sábado, agosto 13, 2011

Uma homenagem sob a forma de flor de cerejeira



Numa pequena cidade perto de Lyon, em França, um compositor se sensibiliza com a tragédia do grande terramoto no Japão, e começa a compor uma música. No Brasil, a floração da cerejeira no começo do inverno em Petrópolis -- cidade histórica da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, inspira uma dupla de cineastas a transformar a flor símbolo do Japão numa homenagem ao povo japonês, algo que eles idealizavam há meses.

Mais informações nesta página.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Passado e presente sem futuro




Já o disse por diversas vezes e volto-o a dizer. Gostar de árvores, em Portugal, é um acto de masoquismo. Gostar de uma árvore ou de um dado bosque é sofrer por antecipação. É um acto de amor com prazo de validade. Cedo demais virá o podador ou o fogo que nos destruirá esse sentimento. Árvores de Portugal.

domingo, julho 31, 2011

Eu sou de Porto Alegre!



A Gonçalo de Carvalho, em Porto Alegre, no Brasil, não é a rua mais bonita do mundo apenas pelo impressionante efeito visual do seu imenso túnel verde de tipuanas. Ela é a rua mais bonita do mundo por isso, mas, sobretudo, porque essas árvores foram plantadas a acarinhadas pelos seus moradores, ao longo de várias décadas; ou seja, este túnel verde é resultado do amor, do amor às árvores!

E foi a partir desse amor e dessa luta dos moradores da Gonçalo de Carvalho, que o poder político da cidade se viu obrigado a reconhecer a importância deste património cultural, paisagístico e ambiental, classificando-o e protegendo-o com a força da lei. Embora, como se constata pelo vídeo, lá como por cá, nem sempre a lei  é, por si só, garante da preservação do património. O poder público tem que saber manter esse património para as gerações futuras.

A Gonçalo de Carvalho é a mais bonita história de amor às árvores que conheço. Como diz o meu amigo César Cardia, ela é uma história de inspiração para todos os que amam as árvores, um pouco por todo o mundo. A isso eu só posso responder da seguinte forma: eu sou de Porto Alegre!

sexta-feira, julho 29, 2011

Um pinheiro elitista


Resultado das podas radicais que afectam, por motivos que não consigo compreender, muitos dos pinheiros-mansos algarvios, decidi proclamar o surgimento de uma nova espécie de pinheiro, o "Pinus algarbiensis", que se destaca pelo seu porte deformado e copa raquítica.

Embora se encontrem exemplares destes um pouco por todo o Algarve, esta espécie é particularmente abundante na faixa litoral, entre Albufeira e Vilamoura, denotando uma certa predilecção por empreendimentos turísticos de luxo.

Podemos pois concluir que, para além de feio, este pinheiro é um pouco elitista, não aparentando especial predilecção por se misturar com camadas da população menos favorecidas monetariamente.

quinta-feira, junho 30, 2011

Uma Manhã de Domingo na Companhia das Árvores de Lisboa


A associação Árvores de Portugal organiza, em parceria com a Loja de História Natural, uma visita às árvores de alguns parques e jardins da capital, no próximo dia 10 de Julho (Domingo). A actividade terá início às 9h e 30 minutos no Jardim Braamcamp Freire (Campo dos Mártires), estando o ponto de encontro programado para a parte superior do dito jardim, à sombra da grande bela-sombra do topo Norte do jardim, entre o campo de jogos e o parque infantil (em frente ao número 102 do Campo dos Mártires da Pátria).

A visita é gratuita e terá como guia Rui Pedro Lérias, biólogo com experiência na divulgação do património botânico de Lisboa.


O percurso começará no Jardim do Campo dos Mártires e seguirá até ao Jardim do Príncipe Real, passando pela Avenida da Liberdade e pela Praça da Alegria. Estes espaços incluem um grande número de árvores monumentais e classificadas, algumas desde a década de 1940. Esta é uma oportunidade de ficar a conhecer melhor estas amigas por quem tantas pessoas passam todos os dias.

No final da visita, está programado um almoço convívio com todos os participantes, num restaurante perto do Jardim do Príncipe Real. Será uma excelente oportunidade para nos conhecermos melhor, num ambiente informal, e podermos discutir assuntos relacionados com as árvores e jardins do nosso país ou sobre o funcionamento da nossa associação, o trabalho realizado até ao momento e projectos para o futuro. No entanto, gostaríamos de sublinhar que a participação na visita não implica a obrigatoriedade de participar no dito almoço.

