sábado, outubro 27, 2007

Wollemia nobilis - Uma araucária com uma longa história

Foi uma descoberta que deixou os botânicos boquiabertos...

Uma planta que se julgava há muita extinta*, pertencente a uma família botânica (Araucariaceae) com mais de 200 milhões de anos, foi descoberta em 1994 a pouco mais de 200 km a oeste de Sydney, no Wollemi National Park.

A espécie em causa é a Wollemia nobilis, uma árvore assim baptizada por ter sido descoberta no Wollemi National Park (Wollemia) por David Noble (nobilis), um funcionário do Serviço de Parques australiano (NPWS - The National Parks and Wildlife Service).

Esta árvore, como referi anteriormente, é uma conífera da família das araucárias (Araucariaceae), como a nossa bem conhecida araucária-de-norfolk [Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco], existindo apenas aproximadamente 100 exemplares no seu habitat natural.

* Os fósseis mais antigos desta espécie terão uma idade aproximada de 90 milhões de anos.

Mas o motivo que me leva a escrever este texto foi a (re) descoberta de um artigo do jornal Público de 14 de Março último. Nesse artigo é mencionado que o único exemplar desta espécie na Península Ibérica se encontra no Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja, tendo sido adquirido, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, num leilão em Outubro de 2005 em Sydney.

Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)

Este artigo do Público estava esquecido num dos meus livros de árvores e dele só me recordei por culpa da leitora Vera Ferreira, que teve a amabilidade de me enviar um relato e umas fotografias da sua visita ao Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja.

Com a sua autorização, publico as fotografias da "nossa" Wollemia, um bom motivo para os amantes de árvores e da botânica, em geral, visitarem este museu da cidade de Beja.

Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)


Wollemia nobilis, Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (fotografia de Vera Ferreira)


Wollemia no seu habitat natural (Wollemi National Park - Blue Mountains, Austrália) - fotografia do site The Wollemi Pine


Para mais informações sobre esta espécie aconselho a visita ao site The Wollemi Pine.


 Adenda: Este exemplar de wollemia foi posteriormente transplantado para um jardim público de Beja, tendo sido classificado como árvore de interesse público em Maio de 2012.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pedro, nem sempre as notícias são más, como no caso de Faro. E esta é muito boa.
Não sei se tem visto o meu cantinho, mas fui há dias ao jardim de Elvas e fiquei agradavelmente surpreendida com o que vi. Tratando-se de um jardim com mais de um século, suponho que algumas das árvores terão essa idade. Gostei particularmente do cuidado e limpeza do jardim. E de algumas árvores...

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Olá Júlia,

Apesar de tudo...sim, ainda há boas notícias.

Já tinha visto esse texto sobre Elvas e estive para deixar um comentário. Existe uma remota possibilidade até de ir no próximo Sábado à Juromenha e , se assim for, quem sabe conseguir dar um salto a Elvas...

Pensando no assunto, já lá não vou há uns 5 anos...tenho saudades da viagem e curiosidade em rever certas paisagens (e árvores).

E aquilo que escrevi há dias "no Entre Tejo..." é também opinião de muitas outras pessoas que fui conhecendo; Elvas tem um património fabuloso e deveria estar a trabalhar numa candidatura a Património da Humanidade.

Obrigado por todos esses "pedaços" de Elvas que nos vai oferecendo no "Entre Tejo e Odiana".

António Augusto disse...

Bem, existe pelo menos mais uma! A minha, acabadinha de chegar!