terça-feira, agosto 31, 2010

Um sonho de alameda



Um vídeo da Teresa Domingues, retirado da página no Facebook da Árvores de Portugal. Pessoas e árvores convivendo à sombra destas. Por momentos, julgamos estar num país onde a relação das pessoas com as árvores é saudável.

Já vai sendo tempo dos portugueses se (re)conciliarem com as suas árvores...



P.S. - A alameda de plátanos de Ponte de Lima na Sombra Verde:

- Inscrições para o 5º Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima;
- Final de tarde com chuva;
- Cuidadores de árvores;
- Nem todos os plátanos se abatem.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Árvores de produção

Pollard Birches (Vincent van Gogh)

Como escrevi na resposta a um comentário, de um texto anterior, muitas árvores são mal podadas, porque as empresas que executam esses trabalhos não possuem técnicos qualificados para tal tarefa. O que, por sua vez, deriva do facto das autarquias atribuírem essas empreitadas às empresas que apresentam o orçamento mais baixo, mesmo que se trate de empresas que nada têm a ver com árvores e espaços verdes, em detrimento dos verdadeiros profissionais do sector.

Mas esse nem seria o verdadeiro problema, se os cidadãos, posteriormente, se revoltassem com a forma como as árvores das suas cidades são podadas. No entanto, por ignorância, a maioria das pessoas, apesar de gostarem de árvores, acham estas podas normais e até essenciais para a sobrevivência e vigor das mesmas.

Este facto, no meu entendimento, tem uma explicação muito simples, que tem a ver com a cultura europeia, nomeadamente na dimensão do nosso relacionamento com o mundo rural. Na nossa cultura, as árvores são vistas, quase que exclusivamente, há centenas e centenas de anos, como elementos produtivos. Ou seja, a árvore na cidade é vista como se fosse uma extensão da árvore no campo, onde esta necessita de ser podada para fornecer aquilo que o ser humano precisa, quer seja um determinado fruto, quer seja madeira, por exemplo.

Este conceito de árvore de produção (ou "pollard" em terminologia inglesa) está muito bem representado neste quadro de Van Gogh, que representa o aspecto típico de uma árvore num campo agrícola europeu.

O verdadeiro problema é que as árvores nas cidades têm outra função e não necessitam desse tipo de podas: Porque é que, simplesmente, não as abatem? (texto do blogue da Árvores de Portugal.)


quinta-feira, agosto 19, 2010

Como funciona a política em Portugal

Há um par de anos que a Câmara Municipal da Covilhã (CMC) cobiça um terreno com mais de 3 milhares de sobreiros, situado em Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN).

A cobiça é tanta que, segundo uma notícia de um jornal local, publicada a 13 de Outubro de 2008, e nunca desmentida, a CMC chegou a pedir, aos serviços regionais da Autoridade Florestal Nacional, autorização para cortar os mencionados sobreiros.
Sim, é isso mesmo que o leitor acabou de ler, a CMC pediu autorização para cortar sobreiros que estavam num terreno que não lhe pertencia e que, na actualidade, continua a não pertencer, tanto quanto é do conhecimento público.

E qual é o motivo que leva a CMC a ambicionar a posse destes terrenos? A justificação da CMC tem oscilado entre a necessidade de ampliar a Zona Industrial do Tortosendo e a necessidade de encontrar um terreno para a instalação de um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN).

Deste PIN, curiosamente, nunca mais ninguém ouvir falar e quanto à ampliação da referida zona industrial, convém relembrar estes dois "pequenos" pormenores:

- Em primeiro lugar, na actualidade, a própria CMC reconhece que 25% da área da referida zona industrial ainda está livre, não adiantando nenhum caso concreto de intenções reais de investimento que justifiquem a necessidade de ocupar esse espaço vago, quanto mais ocupar espaço suplementar.
- Eu concordo que uma autarquia deva ser previdente, sabendo antever o futuro, e acautelando a expansão física de uma área industrial. É por isso mesmo que volto a questionar a CMC, tal como há dois anos, nos seguintes moldes:
qual o motivo pelo qual não se utilizam os terrenos que o actual Plano Director Municipal (PDM) do Concelho da Covilhã já define como de “uso industrial”, precavendo, precisamente, uma possível ampliação da zona industrial do Tortosendo?


Entretanto, passaram dois anos e, tal como referi anteriormente, nunca mais ninguém ouviu falar do tal "misterioso" PIN, nem de nenhuma empresa que tivesse deixado de investir na Covilhã por falta de terreno.
Mas a CMC não dorme e, nos bastidores, junto da Administração Central, continuou a tentar obter a autorização para, suponho que através de uma expropriação, se apoderar do cobiçado terreno.