Uma vez que será necessário um mínimo de 15 inscrições para se poder reservar o espaço, as inscrições para o almoço deverão ser feitas, impreterivelmente, até à Quarta-feira anterior, dia 6 de Julho de 2011.
Esta inscrição no almoço inclui a obrigatoriedade de efectuar o respectivo pré-pagamento, no valor de 12,50 €. Este pagamento poderá ser feito por transferência bancária para a conta da Associação Árvores de Portugal no Banco Português de Investimentos (BPI) [NIB:0010 0000 44175960001 91] ou directamente na Loja de História Natural (Rua do Monte Olivete, 40 – Junto ao Jardim Botânico da Universidade de Lisboa).

Contando com a vossa participação, pedimos que nos façam chegar as vossas inscrições, com a brevidade possível, através da nossa página de contacto; na mensagem deverão, obrigatoriamente, mencionar os seguintes dados:
- Nome;
- Caso pretendam, adicionalmente, participar no almoço, deverão mencionar se farão o pagamento através de transferência bancária ou directamente na Loja de História Natural.

Contamos com todos vós! Vemo-nos no dia 10 de Julho…

(Fotografia da autoria de Miguel Rodrigues.)

Adenda: A visita realiza-se independentemente do número de inscrições e condições meteorológicas. Relativamente ao almoço, no caso de não ser atingido o número mínimo de participantes, o dinheiro das pessoas que tiverem pago será devolvido com a máxima brevidade.

quarta-feira, junho 29, 2011

Um imenso disparate

Fonte da imagem: Facebook - Parque Infantil da Mata Municipal


Esta imagem é mais uma, a adicionar às imagens de árvores decepadas nas escolas portuguesas, que ajudam a explicar a dendrofobia nacional: ela é-nos incutida desde pequeninos!

Como se já não fosse infâmia suficiente este vandalismo ambiental ser pago com o dinheiro dos nossos impostos, o mesmo ainda é "justificado" como sendo feito a bem da segurança das pessoas. Desculpem, a bem da segurança das pessoas?!

Recomendo à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), entidade responsável pela fiscalização destes espaços, que invista em livros sobre manutenção de árvores ornamentais. Os técnicos da ASAE não precisarão de muitos minutos de leitura, para descobrir que as árvores roladas, como as deste parque de Vila Viçosa, representam um risco acrescido para os seus frequentadores, por darem origem a rebentos de inserção mais frágil e, por isso, menos resistentes. Acresce o facto de originaram infecções que contribuem igualmente para debilitar as árvores.

Porém, após anos e anos de denúncia destas práticas de terrorismo arbóreo, mais próprias de países do terceiro-mundo, há ainda quem insista, contra todas as evidências científicas, em elogiá-las. Basta para tal acederem à página de onde retirei a fotografia para poderem ler comentários como estes:

"Está lindissimo! E as árvores desbastadas, têm imensas folhas verdes ;)"
"... as árvores, plantas, precisam ser podadas para fortalecerem, no caso dos plátanos o problema poderá surgir se forem mal podados pq pode originar o aparecimento de fungos, não me parece que seja o caso,uma vez que as árvores já têm folhas verdinhas."
"Não as cortaram como eu pensava que ia acontecer , podaram nas porque dizem os entendidos que era mesmo necessário e realmente estou a gostar como as folhas estão a brotar, sãs e saudaveis . As árvores tambem precisam de ser cuidadas e tratradas.

De pouco ou nada vale a ciência contra os "mitos urbanos". Podar faz bem ás árvores porque lhes dá força! Que todos os entendidos na manutenção de árvores ornamentais digam que isso é um imenso disparate, de nada vale contra anos e anos de ódio às árvores.

Os portugueses gostam é disto, de tocos com umas "folhas verdinhas"...

Temos a sombra que merecemos nas nossas vilas e cidades. Um povo triste e inculto, que despreza a beleza da árvore, não merece mais! 

segunda-feira, maio 16, 2011

Mudar mentalidades


A cidade de Braga é um dos casos mais emblemáticos do culto arboricida que prevalece neste país, como denunciei em diversos textos (aqui, por exemplo).

