sábado, março 17, 2007

A magnólia, o poema e o bom Professor

Magnólia (Magnolia grandiflora L.)

Ontem à noite, decidi fazer uma pausa na correcção dos testes e aceitar a sugestão do Dias com Árvores, ou seja, assistir ao programa da 2: (Câmara Clara) com o Professor Fernando Catarino (há professores assim, que merecem que se escreva a palavra com letra maiúscula).


O Professor Fernando Catarino, que foi director do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências de Lisboa durante vinte anos, tem o dom (tal como outro grande botânico, o Professor Jorge Paiva) de nos emocionar e de nos fazer apaixonar pelas plantas. O amor que estes dois grandes homens têm pelo mundo das plantas é tal, que somos levados a partilhar também um pedaço desse amor pelo verde...

No programa de ontem, o Professor Fernando Catarino revelou-se um amante das magnólias e de um poema em particular de Luiza Neto Jorge (A Magnólia)... o que me fez recordar o texto que aqui tinha publicado, no passado dia 31 de Dezembro, precisamente com um fragmento desse mesmo poema.

A foto que publiquei então, corresponde ao mesmo exemplar das duas fotografias que hoje publico e que são as que utilizei no texto que dediquei à magnífica magnólia (Magnolia grandiflora L.), existente no Convento de Nossa Senhora do Desterro, em Monchique.

Magnólia (Magnolia grandiflora L.)


E aqui fica o poema...



A Magnólia

A exaltação do mínimo,

e o magnífico relâmpago

do acontecimento mestre

restituem-me a forma

o meu resplendor.

Um diminuto berço me recolhe

onde a palavra se elide

na matéria - na metáfora -

necessária, e leve, a cada um

onde se ecoa e resvala.

A magnólia,

o som que se desenvolve nela

quando pronunciada,

é um exaltado aroma

perdido na tempestade,

um mínimo ente magnífico

desfolhando relâmpagos

sobre mim.

Luiza Neto Jorge


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