Eis quando, através do jornal Urbi et Orbi, sou confrontado com a notícia que a Administração Central travou esta intenção da CMC. Porém, se lermos atentamente as entrelinhas desta notícia, perceberemos bem que a CMC está a um passo de conseguir, com o beneplácito do governo, o que há muito ambiciona:

- Diz a referida notícia que, na última assembleia municipal, o Presidente da CMC citou uma conversa telefónica tida com a Secretária de Estado do Ordenamento do Território, nos seguintes moldes: "
(...) havia por ali uns sobreiros e mais umas coisas, que por ela até aprovava aquilo, mas não pode ser”.

Isto é, a Senhora Secretária de Estado do Ordenamento do Território, sublinho do Ordenamento do Território, acha uma ninharia e uma maçada um terreno pertencer à RAN e à REN e ter para "ali uns sobreiros". Que, por sinal, são 3 milhares!

Será que a Senhora Secretária de Estado, sublinho, novamente, do Ordenamento do Território, questionou a CMC sobre a existência de alternativas para ampliar a referida zona industrial, nomeadamente sobre os terrenos que o PDM da Covilhã já define para esse mesmo efeito?

- Mas a cereja em cima do bolo está no início da dita notícia, no qual, e segundo o Presidente da CMC, a Senhora Secretária de Estado terá dito: "(...) para esperar mais um ano para que o plano de pormenor daquela zona retire a área de reserva ecológica e o parque possa ter a terceira fase".
Dito por outras palavras, este chumbo é transitório e apenas serve para o governo passar uma ideia de rigor e de empenho no cumprimento da lei. Entretanto, arranja-se um compasso de espera para contornar "os sobreiros e mais umas coisas" e a CMC consegue o que quer.

Deve ser isto que os políticos profissionais chamam de "realpolitik"!


terça-feira, agosto 17, 2010

Sobre a imbecilidade humana



Petrópolis (Brasil). Mas podia ser em muitas outras cidades, não apenas da América Latina, mas também da, supostamente evoluída, Velha Europa.

Adenda: mais informações sobre este caso de Petrópolis.

domingo, agosto 15, 2010

Simplesmente não tem preço

Rua Gonçalo de Carvalho, no sentido Ramiro Barcellos - Santo António. Porto Alegre, Brasil.

TÚNEL VERDE - O prazer de morar na Gonçalo de Carvalho
(Texto enviado por Paulo Renato Rodrigues)

Os relatos da Wikipédia dizem que o frei Gonçalo de Carvalho foi um religioso português da ordem dos dominicanos, no século 15, que se destacou por sua ação na Índia, onde criou comunidades católicas. É ele que dá nome a uma das ruas mais charmosas de Porto Alegre, considerada ‘a rua cartão postal’.

Outro português, o professor Pedro Nuno Teixeira Santos, de Covilhã, Serra da Estrela, escreveu emocionado em seu blog A Sombra Verde: ‘É a rua mais bonita do mundo! Confesso que quase me vieram as lágrimas aos olhos quando ontem descobri essa rua’. Já o porto-alegrense Jader Martins perguntou: ‘Será que existe no mundo algo semelhante e mais bonito que esse espetáculo de túnel?’.

Considerada por decreto municipal patrimônio histórico, cultural, ecológico e ambiental de Porto Alegre, a rua Gonçalo chama a atenção pela beleza do seu túnel verde, de árvores da espécie tipuana-tipu. A vista de cima é arrebatadora. A preservação tem sido uma preocupação tão grande que há um blog (http://goncalodecarvalho.blogspot.com/) que, surpreendentemente, não é dos moradores, mas dos amigos da Gonçalo de Carvalho, cujo líder chama-se Cesar Cardia, um histórico batalhador das causas da cidade.

Como morador há quase 15 anos, sinto-me agradecido a todos que lutaram ao longo do tempo pela preservação desse verdadeiro patrimônio. Alguns desses incansáveis defensores da rua, inclusive, já não estão mais por aqui. Sem dúvida, é um prazer poder andar pelas belas calçadas dessas três quadras, sob a frondosa sombra das árvores, admirar a paisagem e poder ouvir o canto dos pássaros.

Claro que nem tudo são flores (...)De qualquer forma, morar na Gonçalo é como aquela propaganda de cartão de crédito diz: ‘simplesmente não tem preço!’

(Do jornal brasileiro Zero Hora, gentilmente enviado pelos Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho. Muito obrigado!)

quinta-feira, agosto 12, 2010

quinta-feira, agosto 05, 2010

Passado e presente (II)

(Imagem do blogue Covilhã Cidade Neve)




(Imagem do blogue Covilhã Cidade Neve)




Ulmeiros [Ulmus gla­bra Huds. (cul­ti­var Cam­per­dow­nii)] . Largo de S. Silvestre (Covilhã).