à árvore às segundas, terças e quartas e, nos restantes dias da semana, destruí-las com o dinheiro dos contribuintes. Foi o que aconteceu, uma vez mais, no corrente ano, com a atribuição a uma empresa de construção civil, dos trabalhos de manutenção das árvores ornamentais da cidade.
Atribuir a uma empresa de construção civil o trabalho de cuidar das árvores das nossas ruas, é como por um pirómano a vigiar uma floresta! Não se pense que o caso da Covilhã é caso único, longe disso, infelizmente.
Claro que a autarquia serrana pode sempre alegar que agiu no sentido de defender os superiores interesses de todos nós que pagamos impostos, adjudicando essa empreitada à empresa que apresentou a proposta menos onerosa para os cofres municipais.
Claro que a poupança, como nos mostram os tempos que vivemos, deveria ser sempre uma preocupação dos organismos do Estado. Mas coloquemos a questão nos seguintes moldes: se uma empresa de arboricultura concorresse à empreitada para construção de uma estrada, seria a escolhida desde que apresentasse o valor mais baixo? Se não, por que motivo se aceita e se acha normal que quem percebe de demolições e terraplanagens possa podar uma árvore?!
Ponto 2) Na mesma página de Facebook da Câmara da Covilhã refere-se a dada altura.
"Os Espaços Verdes no meio urbano e o seu aspecto reflectem, de certa forma, a mentalidade de cada região. Estes espaços não se limitam a ser elementos meramente decorativos, pois para além de serem locais de descanso e lazer desempenham também diversas funções de extrema importância que sem nos apercebermos fazem parte da vida do Homem.
O facto da cidade da Covilhã ter como pano de fundo a Serra da Estrela, com o crescimento da cidade a paisagem natural que a envolve não é suficiente, é necessário “levar” até à cidade essa paisagem natural. O objectivo é a paisagem envolvente penetrar na cidade de modo contínuo, assumindo diversas formas e funções. Neste contexto a aplicação nos jardins de espécies que dominam na vegetação natural da Serra da Estrela, são essenciais para a formação do “continuun naturale”, como para a constituição da vegetação integrada na estrutura verde urbana."
Sei, de há 5 anos a esta parte, a Câmara da Covilhã planeia um Jardim Botânico com espécies autóctones da Estrela, para o Parque Alexandre Aibéo, na zona mais elevada da cidade.
A ideia é boa e só perca por tardia. Não me verão, como é óbvio, a opor-me a um projecto deste tipo. No entanto, não se confunda a árvore com a floresta.
Criar um espaço verde com espécies autóctones da Serra da Estrela não chega, por si só, para criar a tal continuidade de que fala a publicidade camarária. Seria preciso que houvesse verdadeiros corredores verdes na cidade e que, em todos esses espaços verdes, houvesse uma representatividade da flora nativa.
Foquemos, por exemplo, a nossa atenção nos espaços verdes criados, nos últimos anos, ao abrigo dos programas Polis, na cidade. Têm sido plantados carvalhos? Sim...americanos!
Não se pode promover acções de amor à árvore às segundas, terças e quartas e, nos restantes dias da semana, destruí-las com o dinheiro dos contribuintes. Foi o que aconteceu, uma vez mais, no corrente ano, com a atribuição a uma empresa de construção civil, dos trabalhos de manutenção das árvores ornamentais da cidade.
Atribuir a uma empresa de construção civil o trabalho de cuidar das árvores das nossas ruas, é como por um pirómano a vigiar uma floresta! Não se pense que o caso da Covilhã é caso único, longe disso, infelizmente.
Claro que a autarquia serrana pode sempre alegar que agiu no sentido de defender os superiores interesses de todos nós que pagamos impostos, adjudicando essa empreitada à empresa que apresentou a proposta menos onerosa para os cofres municipais.
Claro que a poupança, como nos mostram os tempos que vivemos, deveria ser sempre uma preocupação dos organismos do Estado. Mas coloquemos a questão nos seguintes moldes: se uma empresa de arboricultura concorresse à empreitada para construção de uma estrada, seria a escolhida desde que apresentasse o valor mais baixo? Se não, por que motivo se aceita e se acha normal que quem percebe de demolições e terraplanagens possa podar uma árvore?!
Ponto 2) Na mesma página de Facebook da Câmara da Covilhã refere-se a dada altura.
"Os Espaços Verdes no meio urbano e o seu aspecto reflectem, de certa forma, a mentalidade de cada região. Estes espaços não se limitam a ser elementos meramente decorativos, pois para além de serem locais de descanso e lazer desempenham também diversas funções de extrema importância que sem nos apercebermos fazem parte da vida do Homem.
O facto da cidade da Covilhã ter como pano de fundo a Serra da Estrela, com o crescimento da cidade a paisagem natural que a envolve não é suficiente, é necessário “levar” até à cidade essa paisagem natural. O objectivo é a paisagem envolvente penetrar na cidade de modo contínuo, assumindo diversas formas e funções. Neste contexto a aplicação nos jardins de espécies que dominam na vegetação natural da Serra da Estrela, são essenciais para a formação do “continuun naturale”, como para a constituição da vegetação integrada na estrutura verde urbana."
Sei, de há 5 anos a esta parte, a Câmara da Covilhã planeia um Jardim Botânico com espécies autóctones da Estrela, para o Parque Alexandre Aibéo, na zona mais elevada da cidade.
A ideia é boa e só perca por tardia. Não me verão, como é óbvio, a opor-me a um projecto deste tipo. No entanto, não se confunda a árvore com a floresta.
Criar um espaço verde com espécies autóctones da Serra da Estrela não chega, por si só, para criar a tal continuidade de que fala a publicidade camarária. Seria preciso que houvesse verdadeiros corredores verdes na cidade e que, em todos esses espaços verdes, houvesse uma representatividade da flora nativa.
Foquemos, por exemplo, a nossa atenção nos espaços verdes criados, nos últimos anos, ao abrigo dos programas Polis, na cidade. Têm sido plantados carvalhos? Sim...americanos!
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