sexta-feira, março 29, 2013

Diferenças




Uma das minhas recordações de infância, das saudosas férias de praia na Figueira da Foz, prende-se com uma atividade que ocupava parte dos serões familiares: descobrir as “diferenças” da seção de passatempos do extinto Diário Popular.

É esse mesmo desafio que proponho hoje aos leitores deste blogue: será que conseguem identificar alguma diferença entre as quatro imagens que compõem a fotografia que acompanha este texto?

Apesar de todas retratarem árvores estropiadas, há uma significativa, mas decisiva, diferença entre as duas imagens da esquerda e as duas imagens da direita. No caso das imagens à esquerda, a destruição resultou do tornado que assolou a cidade de Silves no passado dia 16 de novembro. No caso das imagens à direita, recolhidas esta semana na Covilhã, essa destruição resultou de uma poda radical a mando da autarquia local.

Dito por outras palavras, o que em Silves foi resultado de um ato imprevisível da natureza, impossível de ser evitado, o que aconteceu na Covilhã poderia (e deveria) ter sido evitado, pois resultou de um ato de origem humana, pago com o dinheiro dos nossos impostos. Na Covilhã, como em boa parte dos municípios portugueses, anualmente, centenas de “tornados”, também conhecidos como podas camarárias, destroem o nosso património arbóreo. E tudo pago com o nosso dinheiro!


P.S. – Apenas para que não sobrem dúvidas sobre algum eventual motivo político-partidário por detrás deste texto, esclareço que as câmaras da Covilhã e de Silves têm a mesma cor partidária.


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