Estou certo que esta palestra ajudará a iniciar um caminho que levará a que, progressivamente, se comecem a mudar algumas mentalidades.

Se estiverem por Braga não deixem de estar presentes, manifestando a vossa voz a favor das árvores

sexta-feira, maio 13, 2011

Sua majestade ameaçada por uma pedreira



Sua majestade, o sobreiro da Corte Grande, em Monchique, um dos maiores sobreiros do Algarve, está ameaçado pela possível instalação de uma pedreira. Pormenores no Árvores de Portugal.

terça-feira, maio 10, 2011

Seminário sobre plantas invasoras

Nos próximos dias 20 e 21 de Maio vai realizar-se, na Mata Nacional do Buçaco, um seminário sobre plantas invasoras.

domingo, maio 08, 2011

O nemátode do pinheiro está a provocar a morte de...azevinhos

Fonte da imagem: QUERCUS
Primeiro, os serviços do Estado falharam, em toda a linha, na contenção do nemátode do pinheiro na sua zona de origem.

Depois, uma vez fora de controlo, o nemátode não precisou de muito tempo para se disseminar para norte, para os pinhais do Centro do país. O Buçaco, infelizmente, não é excepção.

Por último, numa tentativa para o conter, que cheira a desespero, corta-se tudo a direito. Seja um pinheiro ou seja uma espécie protegida, como o azevinho. É assim no Perímetro Florestal do Buçaco, uma área sob (ir)responsabilidade da Autoridade Florestal Nacional.

Mau de mais para ser verdade...(mas é).

sexta-feira, abril 22, 2011

20 minutos, mais coisa, menos coisa...


Vinte minutos, mais coisa, menos coisa, é quanto demora a quem nada percebe de podar uma árvore ornamental, destruir o que levou vinte anos a crescer.


Não há pior arrogância do que a que advém de quem ignora o pouco que sabe e o mal que faz com os seus actos.

É altura de tratar estes actos como aquilo que são, puro vandalismo contra património público. Com a agravante de ser feito a mando de quem deveria proteger esse mesmo património, as autarquias, e, cúmulo dos cúmulos, ser pago com o dinheiro dos contribuintes.

É altura da rolagem das árvores ornamentais ser tratada como um acto criminoso. Já basta! Aceito sugestões, pela pedagogia começo a achar que não chegamos lá...

terça-feira, abril 19, 2011

Perfeito

Covão d'Ametade - Parque Natural da Serra da Estrela

Sem sinal de presença humana...Egoísmo? Cada um tem os seus e os meus, definitivamente, não magoam ninguém.

sexta-feira, abril 15, 2011

Beleza serena


A magnífica canforeira [Cinnamomum camphora (L.) Sieb.] da Escola Superior Agrária de Coimbra, fotografada pelo leitor João Pedro Silva Rodrigues.

Daquelas árvores que nos esgotam a adjectivação...Um suspiro, em silêncio, basta.

Adenda: Classificada desde 1969.

segunda-feira, abril 04, 2011

Vila Viçosa?!




Deplorável e inqualificável! Um acto de vandalismo pago com o dinheiro dos contribuintes e para o qual não há qualquer espécie de justificação técnica. Simplesmente asqueroso!


Fonte da informação e imagens: A Tragédia da Mata de Vila Viçosa (página do Facebook).

domingo, abril 03, 2011

Incrédulo



A magnólia de Monchique, a magnífica, a maior da Europa, está no estado que documenta esta imagem (mais imagens no Parente da Refóias).

Nos intervalos dos futebóis e do descalabro das nossas contas públicas, quem acode ao nosso património natural?


Acabei de notificar a Autoridade Florestal Nacional (AFN) acerca desta situação de que só agora tomei conhecimento.


Adenda: A AFN, em resposta, na pessoa do engenheiro Campos Andrada, fez-me chegar a seguinte informação: "Em resposta ao pedido de esclarecimento sobre o estado geral desta árvore informa-se o resultado da vistoria realizada. 
Foram detectadas algumas fragilidades nesta árvore nomeadamente uma grande ferida no fuste com podridão, a cerca de 6 metros de altura, resultante de uma pernada que apodreceu e caiu. Notam-se manchas negras nalgumas pernadas denunciando a presença de fungos no lenho. Alguns dos ramos inferiores estão secos em virtude do grande ensombramento.

