A propósito do texto "A loucura à solta em Ponte da Barca", recebi hoje uma amável mensagem do Sr. José Pontes que, deduzo, seja um dos responsáveis do Gabinete de Protecção Civil de Ponte da Barca.
Segue a mensagem do Sr. José Pontes:
"De facto e como deve compreender o corte e a monda das árvores do Choupal e largo do Côrro, é uma medida que qualquer responsável ou cidadão gostaria de não ter de tomar. Como sabe, e na consequência dos últimos temporais várias foram as árvores no nosso concelho que caíram, tendo sido as de esta área pela sua sensibilidade a mais evidente.
Um relatório datado de 2001, solicitado na sequência das intempéries do Inverno 2000/2001, relatório esse da responsabilidade da firma "Planeta das Árvores" e elaborado pelos técnicos Gerard Passola e Serafim Riem, apontava para uma listagem de árvores a abater e uma listagem de árvores que necessitavam de intervenção urgente.
Como entretanto o trabalho apontado no relatório, não foi executado, e porque ao longo do tempo, ia acontecendo o derrube sistemático de galhos de árvores com alguma dimensão, independentemente das condições climatéricas, pondo em perigo a vida dos cidadão, sobretudo numa zona onde o acesso pedonal é constante, solicitamos no ano de 2008 novo estudo à referida firma, cujo relatório apontava para as seguintes tarefas:
1 - Desmontagem controlada dos 120 exemplares de choupos.
2 - Extracção e trituração dos troncos do raízame de cerca de 120 choupos abatidos, até 50 cm de profundidade.
3 - Fornecimento e plantação de 75 freixos (Fraxinus Angustifolia) com cerca de 2,5 a 3 m de altura.
Face ao exposto e à responsabilidade que nestas circunstâncias são atribuidas aos responsáveis pela Protecção Civil do Município, não nos restava outra alternativa senão efectuar, no mínimo trabalhos que acautelasse a segurança dos cidadãos.
Por último, como deve calcular, trata-se para nós de uma situação difícil mas que obrigava a uma intervenção célere para que os prejuízos até ao momento registados não venham a incluir vítimas humanas. Trata-se ainda de um local, onde o edificado existente a jusante da Ponte, para quem entra no sentido Norte - Sul, é de muita fraca qualidade, prejudicado ainda com o armazém junto ao rio Vade e que agora fica muito mais visível.
Com esta operação, poderemos avaliar se é possível fazer uma reconverção das espécies sem ter de efectuar um corte radical e não pondo em causa a segurança das pessoas.
Na esperança que esta comunicação permita ficar com uma avaliação do problema, grato pela sua atenção e preocupação,
Com os melhores cumprimentos,
José Pontes."
Segue a minha opinião:
Caríssimo José Pontes,
Antes de mais, agradeço o cuidado do contacto e os esclarecimentos dados.
Repare bem no que eu escrevi no meu texto sobre este caso:"(...) E, obviamente, em caso de ser detectada algum exemplar com pouca sustentabilidade, proceder ao seu imediato abate e substituição por outra árvore."
Dito por outras palavras, eu não contesto que, por vezes e em nome da segurança das pessoas, se tenham que cortar árvores.
Que fique bem claro, eu não dou mais valor a uma árvore do que à segurança de uma pessoa.
Eu sou amigo pessoal do Serafim Riem e se foi a empresa dele que fez o estudo que refere, não vou ser eu a contestar o diagnóstico relativo à necessidade de cortar diversas árvores. Não pela amizade que nos une, mas pela competência que reconheço à sua empresa.
Mas então, com toda a franqueza, tivessem cortado imediatamente as árvores pela base e plantado outras. Logo em 2001...
O que não é admissível, na minha opinião, é esta situação intermédia, em que as árvores foram roladas. A mensagem que se passa às pessoas é errada e, naturalmente, as pessoas têm dificuldade em perceber.
O que aqui falhou, se me permite opinar, foi a vossa forma de proceder. Esse relatório da "Planeta das Árvores" deveria ter sido divulgado amplamente, nomeadamente na comunicação social local e regional, e aí as pessoas perceberiam a necessidade de cortar as árvores e substituí-las por outras.
Não duvido que a vossa intenção tenha sido a melhor, mas infelizmente a solução que vocês adoptaram tem dois problemas:
a) Não resolveu o problema em definitivo, pois as árvores continuam a necessitar de ser abatidas;
b) No entretanto, deixaram estes "postes" que revoltam as pessoas, tendo prestado um mau serviço à própria imagem de quem visita Ponte da Barca e se depara com esta situação.
Por vezes, as soluções intermédias, ainda que bem intencionadas, são as piores.
Agradecido pela atenção, sempre ao dispor.
Com os melhores cumprimentos,
Pedro Teixeira Santos.
Caro Pedro,
ResponderEliminarPenso que seria importante explicar a todos os responsáveis por atentados destes, que de agora em diante, todos, repito, todos os ramos que vão surgir destes "postes" têm uma péssima ligação ao tronco e que o mais certo é partirem num qualquer dia ventoso.
É de facto curioso que o relatório diga "alhos" e os responsáveis decidam "bugalhos".
Afinal para que é que pediram o parecer de uma empresa especializada?
Grande Abraço.
Nelson Lima
Os políticos camarários aos quais são entregues a área de jardins e parques, são uma vergonha de profissionais , salvo raras exepções.
ResponderEliminarabraço
Ana Paula
Que vergonha de paisagem, pobres habitantes de Ponte Barca que têm que conviver com estas árvores transformadas em postes...Fala-se em meio ambiente, paisagem e turismo, mas faz-se tão pouco e tão mal. Abatam estes "postes"...e plantem ÁRVORES !
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