No sentido de tentar atenuar a decrepitude desta árvore, está a ser encarado uma intervenção, a ser executada pela Câmara Municipal de Monchique. Ainda não me fizeram chegar o relatório sobre a natureza das operações que irão ser realizadas
."

Esperemos que a intervenção projectada possa ir a tempo de salvar este tesouro do nosso património arbóreo.

quarta-feira, março 30, 2011

Coisas da minha terra

Ponto 1) No página do Facebook da Câmara da Covilhã anuncia-se uma exposição sobre as árvores e demais vegetação autóctone da Serra da Estrela. Quem não conheça esta gente, até pode pensar que há aqui um genuíno amor à árvore.

Não se pode promover acções de amor à árvore às segundas, terças e quartas e, nos restantes dias da semana, destruí-las com o dinheiro dos contribuintes. Foi o que aconteceu, uma vez mais, no corrente ano, com a atribuição a uma empresa de construção civil, dos trabalhos de manutenção das árvores ornamentais da cidade.

Atribuir a uma empresa de construção civil o trabalho de cuidar das árvores das nossas ruas, é como por um pirómano a vigiar uma floresta! Não se pense que o caso da Covilhã é caso único, longe disso, infelizmente.

Claro que a autarquia serrana pode sempre alegar que agiu no sentido de defender os superiores interesses de todos nós que pagamos impostos, adjudicando essa empreitada à empresa que apresentou a proposta menos onerosa para os cofres municipais.

Claro que a poupança, como nos mostram os tempos que vivemos, deveria ser sempre uma preocupação dos organismos do Estado. Mas coloquemos a questão nos seguintes moldes: se uma empresa de arboricultura concorresse à empreitada para construção de uma estrada, seria a escolhida desde que apresentasse o valor mais baixo? Se não, por que motivo se aceita e se acha normal que quem percebe de demolições e terraplanagens possa podar uma árvore?!


Ponto 2) Na mesma página de Facebook da Câmara da Covilhã refere-se a dada altura.

"Os Espaços Verdes no meio urbano e o seu aspecto reflectem, de certa forma, a mentalidade de cada região. Estes espaços não se limitam a ser elementos meramente decorativos, pois para além de serem locais de descanso e lazer desempenham também diversas funções de extrema importância que sem nos apercebermos fazem parte da vida do Homem.
O facto da cidade da Covilhã ter como pano de fundo a Serra da Estrela, com o crescimento da cidade a paisagem natural que a envolve não é suficiente, é necessário “levar” até à cidade essa paisagem natural. O objectivo é a paisagem envolvente penetrar na cidade de modo contínuo, assumindo diversas formas e funções. Neste contexto a aplicação nos jardins de espécies que dominam na vegetação natural da Serra da Estrela, são essenciais para a formação do “continuun naturale”, como para a constituição da vegetação integrada na estrutura verde urbana."

Sei, de há 5 anos a esta parte, a Câmara da Covilhã planeia um Jardim Botânico com espécies autóctones da Estrela, para o Parque Alexandre Aibéo, na zona mais elevada da cidade.

A ideia é boa e só perca por tardia. Não me verão, como é óbvio, a opor-me a um projecto deste tipo. No entanto, não se confunda a árvore com a floresta.

Criar um espaço verde com espécies autóctones da Serra da Estrela não chega, por si só, para criar a tal continuidade de que fala a publicidade camarária. Seria preciso que houvesse verdadeiros corredores verdes na cidade e que, em todos esses espaços verdes, houvesse uma representatividade da flora nativa.

Foquemos, por exemplo, a nossa atenção nos espaços verdes criados, nos últimos anos, ao abrigo dos programas Polis, na cidade. Têm sido plantados carvalhos? Sim...americanos!

sábado, março 26, 2011

Um significativo passo em frente

O Sobreiro - Pintura da autoria do Rei D. Carlos (1905)

Conheça os motivos que levaram Rui Barreiro, Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, a assinar e a divulgar a petição em favor da classificação do sobreiro como Árvore Nacional de Portugal.

quinta-feira, março 24, 2011

Rolagem de árvores na auto-estrada




Na área de serviço de Leiria, na A1, de ambos os lados da auto-estrada. Porque a sombra incomoda quem manda...

(Fotografia de João Vaz.)